quarta-feira, 1 de março de 2017

OS MAIS INSIGNES JUDEUS TRANSMONTANOS*

Menasseh ben Israel
Por: Adriano Vasco Rodrigues

Trás-os-Montes, Beira Alta, Beira Baixa e Alentejo foram
as áreas do território nacional mais povoadas pelos Judeus e também áreas da sua dispersão interna, orientada, preferentemente, para povoações portuárias do litoral.

Ao longo da Idade Média, as terras portuguesas arraianas acolheram os Hebreus fugidos de Leão e Castela e também dos Almoravidas e dos Almóadas (1086-1248).


Nos alvores da Îdade Moderna os expulsos da Espanha recém-unificada pelo Reis Católicos, acolheram-se, principalmente, nas zonas raianas portuguesas


Das províncias citadas, uma se distingue pelo condicionalismo geográfico, acentuado pelo aspérrimo e fragoso recorte do profundo vale do Douro, pela vigilante, arredondada e impávida Serra do Marão e pela fronteira, outrora hostil, cerrada e cintada, contornando de Norte para Nordeste o território nacional. Essa província, Trás-os-Montes, foi a nova Terra da Promissão dos Hebreus. A região de Bragança pela ondulação dos seus montes e o atractivo dos vales, lembra a Galileia. Desde os alvores da nacionalidade portuguesa atraiu os Judeus.


D. Afonso Henriques e seu filho D. Sancho, não só procuraram alargar o território mas consolidá-lo pelo povoamento. Se o filho se distingiu nesta tarefa mais do que o pai, o Rei Conquistador iniciou-a, recorrendo a cristãos de Além-Pireneus e também aos vencidos serracenos, mouros forros livres, os mudéjares. Serviu-se ainda das pueblas judias, isto é, de aldeamentos hebraicos. Temos testemunhos em Trás-os-Montes e na Beira, onde persiste o topónimo Jueus.


Tal como faziam os mouros e os cristãos, também os Hebreus se dedicavam à agricultura, indispensável à sobrevivência da sociedade medieval. O Rei Conquistador integrou judeus no seu exército.


O Rei Lavrador aproveitou a capacidade agrícola da Gente de Nação, em terras de Bragança, ordenando por carta-régia que ali adquirissem 3500 maravedíadas de terra, das quais, uma área de 2000 reservadas a vinha; outra de 1000, para cultivo e uma de 500 para habitação. O custo de 600 maravedies seria pago ao Rei, em Agosto, no dia de Santa Maria.


D. Dinis concluiu essa carta ordenando que não fizessem mal aos Judeus e os ajudassem.


Tempos depois, chegavam às terras bragançanas israelitas, fugidos da ira de Henrique de Transtâmara, que matara o seu meio-irmão, o legitimo Rei D. Pedro I, de Castela. Estes Judeus tinham apoiado financeiramente a guerra sustentada pelo legítimo Rei, D. Pedro contra o usurpador. A partir dai, a actividade agrícola tornou-se secundária para os israelitas, dada a entrada de mercadores, artesãos e profissionais livres. O desapego das terras e de bens imóveis facilitava-lhes a deslocação em períodos de crise.


Mas a agricultura estava enraizada na tradição bíblica e talmúdica, desde a sua sedentarização na Terra Santa, sendo origem de cerimónias do culto e de solenidades. O calendário litúrgico calculou-se de acordo com o tempo agrícola. As leis agrárias estão profundamente impregnadas de religiosidade, obedecendo a exploração a normas e a restrições. Admite-se o ano chemita, ou ano sabático, um período de sete anos em que as terras descansam. As colheitas dos 3 primeiros anos ficam condicionadas. Respeitam-se as primícias, bikurim.


As leis agrárias privilegiam Deus, a quem tudo se deve, mas não esquecem os pobres nem as aves, deixando alguns frutos para os rebusqueiros.


Os reis da primeira dinastia foram soberanos das três religiões: Judaica, Cristã, Muçulmanaa, reconhecendo um só Deus. Estes soberanos recorreram a conselheiros financeiros hebraicos. D. Afonso Henriques apoiou-se em D. Jahiá Aben Aich, de uma família de ricos agricultores.


D. Dinis teve como Arrabi-Mor, D. Judah, a quem sucedeu o filho, D. Guedelha Aben-Judah. Os Judeus tinham sobre os cristão a vantagem de saber operar rapidamente, pois os cristãos eram extremamente lentos e limitados, recorrendo ao ábaco e aos algarismos romanos. Os hebreus usavam os algarismos árabes e também os seus. Tentem fazer uma multiplicação com algarismo romanos…


A introdução vai um pouco longa, pois para compreender perfeitamente a abrangência do tema é indispensável fazer estas referência e também sobre a importância da educação. Sem ela, não haveria a plêiade de gente insigene, que evidenciou e evidencia o Povo Hebraico. A educação é uma imposição religiosa.


O primeiro educador é o pai, como chefe de família. Assim o refere o Deuteronomo (6.7).


Os rapazes devem estudar a Torah, a partir dos 6, 7 anos. O pai ensina aos filhos as bases do seu futuro modo de viver. Refere-o Tobias (29.a.).


As comunidades hebraicas sefarditas tinham o Meldar, salas de estudo para ensino básico. Os melhores alunos prosseguiam com a aprendizagem religiosa e profana, na Yeshiva, uma academia a privilegiava o ensino da Bíblia. Se havia possibilidades financeiras, prosseguiam nas Universidades.


Naturalmente, a evolução tornou hoje o condicionalismo diferente mas não invalidou a responsabilidade da base da educação pertencer à família. Esta tradição manteve-se com os conversos e os cristão-novos.


Para melhor compreensão do que vamos dizer é necessário esclarecer o conceito de cristãos-novos, designação atribuída em Portugal aos convertidos, obrigados pelas circunstancias ao baptismo.


O cristão-novo é um fruto da violência e uma negação da nobreza ecuménica cristã, descriminando e segregando os convertidos ao catolicismo.



Retrato de Filipe IV, pintado por Velásquez entre 1626-1628.
Museu do Prado, Madrid - Espanha.
Em Espanha, os conversos usavam de todos os direitos. Em Portugal tornaram-se cidadãos de segunda classe, constituindo uma aberração no seio da Cristandade, discriminados nos direitos religiosos e nos civis, pois o Estado e a Igreja identificavam-se. Para a hierarquia Católica, as conversões equivaliam a desconfiança, daí as recusas. Esta suspeição motivou muitos cristãos-novos a deixarem o pais e a regressarem à fé dos seus antepassados. Foi também origem de perseguições injustas da Inquisição a consersos católicos convictos. Se persistiam rituais hebraicos isto se devia à deficiente e medíocre evangalização. Aproveito, a este propósito, um documento flamengo relatando que em dado momento do século XVI chegou à Flandres um grupo de portugueses. Olhados como suspeitos de serem Judeus as autoridades interrogaram-nos em tribunais da Zelândia. Confirmaram que eram cristãos e os filhos baptisados. Todos sabiam o Pater e a Ave, mas ninguém compreendia uma palavra do que dizia. Interrogados sobre a vida de Cristo, todos disseram que nascera em Belém, mas ignoravam se ficava na Terra ou no Céu…

Esta situação foi comentada numa carta escrita por Pierre de Brel dizendo que todos em Portugal, mesmo os melhores cristãos, clérigos, desconheciam os artigos da fé e padres e curas instruíam mal os fieis, pelo que, se acabasse a perseguição aos judeus, esta pobre gente seria mais para lamentar do que para punir.


E concluiu:


Eles, lá me baixo, (na Península) não percebem que la religión n’est pás dans le genou mais dans le coeur.



A conversão forçada foi um acto repugnável. Não admira que levasse à simulação. Dada a gravidade das circunstâncias, a conversão aparente dos Hebreus não significada traição da sua própria fé. A Lei Judaica podia ser interpretada no sentido de que a preservação da vida tinha precedência sobre os preceitos religiosos. Fundamentavam-se no Kol-midré, a expressão aramaica do início do texto referente à anulação dos votos.


Quando a Igreja impôs o baptismo aos Judeus, muitos terão recorrido ao texto do Kolmidré para anular o acto desvinculando-se do juramento.


O medo da Inquisição levou os conversos à fuga de Portugal. A oportunidade não se ofereceu na altura na conversão forçada mas mais tarde, durante a união das duas coroas, no período Filipino. O vasto Império espanhol reunido sobre a égide dos Absburgos, ligando a Áustria à Espanha, às Ilhas do Mediterrâneo, a parte da Itália, Países Baixos, Franco Condado, integrando Portugal e um vastíssimo Império Ultramarino, tão vasto, que o sol não se ocultava no reino de Filipe II. Este larguíssimo espaço oferecia possibilidades de fuga.


O Exército espanhol constituído por tércios, movimentava-se através deste extenso mundo por um corredor militar que unia os domínios da Espanha, conhecido por El Camino Español. A Tropa necessitava de alimentos, principalmente cereais, conhecidos por pão do Mar, pois chegava de barco dos países do norte, ou do Mediterrâneo, mercadejado com muçulmanos, especialmente turcos. E quem eram os intermediários? Os cristãos-novos, através de uma rede de mercadores Judeus. Por vezes, faziam circular os produtos, abastecendo ambos os contendores, como por exemplo no caso da luta entre Espanhóis e Holandeses.


O Exército espanhol recorria a apoios civis, não só para suprimento alimentar mas também recrutando médicos, cirurgiões, boticários e outros auxiliares.


Os cristãos-novos ganhavam a confiança dos Tércios, acompanhando-os e, quando a circunstancias se tornavam propicias, davam o salto. Algumas cidades da Itália eram particularmente favoráveis, entre elas Livorno (Livorna). Ainda hoje, no distrito de Bragança, em Felgar, persiste o ditado: Quem vai a Livorna, vai e não torna!


Dali, passavam para o Império turco.


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Tem-se escrito muito sobre as perseguições aos Judeus, o papel da Inquisição e o comportamento dos reis de Espanha e dos de Portugal. O problema é complexo e vejo-o como reflexo de uma confrontação de duas forças, que habitualmente escapam aos historiadores, ocupados com a sequência factorológica do processo histórico.


Essas duas forças debatem-se amplamente, marcando a transição da Europa Medieval e do Renascimento, para a Europa da Idade Moderna. Uma é representada pelos partidários da Ordem Tradicional; a outra, pelos da Ordem Moderna, ou Ordem Nova. O Renascimento, ocorre no final da Idade Média e, apesar de se procurar o retorno a ideais greco-latinos persiste a tradição medieva da Respublica Christiana.


As guerras de religião são um aspecto desse conflito e a Inquisição, uma arma mais violenta do que as armas de fogo, que então foram inventadas.


A Ordem Tradicional foi sustentada pelo Império Romano-Germânico, agrupando os apoiantes da Casa de Áustria e dos Habsburgo, atingindo o apogeu com Filipe II de Espanha. O desejo de domínio está patente nas legendas das baixelas do Palácio Imperial, onde se lia A.E.I.O.U., significando em Latim: Áustria est imperare omnia universus! Significa: Que a Áustria impere sobre todo o Universo.


Esta Ordem defendia uma Europa vertical, hierarquizada, obedecendo ao Papa e ao Imperador. A Ordem Moderna, recebendo implicitamente o apoio católico do Cardeal Richlieu, inimigo dos Áustrias, pretendia uma nova ordem, gerida pelos ideais Renascentistas.


Os Judeus foram apanhados no meio da confrontação pela ortodoxia católica e espanhola, seguida da portuguesa, esta algumas vezes mais fanática do que aquela, usando a Inquisição.


O declineo deste poder começou com Filipe IV de Espanha e III de Portugal.


Os Tércios, agrupamentos militares terríveis, foram derrotados na Guerra do 30 Anos (1618-1648), sendo a Espanha obrigada a assinar o Tratado de Westfalia, de profundas consequências. A Espanha foi também vencida pela França, que lhe impôs, em 1659, o Tratado do Pirinéus, excluindo Portugal, que teve de continuar a lutar pela independência. Mas em 1668, os portugueses venciam a Espanha. Foi assinado o Tratado de Lisboa. Infelizmente, não acabou a Inquisição. Os seus meandros tinham amarrado Portugal ao fanatismo religioso e afastado o país da evolução seguida pelos países protestantes e pela própria França, católica.


O essencial da nova ordem europeia, reconhecido pelo Tratado de Westfalia, levou ao abandono da concepção hierárquica tradicional, baseada na Respublica Christiana e na aceitação da autoridade pontifícia, dando ainda lugar a um mosaico de Estados independentes e soberanos, onde os Hebreus se sentiram em liberdade. Infelizmente, para as Monarquias Peninsulares, a poderosa arma, que foi a Inquisição, manteve-se e só o triunfo dos ideais da Revolução Francesa, seguidos em Portugal pela Revolução de 1820, a aboliram em 1821. Na Espanha, só anos mais tarde seria extinta.


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A História dos mais importantes vultos hebraicos de Trás-os-Montes, ou dos seus descendentes, reparte-se por dois períodos:

- Um, antes da conversão forçada;


- Outro, o dos cristãos-novos e seus sucessores. Importante foi a saída para Espanha, no período Filipino e, depois, o salto, ou diáspora, pelo velho e novo mundo.


Um dos mais insignes pensadores e filósofos da gente de nação transmontana, natural de Bragança, foi Baltazar Oróbio, ali nascido no ano de 1620 e, mais tarde, imigrado para os Países Baixos, a Holanda, onde foi circuncidado e se afirmou Judeu, mudando o nome para Isaac Orobio de Castro. Faleceu em Amesterdão, em 1687.


A sua carreira intelectual foi brilhante. Tinha estudado na Universidade de Salamanca, sendo para ali mais fácil deslocar-se de Bragança, do que para Coimbra. Foi professor de Metafísica na Universidade salmantina, onde o consideraram um sábio. Formou-se também em Medicina, que exerceu em Sevilha, como médico do poderoso Duque de Medina Celi e, também, da família de Borgonha do Rei Filipe IV.


Suspeito de judaizar esteve 3 anos preso mas conseguiu iludir o Santo Oficio. Os portugueses em Espanha eram suspeitos de heresia, a tal ponto que português e judeu eram equivalentes. Este ápodo, em terras de fronteira, particularmente entre Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro manteve-se pelo século XX a dentro.


Baltazar Oróbio conseguiu fugir para França, vindo a ser catedrático na Universidade de Tolosa e Conselheiro do Rei. Passou finalmente para a Holanda, onde havia um importante núcleo de judeus portugueses. Ali mudou de nome. Concentrou-se no ataque à Igreja Católica de que foi tenaz adversário. Escreveu dissertações em Castelhano, com carácter teológico e filosófico.


Atacou também a posição panteísta do judeu português Espinosa. Das teses de ataque ao Catolicismo que classificou de Idolatria, damos exemplo de um título:


- Prevenciones divinas contra la vana idolatria de las gentes.


Provease que tudo quanto se havia de inventar contra la Lei de Moshé prevenio Diós a Israel en los 5 libros de Ley, para que advertidos no pudiesen caer en tales errores.



Este é um livro de violento ataque à religião cristã. Está filosófica e teologicamente bem estruturado, com fundamentação lógica e conhecimento profundo da doutrina Cristã e da Judaica.


Também nascido em Bragança, em 1691, se distinguiu Henrique de Castro Sarmento, que em Londres mudou o nome para Jacob de Castro Sarmento. Ali faleceu em 1760. Era filho de Francisco de Castro Almeida e Violante de Mesquita. Estudou na Universidade de Évora, onde foi Mestre de Artes, passando para Coimbra e ali obteve o grau de Bacharel em Medicina. Em 1721 deixou Portugal, fixando-se em Londres, vindo a ser rabino da Sinagoga portuguesa.


Em 1725, pelo seu saber, foi nomeado membro do Real Colégio de Médicos, e em 1730, feito sócio da Real Sociedade Inglesa.


A Universidade Escocesa de Aberdeem nomeou-o Doutor Honoris Causa, em 1736.


Foi autor de vasta obra religiosa tratando temas como o Dia Santo do Kipur e também de figuras bíblicas. No campo da Ciências fez trabalho de investigação sobre águas medicinais, geologia, estudo de fósseis e de minerais. Estudou as marés, comentando Isaac Newton.


Além de um Tratado de Cirurgia deixou dissertações sobre o uso das águas em Inglaterra e em Portugal, referindo as das Caldas da Rainha. A Farmacologia tornou-se científica graças às investigações de Jacob de Castro Sarmento.


Outro personagem insigne foi Jacob Rodrigues Pereira, cujos pais, Magalhães Rodrigues Pereira e a mãe, Abigail Ribeiro Rodrigues, eram naturais de Chacim, no distrito de Bragança. Passaram para Espanha e de lá para Bordéus, onde aos 8 anos terá conhecido um menino surdo-mudo que o motivou para toda a vida, tornando-se um dos criadores do método de ensino dos surdos-mudos. A partir de 1734 e durante 10 anos, prosseguiu a sua formação para a instrução destes deficientes. A 22 de Novembro de 1746, apresentou à Academia de Caen o primeiro aluno. O naturalista Buffon, em 1749, patrocinou a sua apresentação na Academia das Ciências em Paris recebendo público louvor do Rei Luís XV, uma pensão e, ainda, o cargo oficial de Interprete e Tradutor das Línguas Portuguesa e Espanhola.


Foi sócio da Real Sociedade de Londres cobrindo-se internacionalmente de prestígio. Jean Jacques Rousseau entre outros vultos da Cultura francesa e o enciclopedista D’Alember, elogiaram-no.


Não só os Reis de França mas também o Imperador da Alemanha, os Reis da Polónia, Dinamarca e Suécia, distinguiram-no com mercês e honras.


Um baixo-relevo em Paris testemunha a gratidão nacional au Premier Instituteur des sourds et muets – 1734-1780.


Foi autor de uma memória lida na Academia de Ciências de Lisboa, a 11 de Junho de 1749. Em 1762 apresentou outra.


Pelo seu prestígio obteve ainda do Rei de França o cargo de Representante dos Judeus portugueses de Bordéus e Bayona, intervindo na aquisição do terreno para o cemitério hebraico português de Paris.


São muitos, os distintos médicos Judeus e seus descendentes cristãos-novos. Referiremos apenas alguns, entre eles o Doutor Francisco da Fonseca Henriques conhecido por Doutor Mirandela, por ali ter nascido em 1665. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra e distinguiu-se como sifilígrafo, estudando a sifílis, doença então terrível.


Alguns dos seus livros tornaram-se muito populares, entre eles A Medicina Lusitana e o Socorro Délfico, publicado em 1711. Outra obra privilegiando a Higiene foi a Âncora Medicinal, saída em 1721. De grande mérito foi a sua tentativa da Hidrologia portuguesa, o Aquilégio Medicinal, publicado em 1726.


Outro clínico transmontano, considerado percursor da patologia exótica, foi João Cardoso, de Miranda. Estudou em Salamanca e trabalhou em África. Escreveu, em 1752, a Relação Cirúrgica, estudando o escorbuto.


Também com ascendência em conversos transmontanos era o médico José Bomtempo, nascido em 1774. Exerceu o cargo de Físico-mor em Angola e foi professor no Rio de Janeiro. Deixou vários manuais de estudo, entre eles o Compêndio Prático de Medicina, 1715 e Trabalhos Médicos, 1725.



Isaac Oróbio de Castro
A discriminação dos cristãos-novos levou o Cabido da Sé de Miranda, em 1611, a recusar dar posse de Cónego ao padre Jerónimo da Fonseca. Também atacou o Cónego tesoureiro Bernardino Ramires e o Cónego Mendes, acusando-os de terem sangue judeu. O Deão, os Cónegos e o Cabido da mesma Sé de Miranda, solicitaram ao Rei de Portugal, em 1647, que as pessoas de Nação e seus descendentes não fossem admitidos nos benefícios eclesiásticos. Apesar de todos os obstáculos os cristãos-novos progrediram e evidenciaram-se.

Em Lisboa, em 1675, descendentes de Gente de Nação de Mogadouro, gozavam de excelente situação económica como importadores e exportadores. Também eram eles que, secretamente, passavam cristãos-novos para Inglaterra. Tiveram de fugir. Descendentes dessa família, os Mogadouros, possuem actualmente uma das mais ricas ourivesarias e joalharias de Londres. Em França, também judeu e português eram equivalentes. No decorrer do processo que se seguiu à Revolução de 1789, judeus portugueses de Bordéus e de Bayona reivindicaram direitos de voto distinguindo-se algumas famílias de ascendência transmontana: Azevedo, Silveira, Furtado, Nunes Tavares, Lopes e Fonseca. Em Abril de 1789 obtiveram direitos políticos, consagrados depois na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 2 de Setembro de 1791, sendo Abrão Furtado eleito para a Assembleia dos Notáveis. Esta conquista da igualdade de direitos assemelhando-os aos cidadãos franceses, teve consequências em Vila Nova de Foz Côa, na altura das invasões francesas, levando cristãos-velhos a atacarem os descendentes dos cristãos-novos, acusando-os de estarem feitos com os inimigos da Pátria, o que resultou no morticínio de mais de uma centena. Muitos tiveram de se refugiar em Torre de Moncorvo, sob protecção daquele que viria a ser o General Claudino. Por lá se fixaram.


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É principalmente fora de Portugal que encontramos os mais distintos descendentes de Cristãos-novos transmontanos, principalmente fugidos durante a União das Duas Coroas. Vejamos alguns:


Nos começos do século XVII, um comerciante nascido em Bragança, distinguiu-se na Corte de Madrid. Chamava-se António Lopes Cortiços. Estava casado com Dona Luísa de Almeida e enriquecera importando pedras preciosas do Oriente e do Brasil, assim como tecidos de linho da Flandres. Tornou-se fornecedor da Casa Real, pelo que fixou residência em Madrid, acompanhado da família, judaizando secretamente. A filha Luísa casou com um primo chamado Sebastião Ferro. O filho, Manuel, casou com uma irmã de Sebastião, também de nome Luísa.


Manuel tornou-se um dos maiores financeiros ao serviço de Filipe IV. Com apenas 26 anos já era arrendatário dos impostos sobre as lãs castelhanas. Enriqueceu tanto, que foi distinguido como cavaleiro da Ordem de Calatrava e Secretário da Contadoria Real, gerindo as finanças de Castela. Era protegido do Conde-Duque de Olivares, do qual diziam que tinha sangue judeu e protegia os conversos. Manuel Cortiços chamou, como colaborador, o irmão mais novo, Sebastião, que em 1630 tinha 22 anos. Entre 1630 e 1650, fez enormes empréstimos à Coroa Espanhola, endividada com as muitas guerras em que se envolveu. O prestígio dos Cortiços era tão grande, que em 1637, os próprios Soberanos foram acolhidos em sua casa, onde lhes ofereceu uma festa, que custou rios de dinheiro, em luxo, prendas, banquete e músicos.


Durante a guerra da Catalunha os Cortiços emprestaram à Rainha, a título pessoal, oitocentos mil escudos (moeda de ouro), recusando receber jóias em penhor.


Manuel Cortiços morreu novo, 1649.Talvez o seu poder financeiro o tenha salvo da Inquisição, devido às ajudas à Coroa. A mesma sorte não tiveram os restantes membros da família. A revolução de 1640, seguida da Guerra da Restauração, a morte do Conde-Duque de Olivares, protector, abriu campo ao Tribunal do Santo Ofício e à crescente perseguição aos cristãos-novos portugueses, residentes em Espanha.


A viúva de Manuel Cortiços e a mãe, Dona Luísa de Almeida, residente na Corte, foram presas, em 1654. Dona Luísa foi transferida para Cuenca e encarcerada, apesar de idosa.


As razões da Inquisição basearam-se nas chorudas esmolas que Dona Luísa Ferro ordenara ao Mordomo para dar durante os 9 dias, que se seguiram ao óbito do marido, visando pessoas e instituições carenciadas, a fim de rezarem pela sua alma.


Os 9 dias foram a denúncia à Inquisição de que continuavam a judaizar. Então, segundo a Igreja Católica, deviam as esmolas ser dadas até à missa do 7º dia… Pelas listas elaboradas pelo Mordomo, verificaram que todos os beneficiados seguiam a Lei do Moisés, incluindo comunidades judaicas na Itália e na Terra Santa, em Hebron, Jerusalém e Safed.


Valeram à velha senhora e à nora as relações do filho Sebastião, para que passados 2 anos, em Abril de 1656, fossem libertadas, após abjurarem de levi.


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A fixação do primeiro núcleo de judaízantes portugueses na Inglaterra ocorreu pouco tempo depois do estabelecimento da Inquisição em Portugal. Eram comerciantes e saíram clandestinamente de barco, estabelecendo-se em Bristol e Londres. Não me foi possível ainda comprovar se teriam tido ligações a Trás-os-Montes e saído pela barra do Douro. Sabemos, sim, que um dos mais antigos mercadores se chamava António Noronha, conhecido por Loronha e pejorativamente por Ronha. Na casa de um Alves Lopes funcionava, clandestinamente, a sinagoga. Ao Domingo iam às igrejas protestantes, não se apresentando como judeus.


O embaixador de Espanha, em Londres, denunciou-os, sendo presos e perdendo os bens pelo que, na quase totalidade dos residentes, deixaram o país.


No tempo de Isabel I viviam em Londres 12 famílias de portugueses mercadores, dos quais os mais importantes eram Álvaro de Lima, Bernardo Luís Freire e a família Anes.


Interrogado sobre estas famílias, um espanhol, que residia em Londres, afirmou:


- Pelo que sei e conheço e é público e notório em Londres, todos os portugueses são de raça judia e é notório que nas suas casas vivem e observam os ritos judaicos mas em público vão às igrejas protestantes e escutam sermões e comem pão e bebem vinho como os outros heréticos.


No tempo de Cromwel, aproveitando as tréguas entre a Holanda e a Inglaterra, uma delegação de mercadores ingleses visitou a Holanda. Os judeus de Amesterdão aproveitaram para discutir a possibilidade de regressarem à Inglaterra. O debate foi conduzido pelo Rabino Samuel Menasseh ben Israel, autor do célebre livro a Esperança de Israel, já então traduzido para inglês.


Foi convidado a visitar a Inglaterra, para lá se deslocando em 1654, acompanhado por Manuel Martins Dormido, que tinha antepassados transmontanos, saídos para o Brasil, depois ocupado pelos Holandeses durante o domínio Filipino. Libertado por portugueses, depois de 1640. Manuel Martins acompanhou os holandeses na retirada mas perdeu todos os seus bens no Brasil.


Quando chegou à presença de Cromwel expôs a sua situação, pedindo-lhe para intervir a seu favor junto do Rei de Portugal.


Em 22 de Fevereiro de 1655, Cromwel escreveu ao Rei de Portugal pedindo para ajudar Manuel Martins a recuperar os bens.


Tempos depois daquela visita, Menasséh e Manuel Martins Dormido solicitaram para os Judeus portugueses se fixarem na Inglaterra. Os pedidos foram renovados e a resposta difícil, mas Cromwel foi-os protegendo.


Um filho de Manuel Dormido, chamada Salomão, foi um dos primeiros a obter autorização, confirmada mais tarde por Carlos II. Ali criou um forte centro comercial.


Distinguiu-se o médico Dr. Jacob de Castro Sarmento (1691-1762), contribuindo para a comercialização do quinino, antifebril usado nas colónias para tratar o paludismo.


Este médico tinha antepassados transmontanos, tal como os membros da firma Machado e Pereira, estabelecida em 1688.


Notável e digna de referência pelo sentido humanitário judaico da caridade, foi a criação de instituições de solidariedade social em Inglaterra, por judeus de origem portuguesa e espanhola, em 1663, especialmente para assistirem doentes. Também, nesse ano, foi criada uma escola. Entretanto, um grande legado deixado por um abastado comerciante, com origem transmontana, Diogo Rodrigues Marques, permitiu fundar em 1675 a Mehil-Sedaca, instituição destinada a dar o dote a jovens órfãs pobres. Creio que ainda persiste. Foram também criados hospitais.


Muitos nomes comuns em Trás-os-Montes e nas Beiras, persistem em famílias sefarditas britânicas, dos séculos XVII a XIX: Azevedo; Rodrigues; Costa; Maldonado; Sequeira; Neto; Henriques; Mendonça; Almeida. Ali vivem, actualmente, 20 mil sefarditas.


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Em 1940 residiam na Holanda 160 mil judeus, dos quais, 4 mil trezentos e três com origem portuguesa. Amesterdão era conhecida pela Jerusalém do Norte. Muitos tinham origens beirãs e transmontanas. Apesar dos esforços feitos para provar que estes judeus eram de raça ariana, como os alemães e, também, do empenhamento do Cônsul de Portugal em Roterdão, Dr. Artur Simões de lhes das em pernis d’imigration, para regressarem ao pais de origem, Portugal. A criminosa fúria nazi, dos 4303 só deixou escapar 200, que se refugiaram em casa de amigos neerlandeses. Conheci um que viveu escondido debaixo de um soalho durante quase 2 anos.


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Sobre os Cristão-Novos do Brasil muito se tem escrito e as listas da Inquisição referem, por vezes, as suas origens transmontanas. Não vamos deter-nos sobre este ponto, o que nos levaria tempo mas ficará para aprofundar numa publicação.


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A imigração para os Estados Unidos fez-se, inicialmente, a partir da Inglaterra, de Londres, e também dos Países Baixos.


Na América do norte aparecem nomes portugueses entre os judeus: Rodrigues da Costa; Touro; Gomes; Mendes; Seixas; Morais; Nunes de Carvalho; Cardozo; Moisés Lindo. Alguns foram personagens ilustres, atingindo altos postos no exército e na vida pública, como jornalistas, professores universitários, comerciantes e industriais.


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A longa diáspora dos judeus portugueses, velha de mais de 500 anos, passou, de início, por Marrocos. A expulsão ou Gerush deu ali lugar a um novo grupo étnico, os megorashim (os expulsos), contrastando com os tochabin (os residentes).


Interessante é celebrar ainda hoje o purim de Alcácer Quibir, correspondente no seu calendário ao dia 4 de Agosto de 1578, em que foi morto D. Sebastião. Declamam poemas e é feita a leitura de uma memória registada numa megillah (rolo).


A derrota de D. Sebastião impediu a expansão da Inquisição no norte de África.


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Com mais tempo e sem martirizar os ouvintes, poderemos escrever sobre os que fugiram para a Itália e em algumas cidades tiveram bom acolhimento, antes de seguirem para a Turquia. Em Ferrara viveu Dona Beatriz Mendes, historicamente conhecida por Dona Gracia Nasi.


Altamente favorecido pelos dotes intelectuais e pela fortuna ali se distinguiu Duarte Pinel, com raízes transmontanas, cujo o nome mudaria para Abraham Usque. Manteve uma tipografia onde imprimiu a Consolação às Tribulações de Israel e também a primeira edição da Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro.


Alguns judeus portugueses não tiveram tanta sorte. Em consequência do Concilio de Trento acabaram por ser presos e levados para Roma, onde sofreram morte pelo fogo, entre eles Gabriel Henriques, que mudara o nome para Joseph Abraham Saralvo. Encarou a condenação com tanta coragem, que foi considerado um santo mártir – Há-Kadosh.



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Na América latina, nas antigas colónias espanholas, foi permanente e constante a presença de judeus portugueses, também seguidos pela Inquisição. Teríamos muitos para dizer sobre os vários casos apontados pela Inquisição. Limitar-me-ei a relatar o de um prestigiado cristão-novo, com raízes em Torre de Moncorvo, onde funcionou um importante rabinato, que superintendia sobre a região transmontana.


Trata-se de Luís de Carvalhal, o Velho, que em Espanha adoptou o nome de Luís de Carvajal y de La Cueva. Ficou órfão aos 8 anos e foi educado por um familiar, que, entre os 18 e 20 anos, o enviou para Cabo Verde de onde saiu para servir a Coroa Espanhola, durante 13 anos, como tesoureiro. Fez bons amigos da Corte de Felipe II de Espanha, vindo a obter o comando de uma frota, que conduziu o novo Vice-rei ao México.


Na viagem encontraram um barco de piratas, que venceram tendo descoberto a bordo um valioso tesouro, que remeteu ao rei. No México, o Vice-rei nomeou-o director do porto de Tampico e ali saiu vencedor de vários ataques de corsários ingleses e holandeses entre eles Francis Drake e Haukins. Quando fazia prisioneiros protestantes, era cruel e remetia-os à Inquisição. Entre 1568 e 1578, ajudou ao povoamento de várias regiões protegendo colonos vindos de Espanha. Mas era duro os ameríndios.


O seu empenhamento mereceu-lhe o reconhecimento real e, em 1578, regressou a Espanha, ali lhe sendo prestadas honras e concedido o direito a ser governador dos territórios que ocupasse na América.


A esposa e os parentes desta pediram-lhe que não regressasse à América mas que os acompanhasse para a Turquia, para onde queriam fugir. Argumentou-lhes que na América seriam livres, pois era um homem poderoso. Esta decisão resultou em tragédia.


Obteve autorização para que famílias espanholas viessem povoar os territórios que ocupasse. A maior parte deste colonos eram cripto-judeus.


Os clérigos espanhóis, desconfiados, forçaram o Vice-rei a, em 1583, a ordenar que o prendesse. Ficou encarcerado até à morte, ocorrida em 1590. e o mais triste foi terem-no condenado, na certeza e parece ser verdade, que ele era um católico sincero. Mas o castigo foi-lhe aplicado por não ter denunciado a família à Inquisição. Esta foi julgada e condenada, perecendo pelo fogo num auto-de-fé, em 1590.


—————–


A partir de 1580, Portugal foi integrado nos domínios de Felipe II de Espanha o que aumentou o fluxo de homens de negócios portugueses para o México, onde os seus descendentes fundaram pequenas comunidades, que se tornaram prosperas.


O Prof. Leonardo Senkman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, apresentou uma lista com o nome dessas povoações: cidade do México, Guadalajara, Puebla, Queratoro, Pachica, Oaxaca, Taxco, Zacateras e ainda outras. Comerciavam com Manilha e com as Filipinas.


A amplitude da rede do trato mercantil foi sempre uma característica judaica. Estes colonos casavam com famílias de cristão-velhos, muitas vezes, da nobreza, e enviavam os filhos para Universidades espanholas, o que não travou a fúria da Inquisição.


Em 1596, quarenta e seis judeus secretos portugueses foram presos, entre eles 2 de origem transmontana: Fernando Rodrigues Ferreira e Tomás da Fonseca.


Em 1649, houve um cortejo com 108 penitentes, dos quais, 13, foram queimados. Entre eles estavam Domingos Martes e Matias Pereira Lobo, com idênticas origens. A quase e totalidade destes mártires eram portugueses.


Por toda a América Latina há testemunhos de judeus secretos saídos de Portugal.


São evidentes na Martinica, no Chile, no Peru, no rio da Prata, no Surinam, no Brasil.


O fundador da Corporação dos bombeiros Voluntários do Panamá, chamava-se David de Castro e tinha raízes em Mirando do Douro.


El Salvador teve importantes políticos de origem judaico-portuguesa, descendentes da família Lindo, proveniente de Torre de Moncorvo. De 1841 a 1842, ali foi presidente da República o Dr. Juan Lindo, que se evidenciou como um notável impulsionador da Instrução Pública, criando uma ampla rede de escolas, reduzindo o elevadíssimo índice de analfabetismo daquele pequeno pais.


Entre 1847 e 1852, foi novamente Presidente da Republica, impondo-se como um dos mais queridos e apreciados. A família Lindo distribui-se por EL Salvador, Brasil e Panamá, evidenciando-se muitos dos seus membros, entre eles o banqueiro Joshua Lindo, ligado à construção do canal do Panamá.


Hoje, é praticamente impossível negar que nas famílias radicadas há gerações em Portugal, não haja mistura de sangue hebraico.


Já antes da fundação da Nacionalidade portuguesa havia judeus no território portucalense, descendentes das duzentas famílias deportadas para a Península pelo Romanos, dentre as mais prestigiadas de Israel. Mais de mil anos depôs em plena Idade Média, as sucessivas fugas de hebreus de Leão e Castela e, no Século XVI, a expulsão de milhares de Espanha para Portugal levaram na sequência da conversão forçada à mistura de cristãos-novos com cristãos-velhos.


No século XVII o anti-semita Manuel Faria e Sousa, com base no testemunho de um jesuíta, escrevia na sua História del Reyno de Portugal que 70% das famílias nobres se tinham misturado sem impedimento, afirmando: perigam na honra, bebem os erros no perigo e são perpétua mancha na nobreza.


No Século XVIII, fidalgos pretenderam fazer uma associação com base na pureza de sangue mas só duas famílias não tinham mistura. Até a própria Família Real dos Branganças era de origem judeia.


O povo foi mais lento nos cruzamentos mas processaram-se a partir do Marquês de Pombal, quando acabou com a distinção entre cristãos-velhos e cristão-novos. Aceleraram-se também com a extinção da Inquisição depois da Revolução de 1820 e mais tarde com a Revolução de 1910, separando a Igreja do Estado. Por todas estas razões, os judeus não podem em Portugal ser visto como um povo estranho, um povo à parte, mas como parentes próximos dos portugueses.


Certamente a xenofobia recusará esta realidade. Nos começos do século XX, Mário Saa, no seu livro a Invasão dos Judeus, apontou-os como gente à parte, influenciado pela onda de anti-semitismo dos finais do século XIX, princípios do XX. Mas isto não o impediu de exaltar o mérito dos judeus trasmontanos, citando:


- António Granjo natural de Garção, Bragança; Ínclito democrata; Chefe do Governo, na 1ª Republica, assassinado em 1921.


- José Henriques Tota – nascido em Bragança; fundador do Banco Tota.


- Trindade Coelho – oriundo de Mogadouro. Jurista e escritor. Autor da colectânea Os Meus Amores e do In Illo Tempore, de leitura agradável e bom humor, sobre a vida académica do seu tempo.


- Mário de Sá Carneiro – natural de Bragança. Estudou na Sorbone: colaborou no Orfeu e foi poeta de sentimentos profundos, coloridos e metafóricos como corifeu do modernismo.


Senhoras e Senhores:


Foi um prazer e uma honra falar-vos desta gente, que na sua disporá levou tão longe o nome de Portugal e continua tão perto de nós, na mistura étnica, que nos acompanha e no profundo sentido humano que os princípios judaico-cristãos imprimiram e deram sentido à Civilização Ocidental em que nos integramos.


*Palestra na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, em 21.09.2007.

7 comentários:

  1. Se a casa de Bragança era Judaica, os Católicos não existiam em Portugal em todo o seu período e em Espanha também, certo ?


    João Felgar

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  2. Os Cristãos existentes em Portugal y Espanha eram Judeus, e não católicos e trago em latim.

    Nazareth, Roi des Juifs. Beauptum: Jesus Nazarenus, Rex coup de Juiss lurent cette in Judæorum. Hunc ergo titu- scription, parce que le lieu où Jum multi Judæorum

    1697
    EXCERTO DO TEXTO – PÁGINA 834
    Le saint Evangile de Jesus-Christ selon Saint Jean, . ... 22. en hébreu Golgotha : Luc . ... la croix , où estoient poluit fuper crucem . écrits ces mots : JESUS DE Jesus Nazarenus , Rex Erat autem scriptum : NAZARETH , ROY DES Judæorum

    Christian Heinrich ECKHARD · 1742
    Ex quo quantiuis pretii diplomate multo plenius reltitui poteft genealogia Reguin Burgundiae , quam eam exhibuit Nic . ... Regum Francorum DAVID BLONDELLvs in libro fub tit . ... GVICHENON dans l'histoire genealogique de la royale Maison de Savoye ; et Comituin Flan . driae OLIVARIVS VREDivs in Genealogia

    Ego in Dei nomine E VERARD VS Comes, cum coniuge GISL A buius teftamentum diuifionis fieri inter in fantes noftros institui , quorum haec fient nomina Vnroch, Beren. garius, Adalardus, Rodulphus, Engeltrúd, Iudith, Heilwich etc. AV BERT. MIRAE vs in Codice donat. piarum; Cap. XV. Ita ex diplomatibus genealogiain. Regum Francorum DAVID BLONDELLvs in libro fub tit. Genealogiac Francicae plenior i affertio; Ducum Sabaudiae s AM. GVICHENON dans l'histoire genealogique de la royale Maison de Savoye; et Comituin Flandriae OLIVARIVS VREDivs in Genealogia Comitum Flandriae praeclare illaftrarunt. Vtinam hifce luminibus quoque vsi effènt, qui Germaniae principum genealogiam ex instituto perpoliuerunt, forfan certiora et meliora de illuftriffimarum Germaniae familiarum increinentis et mutationibus habere. mus. Sed egregia hac in historiae parte quoque fperare 'licet, poftquam facem aliis luculentissimam praetulit R. P. MARQVARDVS. HERGOT T in Genealogia diplomatica gentis Habs. purgicae, qua potiffimum vera auguftiffimae huius gentis exordia ex diplomatibus summa cum cura eruit et illuftrauit.

    Honor Regis judicium diligit ; and over his head, Rex David. Beriālus, i. Rex; & per aph. Hebr. Siloh, Gen.49. Judæorum Rex: velut Lat. Silius à Bafilius. Atqui ficut ab ios Auxisse reormaos, ita ab ejus derivato 6105, i. folus(S.141.) ema- 148 naffe certum eft Græc. oños, totus, unde non solùm gókos, i.discus, apud Screv. sed & xómos, magnus, Hebr. KOL, * & Lat.Solus ( Ital. & Hisp. solo, Gall. seul, Angl: Self, Belg. Selve , self, & selfs , Germ.sellijft , & selber) olim ex Festo sollus, quod ofce dicebatur id , quod nos totum vocamus, unde sollers, & follemnis ; aliis folers , & fo- lennis, quode fusè ' Voffius. * Eandem profthefin agnoscunt:(1) Græc. drù in Att. xóxv, celeriter. (2)'Aas in Lat. fal( Ital. Sale , Hisp.fal, Gall.sel, Angl.falt, Belg. Sout, Germ.faltz) & Chym. kal. (3) Ab číparos leguminis species, puto effe Græc. xpóxos, & xpóxov, i. avena ,genus frumentaceum, it. herba quædam, Lat. crocus, & crocum , Hebr. KARCOM

    E tenho da Realeza Portuguesa Reis Judeus em latim, pelas casas de Limburg, Schonenberg, Brigantiam, Montfort, Savoie, Medina, Molina, Velasco, e muitas casas Portuguesas.

    João Felgar

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  3. nome Felgar veio de uma ferraria, que pertencia ao bispo de Braga era irmão de rei, e o senhor que tinha propriedades e negócios, a casa de Bragança pertence à Baviera. Estes trechos que vós faculto tem Felgar em seus nomes, em latim é Felgarum.

    Comiti Brigantiæ , fundatori Albae Augix Brigantinæ,ac filio unigenito Vlrici II.Comiti&Gamartingenfis,& Brigantini, qui fucceffit Hugoni fine liberis mortuoT: Ac deindè Sigcfrido II. Vlricus I V. genuit Rudolphum Comitem â Pfullendorff & Brigantia, Rudolphus verò faâus ina• ritus Wulffildis, Henrici Nigri VVelphonis Bavariæ Ducis filiæ,

    Genealogia Comitium Brigantino ; Ludouico fecundo Françorum & Germaniae rege;Hugonem fecundum ,& filiam Eberhard ocomiti à Sünneberg

    1 WAlrHErvs, comes de Bregantia, inter comites Sueuiaein peruetuftis Annalibus commemoratur, quiCarolo Martello Francorum maiori domus, Pipinimagni patrirefiftebant.
    2. BR1co, vel Bericho, anno Domini 730 fub Pipinoregefuit epifcopus Auguftanus:ad quem Bonifacius Anglus Germaniæ Apoftolus venit.
    3. V1c 1l1 v s,comes Brigantinus,& Rhætiæ altæ præfes. · ·
    4. PAvLvs,comes Brigantinus. . a.
    5 PAscaLI s,inepifcopum Curienfem ele&us, ex coniuge quadam Efopeia Visorem fufcepit,epifcopum pariter Curienfeth : qui Caccienfe coenobium in Rhætiaalta pro Canoniffis virginibus fundauerat, anno 760. Cuius forores,Vefpilia abbatiffam egit ' Caccienfiscoenobii, Vrficinaverò monialem.
    6. ADAlBERT v s,vulgò excognomine comes de Rotenfan. ,
    7 . ANs HELMvs, Roderici comitis & Palatini Rhætiæ altæ, à Ludouico fecundo 1 ppulfi, frater germanus: cuius alii germani, Henricus comesin Vucrdcnberg, & Rolandus in Herrenbergac Tubingen,extiterant.
    8 HvNIFR1D v s,comes Bregantiae,circaannum Salutis 840.
    9 AdALBER rvs, Vgalricula & Hennam filiamreliquit.
    10. VDALR1c V s, ex filia comitis Vualtherialterum Vdalricumtulit.
    11 VDALR1 cv s hoc nomine fecundus,Ioannem progenuit. ,
    12. IoANNE s,ex regina Francig circaannum Domini 930, Vdalricum tertium progenuit.
    13 ; VALRI cv s hoc nominc in ftemmate tertius, Ethonem & Hugonem procreauit.

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  4. 14 ErHo, ex domina Dietburgi Gebehardum praefulem Conftantienfe mtulit, authorem ccenobii Peter shufenin fuburbio Conftantiæ, & ecclefiae collegiatæ in oppido Zyrzach: quiinnumerum fanétorum à Romanis pontificibus relatus fuit. Floruit circa annum 988
    15 HvGo , Ethonis fratergermanus,Vdalricitertii quoque filius,Luitfridum procreauit.
    16 Lv1r FR1D vs Marquardum comitem procreauit, & Adelhaidem nuptam Hartmanno comiti Dillingenfi,cui pro dotc Wyntherthur & Kiburgenfem comitatum attulitnam antea Brigantinorum comitum isfuerat vnde proccfferunt Adalbertuscomesin Achalm,Vdalricus comes in Gamartingen, Hartmannus comesâ Kiburg,&Vdaloricus epifcopusConftantiæ. .
    17 I.MARQvARD v s, Luitfridi filius,Albertum progenuit. .. :
    18. AlBERΤV s, Marquardi filius, occubuit in Apulia, & Hugonem reliquit.
    19 HvGo, Hugonis filius,fub Henrico tertio floruit. Quo tempore ciues Lindouiae continuainundatione lacus affliéti,liberantes fcè poteftate comitis4..marcisargenti, reJiisaedibus ininfulam Lyndouienfem fereceperunt, vbi monafterium fuerat Canonif. fàrum liberarum,ab Adalberto comiteâ Buchorn naufragium euadente cóftru&um. Cui aediculas coniungentes, affluentibusexlocis aliis compluribus, breui oppidum effecere, quodhodie Imperialeeft,& Lyndouia dicitur. Aliiautumant, Lyndouienfis ciuitatis fuiffé occafionem,quòd cum compreffiffet nobilemâ Bodincn, fugiens iram patris, Lyndouienfes accepta pecunia exemiffet, anno 1166.
    20. VDALR1 cv s fecundus, Vdalrici comiti sà Gamartin genfilius, Hugoni finc mafcula prole extincto,vt proximus genere fucccditin comitatu Brigantino.
    21 VDALRI cv s tertius,fuperioris filius,excomitiffa de Rhynfelden progenuit Vdalricum quartum,comitem Bregantiæ:& Rudolphum comitem de Pfulendorf, authorem coenobiiAvu fupra Brigantiam:hoceft,qui duéta vltimi comitisâ Pfulendorf & Sigmarigen,nata ,fa&us &adoptatus fucratcomcs illo1umlocorum. Quorum foror comiti à Pfyrd nupfit. ,
    22. VDALRI cv s quartus hoc nomine,tertii Vdalrici filius, ex comitiffa de Kalvu Hugoné fecundum & Rudolphum tertium progenuit. Quorú Hugo ex Veronica de Furftenberg Rudolphum quartum progenuit,cui comitiffaä Pfyrd coniunétafuerat.
    23 RvDoLPH v s tertius,ex Wulfhilde Henrici ducis Bauariæ & comitis ab Altorf filia multos liberos progenuit: videlicet Hugonem tertium, qui Tubingenfem palatina. tum fortitusfuerat, vnde Tubingenfes comites reétè defcendere dignofcuntur:&Rudolphum quintum.
    24 RVDoLPHY s quartus, Henricum procreauit,comitem de Bregantia & Pfuléd9tf. Quihunc fccutifunt,inccrtum. Cæterùm fubannum incarnationi§ Domini 1400. Wilhelmusgoihesá Brezantia reperitur, à quo Appcnccllcnfes& Rhy necenfcs defecerunt ,ad confœderatos Heluetiorüm. GE ueritia obiere.Filiarum Agnes com SÉ;

    João Felgar

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  5. Agora registos e provas do nosso Conde Henrique que veio de Limburg e não da Borgonha e irmão a Conrad e que deu acesso a Habsburg.

    On peut voir différentes opinions sur l'origine de ce prince dans l'Histoire génér. de Portugal , par M. Lequien-Neuville, Paris, 1700, tom. I, p. 70, et mieux encore dans l' Histoire génér. de Portugal , par M. De La Clede, Paris , 1735, tom. I, p. 157, Volfange, dit-il , ( il devait dire : Wolfgang Lazius) le fait naître à Limbourg. Cette altération de nom n'est pas la seule faute qu'il ait commise. C'est une plus grande méprise encore d'avoir, p. 156, placé le mariage de Henri avec Thérèse sous l'année 1072, cette erreur a déjà été relevée par M. d'Hermilly, traducteur de l'Hist. générale d'Espagne, de Jean de Ferreras, Paris, 1744, tom. III, p. 275, note C - Lazius dans son ouvrage De Gentium aliquot migrationibus a commis de plus graves erreurs encore par rapport au duc Henri, a qui il donne pour frère Adalbert, archevêque de Mayence et pour fils Henri, roi de Portugal et Conrad qu'il dit avoir été le dernier duc de la maison de Limbourg

    HENRICVs primus Comes Limburgicus, post discessum Godofredi, Balduini, & Eustachij, Bulloniensium fratrum & Ducum Lotharingiæ, ab Henrico quarto Imperatore factus est Dux Lotharingiæ,cui postca opem ferens contra Henricum V. filium, ab ipso Henrico filio primùm proscriptus eft,vnà cum eius filio,& deinde reftitutus. Henricvs secundus:Dux Lotharingiæ,& Comes Limburgensis

    GENEALOGIAE FRANCICAE IPLENIORASSERTIO.
    Vindiciarum Hifpanicarum, Novorum Luminum, Tampadum Hiftoricarum Et Commemtorum Libellis, Lotharingia Mafculina , Alfatia vindicata , Stemma Auftriacum, de pace cum Francis ineundaConfilium, de Ampulla Remenfi difquifitio, & Tenneurius expenfus, A JOANNE JACOBO CHIFFLETIO. Anno MDCLIV cam Chrjfiamiffimi Regis Privilegio.

    21 avô paterno, Rudolfus I Germaniae Imperator
    Thoringorum, ideft non longé à Rheno Thoringorum & Felgarum termino conftitutum; his Antverpiæ permissum, nec ultra, redire ad fuos ritus , dum commune Belgarum fàcramentum pro novo imperio dicerent.

    20 avô paterno, Albertus I Austrico Stirae Dux Germaniae Imperator, teve irmão Rodulfus Suevi Dux
    19 avô paterno, Albertus Contractus Joanne Firretarum Imperator com Carinthiae Ducatu, teve irmãos, Rudulfos Austriaco Dux e Rei da Bohémia e Frederico II Rei da Germaniae
    18 avô paterno, Leopoldus Suevis Ducis, Imperator
    17 avô paterno, Ernestus Stirus Ducis, Imperator
    16 avô paterno, Frederico III & IV da Germaniae Imperator com Hadsbourg, Austria e Espanha com Leonora de Portugal
    15 avô paterno, Maximiliano I da Germaniae Imperator, Espanha com Maria de Bourgonha filha de Louis XI rei de França.

    mayore Dynastiae, titulo Dominii posfesfae (9). Felgarum §. XII. Omnes illi Principatus deinceps fingulis Regiones, parebant Principibus. Sed feculo labente XV. magna ex parte per Pacta, per Nuptias, aliosque Dominii transferendi titulos , post mortem c A R o L r Burgundici , a. I477. per filiam unicam MARIAM, MAXIMILIANO Archiduci Auftriaco muptam, transierunt in ius et ditionem Familiae Auad unum ftriacae, atque ita ad unum eun'emque devenerunt Princi: Principem , c A R o L v M V. Imperatorem , quamಸಿನಿ quam fuâ quisque imperii formâ. Qui et ipfe a. 1555 ;(9) H EI NE cc 1 1 Opp. T. II. P. I. Exerc. XXII. -de Ducatus et Ducum Lotharingiae praerogativis p. 757

    14 avô paterno, Philippus I de Espanha Imperator

    Philippus iufferat. Belgio I». & colloquio fatis id compertum , cum affeueraret, fi clementer haberemtur, comjiamtes obfequij omnesfore. experiundo didiciße, Felgarum ingemia impellim

    Philippo. Valesio. Eono. (1) Burgundionum. Felgarum. et. Christiani. orbis. Maximo. Principi.Indulgentissimo. Domino. Qui. postquam. Brabantia. Limburgo. Luxemburgo. Namurco. Hannonia. Hollandia. Zeelandia. Frisia. Belgicæ. provinciis. Imperium. Burgundicum. propagasset. Augustissimum. aurei. Volieris, Ordinem instituisset, fatis. conc

    João Felgar (Felgarum é em Latim)

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  6. 13 avô paterno, Carolus V é Imperator Germaniae e Espanha I

    12 avô paterno, Philippus II de Espanha com Catharina de Bragantiae, teve um irmão que era o Fernando I Germaniae Imperator

    Catharina Ducifîà Bragantiæ , ejusdem Eduardi filia , & Philippus Rex Caftellæ Elizabethæ filiüs.; A Philippo IV. (PhiIippi II. qui armis regno potitus eft, nepote) Lufitani regiminis Caftellani pertaefi, defcifcentes, Iohannem Bragantiæ Ducem,Theodofiifilium, & Catharinæ nepotem ad regnum promoverunt: €aftellani id ut in^ juftè, & nequiter fà&um incufànt: Quod non folum jure fànguinis, fed juftae vitoriæ, Philippüs II

    11 avô paterno, Theutonio de Bragança com Anna Velasco
    Theutonio de Braganza, qui portera le titre d'évêque de Fez
    10 avô paterno Joannes IV Rei de Portugal,

    A Philippo IV. ( Philippi II. qui armis regno potitus eft,nepote)Lufitani regiminis Caftellani pertaefi , defcifcentes, Johannem Bragantiæ Ducem , Theodofii filium , & Catharinæ nepotem ad regnum promoverunt: Caßellani id ut injuftè,& nequiter faétum incufant.

    honori Ferdinardi Auftriaci Felgarum Gubernatoris à S. P. Q. Antuerpienfi decreta , & adornata cum figuris & iconibus, à P P. Rubenio, delineatis, & commentario Cafperii Gevartii. Antuerpiæ, à Tulden, 1641. in-fol. atl. v

    Regiæ Philippi IV. ad Marchioncm de Caracena Belgii Hifpanici Gubernatorem;Jus Felgarum circa Buliarum Pontificiarum Receptionem : y el otro : Defenfio Belgarum confra Evocationes , & Peregrina judicia

    Archiducis Alberti Pj Felgarum Principit. Antvertypis Plantin. 1622.4.; Bergue S.J^immoch, Felgarum & Belgicâ

    PHILIPPO IV. quod non tantas haberet vires, ut vel fubditos rebelles frangere poffet. Hac opportunitate ufi Lufitani A. 164o. die 1. Decembris excuffo Hifpanorum jugo JoANNEM IV. Ducem Bragantiæ fibi Regem elegere. Galli in Belgio, Angli in Indiis ex ruinis Monarchiæ

    9 avô paterno Petrus II Rei de Portugal e Espanha (por termos direito de Sangue da Austria)

    8 avô paterno Joannes V (João Vimarae com ligação à cidade do Porto às festas de São Miguel) Rei de Portugal com Joanna Mathilda Fez (filha do Rei Buhazon V de Fez e de Marrocos, neta de Gaspar Benemerino, o reinado desta familia nasceu em 1195 por Jacob rei Judeu)

    O João V não casou com Anna d´Austria. Anna casa a Louis XIII.

    filius Ludovici XIII. & Anna d´ Auftriacae qui obih die I. Septembris anno 1715- In Hifpania poft Philippum III. vita funclumanno 1621, regnarunt Philippus IV. ejus filius ufque ad annum 1665

    Buhazon V dominante cm Féz advertiodo prudente, que falto da repuiado. elle tratou negócios da maior Importância , eotrtf outros o cafamento do Príncifíe D Joaô^ com fua iiiha, a Princesa D.Joanna^ qtie elie conduzio a Portugal

    D. O. M. B. M. V. Gaspar ex Sereniffima Benemerina familia, vigefimus fecundus in Africa Rex. dum contra Tyrannos a Catbelico Rege anna rogat auxiliaria, liber effeflus, Through Germany, Bohemia, Hungary, Switzerland

    7 avô paterno Jorge Mello Duc do Infantado (existe decreto da mãe de João V a confirmar este procedimento do 2 filho)

    6 avô paterno Josephus Felgar, Cardinalis Valetta de Lisbon desde 1789 a 1815 (nasceu em 1745 em Santo André de Poyares)

    5 avô paterno António Simões Felgar com Maria Teresa

    O meu ADN é Rb1 U152, mas vivemos num estado de Direito e que não devia ser permitido gente Turca, Duartes Pios R-Z381*, ter património de Reis Portugueses

    Ninguém brinca comigo, a Verdade ade vir ao de cima, a Verdade

    João Felgar

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  7. Outras coisas como estas, provas em latim e adn de gente que querem parecer algo, e são outra coisa, fica ao vosso critério ajuizar, como bom Português, a mentira tem perna curta.

    Relativo à personagem de Duarte Pio de bourbon e orléans tem origem caucasiana e são provenientes da Turquia e Bizantino e deixo registo em latim da Santa Inquisição pelo Papa Adrianus VI, e mostra que a casa de bourbon nasceu em Bizantino por Jacques de Bourbon ou Borboniis e seu pai Sultão Solimanus e sua mãe é Marie du Luxemburg de Vendome

    Registo 1 - Succeffum é sucessor, Patrem é pai e Nativita é nascimento.

    HISTORIÆ ECCLESIASTICÆLIBER CXXVIII. ADRIANUS VI PAPA., CAROLUS V. OCCIDENTIS IMPERATOR

    S. XV. Solimanus ob finiftrum asaltus fruce cellum in rabiem a&us. Jac Bolius Solimanus ob adversum hujus expedi & feq. tionis fucceffum spe in rabiem versa, Jacques de tam impotenti ira commovebatur, ut Borbon.l.cit. parum abfuerit, quin furore ac indignatione abreptus ipsum Mustapham Sororium fuum hujus belli auctorem neciSæeal.XVI. addixiffet. Referunt Scriptorum non- A.C.1522.

    S. XXIV. Magnus Magister in fuo Palatio a Turcarum Imperatore in . Salutatus. Fac. de Riduo post, nimirum in ipfo Nativita Bourbon. D tis Christi Salvatoris fefto vigefima hin. du Siege de Rhodas quinta veces quinta Decembris die Solimanus urp. 682. bem, quam recens fuo imperio subjecerat, poflidendam ingreffus eft, ipfumque Magistrum, qui suum adhuc palatium incoluerat, invisit, multisque honorum significationibus cumulatum etiam Patrem fuum appellavit

    O filipe de bourbon era conhecido como turcis, está ai a prova, tenho outras de 1693

    Turcis induciarum violatoribus bellum obmovit, quo EUGENIUs deletis Ottomanorum viribus, Belgradum hungaricis ditionibus adjecit cum Temesvario. Utrique Urbi adjacens Regio cum Valachia per pacem Paffarovicenfem A. 1718. initam CARoLo VI. afferta. Pax haec neceffària fuit ad pellendum ex Italia PHIILIPPUM V. Andegavenfem Hifpaniae Regem

    o Miguel de Bourbon foi expulso por ser adúltero a João VI e hoje na república continuam a mentir a realizar perjúrio.

    Collecção de decretos & regulamentos: mandados publicar por Sua Magestade ...da lei de banimento de 1834
    pagina 140 - relativo a Infante Miguel como criminoso, usurpador e adultero;

    Porém, Senhor, a Honra de Vossa Magestade, e a dignidade da Nação ainda requerem mais, e Vossa Magestade Imperial não pode deixar de ouvir as suas vozes, quando mesmo estas sejam contrarias ás do sangue.

    The male lineage of the House of Bourbon and the House of Braganza are not the same.
    João of Orléans-Braganza is not from a male Braganza lineage but from the House of Orleans (which is a male lineage of the House of Bourbon). Therefore, the male Braganza lineage was another Y-DNA profile than the male Bourbon lineage.

    É sabido que o ADN de D. Duarte Pio de já foi estudado quer em Espanha (Prof. Lorente no processo do Colombo) quer em Portugal (GenoMed/AGP) e que qualitativamente confirma a origem Caucasiana.

    A origem de Portugal y Espanha vem de Limburg da Alemanha e não da Turquia.

    This means that no non-paternity event happened along the three studied in-depth paternal lineages although some rumors that the branch of Bourbon Orleans would be illegitimate (more details in Supplementary Materials). Therefore, the genetic analysis of the three DNA donors in this study revealed the Y-chromosomal variant of the Bourbon lineage, including King Louis XIII, King Louis XIV and Louis, le Grand Dauphin (Figure 1). No paternal relationship was found between the living DNA donors and the donors of the blood sample of Louis XVI or the head of Henri IV. First, the Y-chr of the donor of the blood sample belongs to haplogroup G(xG1,G2) while the living Bourbon members belong to R-Z381*.

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