O novo presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves (PSD), defendeu hoje que a viabilidade da exploração do minério de ferro naquele concelho depende "apenas" da vontade do Estado em levar para a frente o projeto.
"As minas têm viabilidade, desde que o Estado queira acreditar neste projeto da forma como um anterior ministro da Economia o entendia, ou seja, fulcral e dinamizador do próprio país e não apenas do concelho ou do distrito", afirmou Nuno Gonçalves.
Considerando que se trata de um projeto "nacional" e de um investimento que "poderá ser superior ao que foi feito com a Autoeuropa", o autarca sublinhou que a empresa mineira ou o município "não têm capacidade de, só por si, alocarem o investimento, pelos valores de que estamos a falar".
"Desde logo, pela necessidade de construir um mineroduto", justificou.
As dúvidas do autarca - que acumula o cargo de presidente da Associação de Municípios dos Douro Superior (Torre de Moncorvo, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa) - passam, por isso, pela forma como o minério poderá ser transportando, numa primeira fase do projeto, e da despesa que daí advém.
"O transporte do minério por via-férrea poderia ser uma solução. Porém, com a desativação da linha de caminho-de-ferro que liga Barca d'Alva a Espanha torna-se impensável. Um erro que foi cometido há vários anos e sem poder, para já, ser resolvido. A modernização da linha do Douro seria outra das soluções de transporte para as siderurgias situadas no Litoral", explicou.
No entanto, o autarca coloca em cima da mesa a hipótese de construção de fornos siderúrgicos no local da exploração mineira, para facilitar a transformação de minério de ferro em lingotes, o que poderia ajudar a facilitar o transporte da matéria-prima e, ao mesmo tempo, criar emprego.
"O concelho de Torre de Moncorvo tem matéria-prima, como é o minério, que pode ajudar a beneficiar a economia nacional", frisou.
"Entendo que o Estado deve começar a pensar que as matérias-primas estratégicas de que dispõe no seu território, como é caso do minério, podem servir para, definitivamente, ajudar a alavancar a economia nacional", acrescentou.
Na opinião de Nuno Gonçalves, o projeto mineiro para o concelho de Torre de Moncorvo sofreu algumas "vicissitudes" logo no início, por ter então apenas uma empresa interessada na exploração, só aparecendo outra num segundo momento.
in:rba.pt
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