A Guarda Nacional Republicana (GNR) reorganizou 163 postos em 72 agrupamentos por todo o país para evitar o encerramento de serviços de proximidade devido à falta de efectivos, indicou hoje o comandante operacional nacional, Mourato Caldeira.
A reorganização já está em curso "há alguns anos", irá prosseguir onde for adequada e "é um modo de operar que a Guarda entendeu por bem implementar para evitar justamente o fecho de postos", de acordo com o responsável.
O comandante do Comando Operacional da GNR falava, em Bragança, à margem do Dia da Unidade local daquela força de segurança, que assinalou hoje 101 anos.
Na região de Bragança estão concretizados dois agrupamentos, os de Morais/Izeda, nos concelhos de Macedo de Cavaleiros e Bragança, e Rebordelo/Torre D. Chama, nos concelhos de Vinhais e Mirandela.
Com esta agregação, em cada agrupamento estão disponíveis 26 elementos para responderem às necessidades das populações, de acordo com o comandante distrital da GNR de Bragança, Sá Pires.
Um posto "necessita de 18 elementos para funcionar plenamente com todas as valências", como explicou o comandante operacional nacional, mas a GNR "não tem efectivos para garantir" esse número em todos os postos.
"Só temos duas alternativas: ou fechamos postos e concentramos o pessoal noutros que depois garantam essa zona onde fechou o posto, ou então nós concentramos os homens para determinado efeito e para determinadas valências, mas mantemos durante o dia ou durante um 'X' número de horas esses postos abertos apenas para atendimento", continuou.
Com o agrupamento, mantém-se o contacto mais próximo e as pessoas não têm de deslocar-se até à sede do "posto-mãe".
O comandante operacional da GNR vincou que "a vantagem de não encerrar os postos é não criar um sentimento de insegurança às pessoas".
"À falta de outras coisas que têm fechado, nomeadamente no Interior, se fechamos também um posto, nós estamos a criar mais insegurança, pelo menos o sentimento de insegurança aumenta certamente", considerou.
O número de novos efectivos não é suficiente para colmatar as saídas, segundo ainda o comandante operacional.
Actualmente estão em formação 400 novos guardas, um número que "é pouco", quando comparado com "o número de homens e mulheres que têm saído nos últimos anos".
"Se nós virmos aquilo que é o dispositivo da Guarda e as falhas que temos nesse dispositivo, como é evidente 400 não vão colmatar só os que saíram o ano passado", afirmou.
Segundo disse, nos "últimos anos têm saído sempre à volta de 900 a 1.000 pessoas" e "o normal eram alistamentos de cerca de 1.000 e agora não tem sido possível".
A crise nacional tem ditado a contenção no recrutamento e as dificuldades do país reflectem-se também na vida profissional e pessoal dos militares da Guarda, como fizeram questão de lembrar os superiores hierárquicos nestas comemorações em Bragança.
Lusa/SOL
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