quarta-feira, 28 de maio de 2014

Aldeia de Rio Frio - Caracterização

Abarcando uma boa fatia de território na área oriental concelhia, Rio Frio dista uns 25 quilómetros para sudeste da respectiva capital, unindo-se a esta através da E.N. 218 (que liga Bragança a Vimioso). Com a recente inauguração do IP 4, entre Bragança e Quintanilha, Rio Frio terá beneficiado de algum encurtamento naquela distância, para além do manifesto melhoramento da acessibilidade.
O rio Sabor, correndo de norte para sul, traça os limites ocidentais deste território paroquial, onde predomina uma topografia de tipo planáltico e não especialmente acidentada (a altitude média orçará pelos 400 metros). Contando cerca de 350 habitantes, a freguesia integra os povoados de Rio Frio e Paçô.
Num outeiro designado de Cabeço do Castro, cuja eloquente toponímia havia já suscitado o interesse do Abade de Baçal nas suas “Memórias”, terá assentado outrora um presumível povoado fortificado castrejo da Idade do Ferro. É esse, segundo Emídio Garcia (autor de uma recente obra monográfica dedicada a Rio Frio), “um local dominante, ladeado pelos ribeiros da Jordana e Grial a poente e pela Ribeira das Maias a norte e nascente”. Estes pequenos cursos de água vão logo adiante confluir num só, tomando o nome de Ribeiro Gamelo, tributário da margem esquerda do Sabor.
Numa doação a favor do mosteiro de Castro de Avelãs, documentado datado de 1144, menciona-se já a povoação sede de freguesia, então designada “Rivo-Frigido do Monte”.
Cerca de um século depois, nas “Inquirições” de 1258 (ordenadas por D. Afonso III), surge já nomeada a respectiva instituição paroquial, com o nome de “Santa Maria Rivulo Frigido”. No reinado seguinte, e muito concretamente em 1299, D. Dinis ter-lhe-á concedido foral, assumindo o título de vila.
Com a criação do concelho de Outeiro, por 1514 e a mando de D. Manuel I, Rio Frio passaria a integrar essa circunscrição administrativa até à respectiva extinção, com as reformas liberais e no ano de 1853, altura em que a freguesia transitou para o termo de Bragança.
O lugar e paróquia anexa de Paçô de Outeiro aparece igualmente noticiado nas “inquirições” de 1258, tendo constituído uma honra do mosteiro beneditino de Castro de Avelãs.
Em termos patrimoniais de índole arquitectónica, Rio Frio conta com um interessante templo de singela mas graciosa traça setecentista. Também de graciosa traça possivelmente setecentista é a Capela de N. Sra. ao Pé da Cruz, com confraria instituída em 1734. Quer a tradição que aquele culto tenha ali remota origem, referindo-se até a suposta oferta de uma imagem pelo Santo Condestável, que ali terá passado por 1386. Mais possui a freguesia a Capela de N. Sra. das Necessidades, erguida no alto de um proeminente outeiro, de onde se disfruta de abrangentes panorâmicas.
Em Paçô pode apreciar-se a respectiva Igreja, a qual integra na frontaria um portal em arco redondo com data oitocentista. Há ainda as Capelas de Santa Ana e do Senhor do Resgate e diversos cruzeiros. Na arquitectura civil merecem referência um edifício solarengo do século passado conhecido por “casa do joãozinho” e a Fonte do Olmo, de cantaria e encapelada.
Tradições
Durante as festas religiosas celebradas nesta freguesia e, também, nas tardes de Domingo, a população costumava reunir-se para conviverem e se divertirem praticando diversos jogos
tradicionais. Estes jogos, embora menos praticados que antigamente, hoje em dia ainda são
praticados pelos habitantes desta freguesia, os quais vêem neles uma forma de expressar a sua tradição.
Os jogos do Fito, do Cântaro e da Sueca são exemplos dos jogos praticados na freguesia de Rio Frio.

in:cm-braganca.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário