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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Fraga dos Corvos continua a dar contributos arqueológicos

Na Fraga dos Corvos, em Vilar do Monte, concelho de Macedo de Cavaleiros, onde se fazem investigações desde 2003, foram feitas novas descobertas que em muito podem contribuir para o conhecimento dos antepassados da região.
Estamos a falar de povos que percorreram a região entre o século VIII e VI A.C.
Uma das descobertas é a existência de vias de circulação entre o nordeste transmontano e Espanha, que seriam usadas para trocas comerciais.
Estas podem ser as estradas primitivas dos Zoelae, conhecidos de forma corriqueira como romanos.
Elsa Luís frequenta um doutoramento na área da arqueologia em Lisboa, e que está envolvida nas escavações desde 2007.
“Para nós foi uma surpresa, e é bastante interessante, ao percebermos que todos os indicadores que temos, dos artefactos que recuperamos, nos remetem para contactos com a zona de Zamora e de Salamanca.
Inclusive de vias de circulação interiores, em que estes produtos circulavam. O que começa a definir uma identidade cultural. Umas zonas de afinidades que até aqui eram difíceis de demonstrar.
Pensamos nós que poderão ter sido desenvolvidas até aos Zoela.”
Envolvido no projeto de escavação desde o início está João Senna Martinez.
Acrescenta que foram encontrados objetos de bronze que podem ser dos mais antigos do território nacional.
“Da primeira fase, particularmente importante é o facto de ser um dos dois sítios do norte de Portugal, (o outro é a Sola, no Minho, escavada por uma colega da Universidade do Minho, Ana Maria Bettencourt) em que nós temos evidências do fabrico dos primeiros objetos de bronze, liga de cobre mais estanho, daqui do território português. São os mais antigos.
Essa evidência, que está hoje muito bem estudada e suportada numa bibliografia que é extensa. Há mais de 20 artigos e duas teses de mestrado feitas a partir de dados da Fraga, além dos relatórios anuais que saem no Cadernos Terras Quentes.
Já isto é uma coisa profundamente nova.”
Diversos artefactos vieram à superfície, como agulhas, vasos ou utensílios de tecelagem.
Os arqueólogos contam haver sinais de ocupação de dois períodos históricos diferentes, ambos anteriores a Cristo.
João Senna Martinez – Essa povoação tem duas etapas da Idade do Bronze – Bronze média e numa etapa final, a puxar à transição para a Idade do Ferro.
Elsa Luís– Bronze média cerca da segunda metade do segundo milénio, antes de Cristo, e a outra ocupação entre o século VIII, VII, VI, antes de Cristo.
É esta a datação que temos“
A Fraga dos Corvos, situada perto da aldeia de Vilar do Monte, em Macedo de Cavaleiros, continua a dar contributos para o conhecimento dos antepassados da região.
Para além de objetos datados da Idade do Bronze e do início da utilização do ferro, foram descobertas vias de comunicação com Espanha.
Estão vedados 10 hectares, dos quais apenas 100 metros quadrados estão a descoberto.
As escavações prosseguem em agosto.

Escrito por ONDA LIVRE

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