Plano para combater desertificação não convence autarcas da região

A aldeia de Palácios, no concelho de Bragança, acolheu, ontem, as comemorações nacionais do Dia Mundial do Combate à Desertificação. Aqui residem diariamente apenas cerca de 30 pessoas e o fenómeno do despovoamento e envelhecimento da população é bem visível.
Para contrariar a desertificação, o Governo acaba de lançar um plano a nível nacional.
Ontem, em Palácios, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, defendeu que a valorização da floresta é uma das medidas para combater a desertificação e espera que haja apoios comunitários para projectos nesta área.
Medidas que não convencem os autarcas da região. 
Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança e representante dos municípios da região Norte na Comissão Nacional de Coordenação do Combate à Desertificação, diz mesmo que o problema da desertificação só poderá ser travado com medidas específicas para as regiões que estão a ficar sem gente.
Também o presidente da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes lança duras críticas ao Governo. Américo Pereira diz mesmo que as políticas que estão a ser seguidas ainda agravam mais a desertificação.
Os números divulgados ontem nesta sessão dão conta de uma diminuição de mais de 40 por cento da população no distrito de Bragança nos últimos 60 anos.
Só nas aldeias do concelho de Bragança residiam em 1960 perto de 29 mil pessoas, passando para menos de metade, ou seja pouco mais de 12 mil, em 2011.

Escrito por Brigantia