O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, considerou hoje "uma notícia positiva para a região" o avanço das obras do Túnel do Marão, sublinhando que se trata de uma obra que "devia estar concluída há muito tempo".
"É uma notícia positiva para a região e a concretização dos anseios de muitos transmontanos que pretendiam ver esta obra concretizada, não num futuro próximo, mas num passado longínquo", afirmou em declarações à Lusa o autarca social-democrata.
A adjudicação por um valor de 88 milhões de euros do túnel com cerca de seis quilómetros aduas subsidiárias das Teixeira Duarte foi anunciada, na terça-feira.
Já hoje, a Estradas de Portugal (EP) anunciou que já foram também adjudicadas as restantes fases da empreitada, uma relativa à construção da ligação da A4 de Amarante até ao túnel, entregue à empresa OPWAY Engenharia S.A. por 29,5 milhões de euros, e outra para a ligação do túnel a Vila Real, adjudicada ao consórcio Ferrovial Agroman, S.A. e Lena Engenharia e Construções, S.A. por 28 milhões de euros.
As três empreitadas para a ligação de cerca de 26 quilómetros entre Amarante e Vila Real, incluindo o túnel, representam um investimento global de 146, 4 milhões de euros, com "uma poupança de 57,6 milhões de euros face às estimativas iniciais", segundo a EP.
A construção da Autoestrada do Marão, que tinha sido iniciada pelo consórcio liderado pela Somague, parou há três anos por alegadas dificuldades financeiras e foi resgatada pelo Estado há dois anos.
O impasse na obra tem gerado contestação e preocupação a nível local, já que sem este troço continua incompleta a continuação da A4 e a ligação em autoestrada entre o Porto e a fronteira em Bragança.
O autarca de Bragança espera que esta via "sirva para aproximar as regiões e para a coesão territorial.
Hernâni Dias alertou, no entanto que esse objetivo poderá ser comprometido com a anunciada introdução de portagens no troço correspondente à autoestrada Transmontana, entre Vila Real e Bragança.
Enquanto a autoestrada do Marão foi concebida com portagens no túnel por continuar a existir a opção do IP4, a Transmontana tinha sido anunciada sem custos para os utilizadores, exceto nas variantes de Bragança e Vila Real, que têm também como alternativa o IP4.
O Governo anunciou recentemente que vai introduzir portagens sem adiantar em que condições ou quando.
O anúncio provocou uma onda de contestação a nível local e o presidente da Câmara de Bragança reiterou hoje que a medida "penalizará toda a região de Trás-os-Montes".
"Seria uma medida muito negativa e uma atitude de discriminação negativa em virtude de não haver nenhuma alternativa à autoestrada", declarou, acrescentando que "as mais prejudicadas seriam as pessoas de Bragança",
Hernâni Dias vincou que para fugir às portagens na Transmontana "viajar entre o Porto e Bragança pela nacional seria regredir 40 anos" e lembrou que quem vive em Bragança é obrigado a muitas deslocações ao Porto tanto a nível institucional como para tratar problemas de saúde.
HFI // MSP
Lusa/fim
Sem comentários:
Enviar um comentário