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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Povoada desde a pré-história, como o comprova o castro de Avelãs existente a 3km, Bragança era já uma importante cidade no período de ocupação romana tendo sido denominada Juliobriga, substituindo a anterior designação de Brigantia.

Bragança localiza-se na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, no extremo nordeste do país, a cerca de 20km da fronteira com Espanha, na denominada Terra Fria. 

Povoada desde a pré-história, como o comprova o castro de Avelãs existente a 3km, Bragança era já uma importante cidade no período de ocupação romana tendo sido denominada Juliobriga, substituindo a anterior designação de Brigantia. 

Durante a Idade Média, Bragança centra-se num núcleo muralhado sobranceiro ao vale do rio Fervença, conhecido como Cidadela e que mantém a sua morfologia medieval até aos nossos dias. 

A marca visual da Cidadela é constituída pelo Castelo, um recinto com quatro torres circulares, no centro do qual se ergue a Torre de Menagem, construída no séc. XV, com traços arquitectónicos góticos. Alberga, desde 1983, o Museu Militar com peças de armamento desde o séc. XII até à II Guerra Mundial. Ainda no interior do castelo, adossada à face norte, localiza-se a Torre da Princesa, ligada a lendas de amores e princesas prisioneiras, que constitui um excelente miradouro sobre a cidade. 

Junto ao Castelo localiza-se outro ex-libris da cidade - a Domus Municipalis. Datado do séc. XIII é um monumento singular da Península Ibérica, representativo da arquitetura românica civil, com a dupla função de cisterna e Sala de Reuniões da Câmara. Construído em alvenaria aparelhada de granito, a sua planta conforma-se num pentágono de lados desiguais e os alçados são ritmados por uma arcaria de volta perfeita. LER MAIS 

No núcleo central da Cidadela ergue-se ainda a igreja de Santa Maria que poderá remontar aos primórdios do burgo, mas cuja edificação atual data do 3º quartel de quinhentos e cuja fachada apresenta um portal barroco. 

A primeira cintura de muralhas, que envolve o núcleo antigo, remonta ao séc. XII, sendo reforçada por um segundo pano no séc. XIII. É reconstruída e reforçada nos séc.s XV e XVI, devido à sua destruição pelos sucessivos conflitos aí travados. A muralha é dotada de torreões circulares e coroada por um caminho de ronda. Possui três portas: a nascente a Porta do Sol e no remate poente do arruamento principal uma dupla entrada, a Porta da Vila na face exterior, e a Porta de Santo António, ladeada por dois torreões, no interior junto ao edificado. 

Fora do perímetro muralhado, próximo da Cidadela, é edificado no séc. XIII o Convento de São Francisco, uma edificação de raiz românica com fachada maneirista de 1635 e reconstruído no séc. XIX. 

Em 1464, D. Afonso V concede a Bragança o Foro de cidade, uma das mais antigas de Portugal. 

Devido à sua posição estratégica do ponto de vista militar na zona fronteiriça e à crescente importância do comércio da seda, Bragança desenvolve-se e expande-se para o arrabalde a oeste, hoje o centro histórico da cidade. 

Durante os séc.s XVI a XVIII a malha urbana consolida-se. São construídas várias casas brasonadas ou solares, como a Casa do Arco, que podemos apreciar percorrendo as ruas do centro histórico. 

As igrejas e ordens religiosas que se instalam em Bragança são uma força motriz ao desenvolvimento urbano, pela construção de património e ao fomento do ensino, da saúde e da segurança social. 

Destaca-se a construção da Igreja da Sé, datada de 1562. Destinada inicialmente a um convento de clarissas acabaria por ser entregue à Companhia de Jesus que cria, em instalações anexas, um Colégio. Hoje o conjunto foi recuperado para a instalação do Centro Cultural Municipal, Biblioteca, Conservatório de Música e Espaço de Memória da Cidade, mantendo-se a Igreja da Sé com entrada lateral e traça marcada pelas reformas do séc. XVIII. 

De uma forma genérica o séc. XVIII é um período próspero da cidade. Bragança possui um elevado número de famílias nobres, religiosos e militares a viverem na cidade, o que leva a que a malha urbana se consolide, mas não aumentando significativamente em área. 

Em 1764 dá-se a transferência da Sede Episcopal de Miranda do Douro para Bragança, passando esta a funcionar no antigo Colégio de São Pedro do séc. XVI, que sofre obras de ampliação e beneficiação para adaptação à sua nova função. No séc. XX este espaço é convertido em Museu sob direção do Abade de Baçal do qual adota o nome. Do seu espólio fazem parte uma coleção de peças de arqueologia, testemunhos da ocupação romana, como marcos miliários, pintura e escultura, entre outros. 

No séc. XIX, durante o período das Invasões Francesas, a cidade sofre um retrocesso, agravado pela extinção do comércio da seda, um importante motor económico da região, e pela filoxera da vinha que enfraquece a economia rural. Este fatores contribuem para a emigração da população e consequente perda demográfica. A área urbana no início do séc. XX não difere muito da do séc. XVIII. 

No início do séc. XX, a chegada do caminho de ferro e a construção da Estação, terminal da linha do Tua, conjuntamente com o rasgamento da Av. João da Cruz, veio criar uma nova zona de expansão urbana. 

Os planos de urbanização dos anos 40, da autoria de Januário Godinho, e dos anos 60, de Viana de Lima, regulam o crescimento da cidade. São abertos novos eixos urbanos e construído edifícios de serviços, como os Correios, o Palácio da Justiça, escolas públicas, o hospital, o Instituto Politécnico, unidades hoteleiras e zonas industriais. Isto introduz na cidade novas polaridades. Contudo, o aumento populacional continua lento, devido à forte emigração e ao isolamento demográfico causado pela condições topográficas e climatéricas adversas e às más acessibilidades. 

O crescimento urbano e demográfico é retomado a partir dos anos 70, auxiliado pela fixação de uma população estudantil. Com a adesão de Portugal à CEE, em 1986, Bragança aproveita os apoios comunitários para empreender uma reforma urbana, modernizando-se. São criadas infraestruturas básicas, novos eixos viários e áreas residenciais. 

Nos últimos anos, a política de desenvolvimento urbano de Bragança assenta na valorização do património, na requalificação urbana, na oferta diversificada de espaços culturais e na criação de espaços verdes. Estão a ser criadas novas acessibilidades ao centro do país e a Espanha, quer por meio terrestre, quer por meio aéreo com a criação do Aeroporto Regional de Bragança. 

Há uma clara aposta na arquitetura contemporânea no projeto de novos edifícios, nomeadamente o Teatro Municipal e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, projetado por Eduardo Souto de Moura. Este projeto foi galardoado pelo Instituto de Turismo de Portugal e pelo "The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Design", dos EUA. 

No âmbito do programa Polis, são empreendidos diferentes projetos que abrangem uma vasta área: Corredor Verde do rio Fervença, Centro de Ciência Viva, Praça Camões, Arranjo Urbanístico da Zona Histórica e da Encosta do Castelo e Iluminação Cénica da Cidadela.
O Corredor Verde do rio Fervença, que permite valorizar ambiental e paisagisticamente as margens do rio vem introduzir percursos pedonais e cicloviários que respeitam a topografia natural do terreno, quatro pontes de madeira que permitem o fácil atravessamento de uma margem a outra, novas zonas de lazer como parque infantil, esplanada e anfiteatro ao ar livre. 

O Centro de Ciência Viva está instalado no espaço da antiga Central Hidroelétrica, na margem esquerda do rio, incluindo também um antigo moinho utilizado na industria da seda, agora reabilitado. 

A pensar no futuro, nos últimos anos têm sido realizados estudos e implementados projetos para tornar Bragança numa Ecocidade. Pretende-se incentivar a fixação de industrias de baixo impacte ambiental ligadas à ecoenergia, promover o ecoturismo, interligado com a zona protegida do Nordeste Transmontano e a construção sustentável. 

Bragança afirma-se como uma cidade com muitos séculos de história, que sabe valorizar o seu património, mas com os olhos postos no futuro, apostando na contemporaneidade e num crescimento sustentável.

in:in-loko.pt

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