terça-feira, 25 de novembro de 2014

Fronteiras: Freixo de Espada à Cinta/Saucelle

Douro Internacional visto do lado de Portugal
Olá amigos! Depois de umas merecidas férias e compromissos profissionais inadiáveis, começo de novo com novos posts neste blogue. De certeza que alguns terão dito: "Epa, este gajo esqueceu-se de nós! Não actualiza o blogue nem nada..." Mas não..., não estou cansado do blogue nem vou deixá-lo. De facto, no Verão tive oportunidade de visitar novos lugares que serão de muito interesse com os que pretendo deliciar os leitores para além de relembrar os bons momentos que passei. Aproveito a ocasião para dar as boas-vindas aos novos amigos e para dizer que àqueles que fizeram comentários, terão a minha resposta em breve na mensagem onde os fizeram. Para os que me ofereceram fotografias de novos lugares que não aparecem ainda no blogue, tenho a dizer que já tenho, mas não tenho nenhum inconveniente em aceitá-las indicando, obviamente, a sua procedência assim que publicar uma nova mensagem sobre a região. Para estes e outros leitores que queiram fazer sugestões, perguntas, tirar dúvidas, etc., deixo o mail que acompanha este blogue:

historiasdaraia (at) gmail.com

E agora passamos à parte mais interessante. Hoje vou falar da região do Douro Internacional, mais concretamente da barragem de Saucelle (ou Saucelhe), que liga a localidade de Freixo de Espada à Cinta com Lumbrales, na província de Salamanca. Esta região está «povoada» por várias barragens que começam com a barragem de Castro de Alcañices, onde o Douro começa o seu curso internacional e se segue com as barragens de Miranda, Picote, Bemposta, Aldeadávila e Saucelle antes de ser inteiramente português a partir de Barca d'Alva.

Apesar de parecer uma região íngreme devido aos fortes desníveis que devem ser salvados, realmente é só no vale do Douro que isto se verifica. A Leste, na província de Salamanca, estende-se uma peneplanície apenas rota pelas arribas dos afluentes do Douro. A Oeste, na região transmontana, o Planalto Mirandês domina uma vasta região que chega até Mogadouro e que só começa a caracterizar-se por suaves lombas a partir desta localidade até Freixo, sendo que do Freixo até Barca d'Alva a região é mesmo muito montanhosa.

A saída do Freixo faz-se pela EN221 por uma estrada que serpenteia as lombas vizinhas até chegarmos a uma zona realmente íngreme onde é possível ver o Douro na sua extensão, entre montanhas, com vinhas em socalcos, amendoeiras e oliveiras. A descida para a barragem é relativamente rápida, já que em menos de dois km. já lá estamos. Ao contrário de outras fronteiras, nada indica que estamos a mudar de país a não ser um «P» e um «E» pintados na barragem com o número correspondente do marco fronteiriço. O mais engraçado é que mesmo à frente, do outro lado da estrada existe uma cabine que não sabemos se também estará partida em dois pela fronteira...

A região vale mesmo a viagem. Pretextos há e muitos: a sua gastronomia (não é possível deixar de esquecer a posta de vitela mirandesa, os enchidos, os vinhos e o excelente azeite da região), a natureza, o património, a observação de aves, rotas a pé ou pelas vias-férreas como as que ligam La Fregeneda com Barca d'Alva ou simplesmente querer ficar longe da civilização. Não é por acaso que esta região do Douro Internacional é uma das mais esquecidas de Portugal e do lado de Salamanca, a pesar de umas melhores comunicações facilitadas pelo relevo, podemos dizer a mesma coisa.

in:historiasdaraia.blogspot.pt

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