De facto os pastores conhecem como ninguém, os trilhos, as serras, o montes e vales, têm formas de estar próprias e usos e rotinas que importa dar a conhecer, valorizar e preservar. É isso que a autarquia alfandeguense está a fazer. Um levantamento dos rebanhos e pastores existentes, das necessidades, expectativas e do modo como encaram uma atividade que poderá estar em vias de extinção. O primeiro resultado deste trabalho vai ser apresentado na Festa da Montanha, que decorre em Sambade de 7 a 9 de novembro.
Trata-se de uma exposição fotográfica e um documentário sobre o dia-a-dia dos 41 pastores, que fizeram parte da primeira fase deste levantamento. A mostra abre ao público no dia da inauguração da Festa, 7 de novembro. A data vai também ficar marcada por um encontro de pastores, que assim poderão conhecer o resultado do trabalho e trocar ideias sobre uma atividade que ainda é uma importante fonte de rendimento para o concelho.
O facto é que os pastores sempre estiveram associados ao imaginário dos territórios de montanha e raro é o sítio onde não existem histórias e lendas relacionadas com estes homens. Sambade também não é excepção, daí que as lendas e tradições locais vão estar presentes durante os três dias da Festa da Montanha. São as “Histórias Contadas à Lareira” uma animação com base nas histórias, mitos e lendas do concelho de Alfândega da Fé. Recriações que são o resultado de um levantamento etnográfico realizado e que vai trazer para o recinto da Festa personagens típicas locais. As lendas das mouras encantadas, os pastores e a história dos lobos de Monte Mel vão povoar a tenda, instalada no Largo da Igreja, de personagens míticas associadas à serra de Bornes, noutros tempos designada como serra de Monte Mel.
Um reviver de tradições, usos e costumes aos quais se juntam os produtos típicos da Montanha. Na Festa há castanhas, cogumelos, queijos, enchidos e muito mais para degustação e venda. Uma espécie de mercado de montanha onde os traços identificativos do território vão estar em destaque. Este é o objectivo da organização, a cargo da Câmara Municipal de Alfândega da Fé e Junta de Freguesia de Sambade.
A primeira edição da Festa da Montanha traduz a vontade de ver dinamizadas as áreas rurais do concelho, fazendo das suas características endógenas factores de crescimento e desenvolvimento. A iniciativa vai ser momento de debate, reflexão, divulgação e fruição de todas as potencialidades destas áreas.
Um evento cultural, turístico e económico, que no fim-de-semana que antecede o S. Martinho tem na castanha um dos elementos chave. Numa freguesia onde a produção de castanha ronda as 400 toneladas e onde este fruto se assume como importante fonte de rendimento para os locais, importa também promover o debate sobre as suas potencialidades, características, métodos e formas de produção. É isso que vai acontecer durante o II Seminário dedicado ao tema, que se realiza a 9 de novembro.
Mas as potencialidades da montanha não se esgotam nos produtos e atividades e económicas, a montanha assume-se também como um importante recurso no campo turístico e na dinamização e promoção de atividades desportivas. Daí que a Serra de Bornes vá ser palco do I Trail da Montanha, uma competição com uma prova a contar para a Taça Nacional de Trail e que promete atrair muitos entusiastas desta modalidade.
Se a isto se associar a oferta de alojamento existente na freguesia de Sambade, onde está localizado o primeiro Hotel de Montanha do país a oferecer um SPA suspenso, ao ar livre, a mais de 1000m de altitude, e os projectos de turismo rural que têm vindo a surgir, como é o caso das Casas do Bairrinho, estão elencadas algumas das razões que fazem desta zona montanhosa do concelho um elemento importante na dinamização turística, económica e cultural do município. Factores que a organização espera ver potenciados com a realização da I Festa da Montanha.
Nota de imprensa CM Alfândega da Fé (Sónia Lavrador)
Sem comentários:
Enviar um comentário