segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PARA QUEM VÃO OS FUNDOS COMUNITÁRIOS GASTOS NO PLANTIO DE NOVOS SOUTOS?

Foi um facturar com ganância pelos mais expeditos

Há anos, com a vulgarização dos Projectos dos fundos comunitários, alguns engenheiros ou regentes agrícolas batiam as aldeias do interior e subiam as escadas dos agricultores para lhes propor a florestação de terras por aluguer e outros para elaboração de Projectos. Foi um facturar com ganância pelos mais expeditos. Tudo o mais foram quase só cinzas e plantações ao abandono. Na Ilha da Madeira falaram-me em alguns casos de vigarice. Isto é, sem os Projectos aprovados cobravam a fatia pelo trabalho técnico e nunca havia aprovação.

Em Portugal, dizem que uma associação de «castanheiros» foi criada à sombra da UTAD, mas distinta desta, pelo menos, na facturação. E o abocanhar de verbas do quadro comunitário é tal que se bate grande parte do país, apresentando os projectos como lhes interessa, assim se fala. Dizem que alguns senhores ligados à UTAD e os «compadres» e outros, farão um trabalho apresentado na sua essência envolvente como louvável, só que parece não o ser de todo. Alguns do meio mais atentos, acham estranho esta vocação principal de quem se arroga de servir universidade em investigar e inovar. Dizem que a associação quer monopolizar a fileira do castanheiro.

Já terá havido em tempos idos (não pude confirmar) professores credenciados ameaçados por, também, fazerem estudos oportunos, sérios e abrangentes sobre a castanha, em parceria com outros organismos insuspeitos e prestigiados, como o Instituto Ricardo Jorge. O que me parece, porque sirvo, como voluntário, há mais de 20 anos, um Projecto educativo, em que toda a verba entra na contabilidade da Universidade de Coimbra e por norma esta cobra à cabeça uns 25% a 30%. Se nos Projectos que a associação da fileira da castanha planifica, todas as verbas entram na UTAD, toda a Universidade beneficia. Mas, se passarem ao lado, alguém poderá andar a viver bem com a capa de benemérito.

Há municípios que se rendem a alguns «magos» universitários do tema. Para alguns agentes do desenvolvimento rural e local, os Projectos de plantação de souto e pomar deviam ser feitos em conjunto com os Municípios, associações florestais e proprietários para grande parte das verbas ficarem onde se plantam os castanheiros e motivam as plantações, gerando desenvolvimento local. Caso contrário poderá acontecer uns levarem mais os muitos milhares de euros e os outros ficarem com os problemas.

Curioso é dizerem-me que o projecto mais avançado no tratamento da doença do cancro do castanheiro é do IPB. Mesmo este tratamento já se comercializa e aplica noutros países há algum tempo. Intrigante é quando uns pretendem um pequeno apoio dos Serviços Florestais tudo são dificuldades e para as grandes verbas passarem para alguns «lobbies» parece que há condutas ou auto-estradas abertas.

Jorge Lage
in:diario.netbila.net

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