Era também poeta, escritor e jurista. Tinha 64 anos.
Morreu neste domingo, em sua casa, em Lisboa, Amadeu Ferreira, escritor, poeta, jurista e um dos maiores defensores da língua mirandesa, anunciou a família, em nota enviada às redacções.
Natural de Sendim, concelho de Miranda do Douro, Amadeu Ferreira nasceu a 29 de Junho de 1950. Há cerca de um ano que lutava contra um cancro no cérebro.
Era presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes, vice-presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Bragança e, desde 2004, comendador da Ordem do Mérito da República Portuguesa.
Autor e tradutor de uma vastíssima obra em português e em mirandês, também com os pseudónimos Fracisco Niebro, Marcus Miranda e Fonso Roixo, Amadeu Ferreira deixa obras científicas e literárias, em poesia e em prosa. Entre muitas outras, publicou, na área do Direito, Homicídio Preveligiado e Direito dos Valores Mobiliários; em poesia, Cebadeiros, Ars Vivendi / Ars Moriendi e Norteando; em prosa, La bouba de la Tenerie / Tempo de Fogo, Cuntas de Tiu Jouquin, Lhéngua Mirandesa – Manifesto an Forma de Hino e Ditos Dezideiros / Provérbios Mirandeses.
Traduziu para a língua mirandesa obras como Os Quatro Evangelhos, Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, Mensagem, de Fernando Pessoa, dois volumes de Astérix, e obras de Horácio, Vergílio e Catulo, entre muitos outros.
Foi, além disso, colaborador, sobretudo em mirandês, de diversos meios de comunicação social, nomeadamente do Mensageiro de Bragança, do Diário de Trás-os-Montes, do PÚBLICO e da rádio MirandumFM e publicou mais de três mil de textos, quase exclusivamente literários, em blogues como Fuontes de l Aire, Cumo Quien Bai de Camino e Froles Mirandesas.
A sua biografia e o seu mais recente livro, Belheç / Velhice, tem lançamento marcado para dia 5 de Março, na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
Cumprindo-se a sua vontade, o corpo será cremado. Não haverá cerimónias fúnebres.
Serão realizadas duas homenagens em sua memória esta semana: uma na terça-feira, a partir de meio da tarde, em Lisboa, na Casa de Trás-os-Montes, e outra na quarta-feira, à tarde, na Casa da Cultura de Sendim, onde os amigos poderão prestar-lhe homenagem, lendo textos da autoria do escritor ou simplesmente estando presentes.
O MEMÓRIAS E OUTRAS COISAS, apresenta sentidas condolências a todos os familiares e amigos.
TRÁS-OS-MONTES FICOU MAIS POBRE...muito mais pobre.
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(Henrique Martins)
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