segunda-feira, 9 de março de 2015

Tarefas do ciclo do linho eram desempenhadas maioritariamente por mulheres

No dia da mulher, foram recriadas em Bragança as tarefas ligadas ao ciclo do linho, desempenhadas maioritariamente por mulheres. O Teatro Municipal da capital de distrito acolheu um grupo de habitantes da aldeia de Baçal, no concelho de Bragança, que recriou a maioria das etapas ligadas à produção do linho.
Olga Mariz, de 62 anos, é uma das poucas habitantes da aldeia que ainda cultiva esta planta. Afirma que o trabalho do ciclo do linho não compensa para vender mas, fá-lo por gosto. “Ainda cultivo linho e trato de tudo, desde preparar a terra até que chega a uma toalha de mesa. Desde garota que ajudava a minha mãe no cultivo, tecelagem, a espadar e a fiar…
Comecei logo de pequena nos trabalhos do linho e adoro. Faço para mim e para os meus filhos porque compensar para vender, nem pensar”, conta Olga Mariz. 
Um trabalho que vai desde a sementeira até ao momento em que se tira da água e se procedem às etapas seguintes. Uma das mais pesadas e que, por isso, é reservada aos homens é a de “maçar” o linho. 
Guilherme Afonso, de 74 anos, foi o maçador desta recriação. O habitante de Baçal confessa que é um trabalho pesado e que tem de ser bem feito. “Para a minha idade já custa um bocado. Antigamente andava-se um dia inteiro a fazer isto com o pau na mão, ao qual chamamos sardão. Tem que ser um pau duro para não massacrar o linho. Depois temos um seixo grande no chão e batemos em cima do linho até que fique desfeito. Depois passamos para o colega para o esfregar. Tem que ficar bem batido. Quando não fica bem batido, na brincadeira, as mulheres atiram com ele à cara do maçador”, descre o habitante de Baçal. 
O Ciclo do Linho é o tema da reportagem “Raízes” que pode ouvir hoje, na Brigantia depois das notícias das 5 da tarde e ler na edição desta semana no Jornal Nordeste. 

Escrito por Brigantia

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