quarta-feira, 1 de abril de 2015

Fim das quotas leiteiras poderá ser desastroso para os produtores transmontanos

O fim das quotas leiteiras poderá ter consequências desastrosas para os produtores transmontanos vendo-se, alguns deles, obrigados a encerrar as pequenas explorações e a abandonar a actividade.

As propostas legislativas para o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) foram apresentadas esta quarta-feira por Arlindo Cunha, que negociou uma reforma da PAC em 1992 no Governo de Cavaco Silva, alertou para alguns riscos . "Acho que o fim das quotas leiteiras vai ter consequências desastrosas", afirmou à Lusa Arlindo Cunha.

Os produtores transmontanos também já se encontram muito apreensivos e sobretudo cépticos com o futuro das suas explorações que agora terão que competir com níveis de exploração do tipo industrial, já implantadas nos países do norte. Com o fim do sistema de quotas prevê-se que não haja casos de sucesso entre os agricultores que , por exemplo, sejam proprietários de 50, 200 ou mesmo de 500 vacas.

Com o previsível desaparecimento dos pequenos agricultores sobreviverão apenas as explorações de tipo industrial, que juntem mil, duas mil ou cinco mil vacas, com mais capacidade de competir nos mercados europeus de forma a colocarem a mesma quantidade de leite no mercado e a preços menos elevados.

Perante o quadro que se aproxima, os produtores de leite de Trás-os-Montes não sabem como vai ser o futuro, por isso manifestam algum receio e muitas incertezas. 

O regime de quotas leiteiras na Europa esteve em vigor durante trinta anos, mas oficialmente terminam hoje, dia 1 de abril, o que vai permitir que países como a Alemanha, frança, Holanda e Espanha produzam a quantidade de leite que quiserem, sem quaisquer restrições.

No caso do Nordeste Transmontano a actividade já se encontra em crise desde alguns anos, podendo esta medida contribuir para o aniquilamento total da actividade. Nesta região chegaram a existir mais de 300 produtores que colocavam nos mercados cerca de 180 mil litros de leite. Neste momento, apenas existem 70 produtores com uma produção estimada em 40 mil litros por dia.

in:noticiasdonordeste.pt

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