Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs. Entre os países que perdoaram 50% da dívida alemã estão a Espanha, Grécia e Irlanda.
O Acordo de Londres de 1953 sobre a divida alemã foi assinado em 27 de Fevereiro, depois de duras negociações com representantes de 26 países, com especial relevância para os EUA, Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava concentrada a parte essencial da dívida.
A dívida total foi avaliada em 32 biliões de marcos, repartindo-se em partes iguais em dívida originada antes e após a II Guerra. Os EUA começaram por propor o perdão da dívida contraída após a II Guerra. Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se a um compromisso. Foi perdoada cerca de 50% (Entre os países que perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda) da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado. E só em Outubro de 1990, dois dias depois da reunificação, o Governo emitiu obrigações para pagar a dívida contraída nos anos 1920.
O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento.
O acordo adoptou três princípios fundamentais:
1. Perdão/redução substancial da dívida;
2. Reescalonamento do prazo da dívida para um prazo longo;
3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor.
O pagamento devido em cada ano não pode exceder a capacidade da economia. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos. O valor dos montantes afectos ao serviço da dívida não poderia ser superior a 5% do valor das exportações. As taxas de juro foram moderadas, variando entre 0 e 5 %.
A grande preocupação foi gerar excedentes para possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo. Como ponto de partida, foi considerado inaceitável reduzir o consumo para pagar a dívida.
O pagamento foi escalonado entre 1953 e 1983. Entre 1953 e 1958 foi concedida a situação de carência durante a qual só se pagaram juros.
Outra característica especial do acordo de Londres de 1953, que não encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo de Londres eram impostas também condições aos credores – e não só aos países endividados. Os países credores, obrigavam-se, na época, a garantir de forma duradoura, a capacidade negociadora e a fluidez económica da Alemanha.
Uma parte fundamental deste acordo foi que o pagamento da dívida deveria ser feito somente com o “superavit” da balança comercial. O que, “trocando por miúdos”, significava que a RFA só era obrigada a pagar o serviço da dívida quando conseguisse um saldo de divisas através de um excedente na exportação, pelo que o Governo alemão não precisava de utilizar as suas reservas cambiais.
EM CONTRAPARTIDA, os credores obrigavam-se também a permitir um “superavit” na balança comercial com a RFA – concedendo à Alemanha o direito de, segundo as suas necessidades, levantar barreiras unilaterais às importações que a prejudicassem.
Hoje, pelo contrário, os países do Sul são obrigados a pagar o serviço da dívida sem que seja levado em conta o défice crónico das suas balanças comerciais
(Marcos Romão, jornalista e sociólogo. 27 de Fevereiro de 2013.)
terça-feira, 30 de junho de 2015
Votos, romagens e romarias, clamores e procissões, milagres - Referências nas Memórias Paroquiais de 1758
CONCELHO DE MIRANDA DO DOURO
GENÍSIO: Capela de Santa Cruz • 3 de Maio • Não tem romagem apenas se lhe canta a missa. Capela de S. Ciríaco • 8 de Agosto • Não tem romagem apenas se lhe canta a missa.
PICOTE: Capela do Santo Cristo dos Carrascos • Segunda oitava de Pentecostes • A quem se faz festa na segunda oitava de Pentecostes, aonde concorrem num dia muitas pessoas das povoações vizinhas de que se compõem feira, em que se vendem algumas coisas comestíveis e outras de pouca estimação.
PÓVOA: Capela de Nossa Senhora do Naso • 8 de Setembro • Em cujo dia vai muita gente em romaria à mesma Senhora de todos os lugares circunvizinhos e ainda de alguns de Castela, e neste dia se lhe canta com solenidade a missa.
Na terceira oitava da Páscoa da Resurreição há na mesma capela igual concurso de gente e nela se juntam doze procissões dos lugares: Ifanes, Constantim, Cicouro, S. Martinho, Avelanozo, Angueira, Especiosa, Caçarelhos, Genísio, Vilarseco, Malhadas e Póvoa, e
cada procissão destas tem sua imagem de Nossa Senhora, que todas nesse dia vão visitar a do Naso. Milagres (Capela de Nossa Senhora do Naso): «Conta-se por tradição que estando um homem deste lugar guardando umas vacas no sítio aonde agora está a sobredita capela da Senhora do Naso, ou Nardo (como alguns dizem) lhe apareceu Nossa Senhora e lhe disse, que fizesse naquele sítio uma capela. E respondendo o homem que sua mulher, por ser de génio e condição terrível, não havia de querer nem dar-lhe crédito, nem que se fizesse a capela. A Senhora lhe disse que sim, havia de querer e para que não duvidassem, à noite seguinte lhes mostraria o sítio da capela que haviam de fazer.
E nessa mesma noite olhando ambos de sua casa para o Serro do Naso, nele viram que andava uma procissão com muitas luzes demarcando o sítio da capela. Isto não obstante, não quiz a mulher que o homem a fizesse. Em castigo disto se lhe voltou a boca para um lado da cara e vendo-se assim castigada prometeu de fazer a capela e logo sarou e pondo em execução a promessa, acarretaram a pedra para fazer a capela com as suas mesmas vacas, as quais por mais que as carregassem nunca deixaram de levar o carro, nem mostraram sentir grande peso, nem era necessário mais que carregá-las. E depois elas mesmas conduziam o carro para o sítio da capela e voltavam aonde as haviam de carregar, sem que houvesse mister andar carreteiro com elas e quanto mais trabalhavam neste ministério mais engordavam.
Parece isto verosímil, porque ainda agora se não houver ermitão que queira estar na dita capela, obrigam aos descendentes desta família a tomar cargo da capela ou buscar ermitão. Também se conta que estando um homem preso, uns dizem que em terra de Mouros, outros que em Castela, onde quer que fosse, prometeu à Senhora do Naso de lhe fazer ao pé da sua capela um poço se o livrasse daquela prisão.
Feita a promessa, se achou um dia pela manhã às portas da capela da Senhora do Naso, preso como estava, com grilhões e algemas que ainda hoje, para memória deste milagre, estão pendurados na dita capela. Fez com efeito ao pé da capela um poço muito fundo com seu bocal de cantaria e o cesto com que dele tirou toda a terra ficou tão inteiro, se não houvesse servido. É este poço muito útil assim para dele beber o ermitão, como a gente que vai em romaria, por não haver outra fonte ao pé da capela.
SENDIM: Igreja Matriz (S. Pedro) • 29 de Junho e 15 de Maio • Festeja-se em duas festas anuais, uma a vinte nove de Junho, outra em quinze de Maio, em comemoração do milagre que obrou neste povo na extinção do pulgão, que em um ano, em que foi grande esta praga levando os moradores as vinhas em procissão se viu visivelmente que desertando delas a mesma praga, se fora afogar em vários poços por virtude do santo e em comemoração se lhe repete todos os anos a festa porque ainda continua em fazer-lhe semelhante beneficio. Milagre (Capela de S. Brás): «Na capela de S. Brás com o mesmo santo, o qual em um ano, que os gafanhotos perseguiram os pães nos limites deste povo, saindo o Santo por sorte lhe fizeram festa e o levaram em procissão às searas, das quais foi servido tirar aquela praga que levantando-se cobria o sol, comia os pães e infeccionava as águas e os fez o mesmo Santo afogar todos em umas lagoas, que ficam próximas a este lugar e por este grande milagre lhe ficou o povo fazendo festa todos os anos no dia vinte sete de Maio, sendo dia santo no lugar».
SILVA: Capela de Nossa Senhora do Rosário do Monte • 25 de Abril • Se juntam aí muitas procissões dos lugares vizinhos que
vão visitar a Nossa Senhora. Aí se faz como modo de feira vendendo coisas miúdas e de pouca quantidade.
Memórias Paroquiais 1758
GENÍSIO: Capela de Santa Cruz • 3 de Maio • Não tem romagem apenas se lhe canta a missa. Capela de S. Ciríaco • 8 de Agosto • Não tem romagem apenas se lhe canta a missa.
PICOTE: Capela do Santo Cristo dos Carrascos • Segunda oitava de Pentecostes • A quem se faz festa na segunda oitava de Pentecostes, aonde concorrem num dia muitas pessoas das povoações vizinhas de que se compõem feira, em que se vendem algumas coisas comestíveis e outras de pouca estimação.
PÓVOA: Capela de Nossa Senhora do Naso • 8 de Setembro • Em cujo dia vai muita gente em romaria à mesma Senhora de todos os lugares circunvizinhos e ainda de alguns de Castela, e neste dia se lhe canta com solenidade a missa.
Na terceira oitava da Páscoa da Resurreição há na mesma capela igual concurso de gente e nela se juntam doze procissões dos lugares: Ifanes, Constantim, Cicouro, S. Martinho, Avelanozo, Angueira, Especiosa, Caçarelhos, Genísio, Vilarseco, Malhadas e Póvoa, e
cada procissão destas tem sua imagem de Nossa Senhora, que todas nesse dia vão visitar a do Naso. Milagres (Capela de Nossa Senhora do Naso): «Conta-se por tradição que estando um homem deste lugar guardando umas vacas no sítio aonde agora está a sobredita capela da Senhora do Naso, ou Nardo (como alguns dizem) lhe apareceu Nossa Senhora e lhe disse, que fizesse naquele sítio uma capela. E respondendo o homem que sua mulher, por ser de génio e condição terrível, não havia de querer nem dar-lhe crédito, nem que se fizesse a capela. A Senhora lhe disse que sim, havia de querer e para que não duvidassem, à noite seguinte lhes mostraria o sítio da capela que haviam de fazer.
E nessa mesma noite olhando ambos de sua casa para o Serro do Naso, nele viram que andava uma procissão com muitas luzes demarcando o sítio da capela. Isto não obstante, não quiz a mulher que o homem a fizesse. Em castigo disto se lhe voltou a boca para um lado da cara e vendo-se assim castigada prometeu de fazer a capela e logo sarou e pondo em execução a promessa, acarretaram a pedra para fazer a capela com as suas mesmas vacas, as quais por mais que as carregassem nunca deixaram de levar o carro, nem mostraram sentir grande peso, nem era necessário mais que carregá-las. E depois elas mesmas conduziam o carro para o sítio da capela e voltavam aonde as haviam de carregar, sem que houvesse mister andar carreteiro com elas e quanto mais trabalhavam neste ministério mais engordavam.
Parece isto verosímil, porque ainda agora se não houver ermitão que queira estar na dita capela, obrigam aos descendentes desta família a tomar cargo da capela ou buscar ermitão. Também se conta que estando um homem preso, uns dizem que em terra de Mouros, outros que em Castela, onde quer que fosse, prometeu à Senhora do Naso de lhe fazer ao pé da sua capela um poço se o livrasse daquela prisão.
Feita a promessa, se achou um dia pela manhã às portas da capela da Senhora do Naso, preso como estava, com grilhões e algemas que ainda hoje, para memória deste milagre, estão pendurados na dita capela. Fez com efeito ao pé da capela um poço muito fundo com seu bocal de cantaria e o cesto com que dele tirou toda a terra ficou tão inteiro, se não houvesse servido. É este poço muito útil assim para dele beber o ermitão, como a gente que vai em romaria, por não haver outra fonte ao pé da capela.
SENDIM: Igreja Matriz (S. Pedro) • 29 de Junho e 15 de Maio • Festeja-se em duas festas anuais, uma a vinte nove de Junho, outra em quinze de Maio, em comemoração do milagre que obrou neste povo na extinção do pulgão, que em um ano, em que foi grande esta praga levando os moradores as vinhas em procissão se viu visivelmente que desertando delas a mesma praga, se fora afogar em vários poços por virtude do santo e em comemoração se lhe repete todos os anos a festa porque ainda continua em fazer-lhe semelhante beneficio. Milagre (Capela de S. Brás): «Na capela de S. Brás com o mesmo santo, o qual em um ano, que os gafanhotos perseguiram os pães nos limites deste povo, saindo o Santo por sorte lhe fizeram festa e o levaram em procissão às searas, das quais foi servido tirar aquela praga que levantando-se cobria o sol, comia os pães e infeccionava as águas e os fez o mesmo Santo afogar todos em umas lagoas, que ficam próximas a este lugar e por este grande milagre lhe ficou o povo fazendo festa todos os anos no dia vinte sete de Maio, sendo dia santo no lugar».
SILVA: Capela de Nossa Senhora do Rosário do Monte • 25 de Abril • Se juntam aí muitas procissões dos lugares vizinhos que
vão visitar a Nossa Senhora. Aí se faz como modo de feira vendendo coisas miúdas e de pouca quantidade.
Memórias Paroquiais 1758
Águas do Norte já foi constituída
Empresa Águas do Norte foi formalmente hoje criada, numa cerimónia que decorreu em Vila Real.
Esta nova empresa agrega as quatro extintas empresas SIMDouro, Águas do Douro e Paiva, Águas do Noroeste e Aguas de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O presidente das Águas de Portugal acredita que esta nova grande empresa do Norte será uma empresa de referência.
Afonso Faria frisa que a empresa constituída hoje vai permitir no futuro uma tarifa única.
A empresa Aguas do Norte fica sediada em Vila Real por despacho do conselho de ministros, e a primeira reunião decorreu hoje tendo Rui Santos presidente da Câmara de Vila Real sido eleito presidente da Assembleia-geral.
Com esta restruturação os trabalhadores das 4 empresas temem pelos seus postos de trabalho. Afonso Faria presidente das Águas de Portugal diz que todos são precisos não se vislumbrando qualquer tipo de despedimento.
O vice-presidente da Aguas de Portugal Manuel Thomaz é agora o presidente da Empresa Águas do Norte, cujo centro de decisão ficará em Vila Real.
Informação CIR (Universidade FM)
Esta nova empresa agrega as quatro extintas empresas SIMDouro, Águas do Douro e Paiva, Águas do Noroeste e Aguas de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O presidente das Águas de Portugal acredita que esta nova grande empresa do Norte será uma empresa de referência.
Afonso Faria frisa que a empresa constituída hoje vai permitir no futuro uma tarifa única.
A empresa Aguas do Norte fica sediada em Vila Real por despacho do conselho de ministros, e a primeira reunião decorreu hoje tendo Rui Santos presidente da Câmara de Vila Real sido eleito presidente da Assembleia-geral.
Com esta restruturação os trabalhadores das 4 empresas temem pelos seus postos de trabalho. Afonso Faria presidente das Águas de Portugal diz que todos são precisos não se vislumbrando qualquer tipo de despedimento.
O vice-presidente da Aguas de Portugal Manuel Thomaz é agora o presidente da Empresa Águas do Norte, cujo centro de decisão ficará em Vila Real.
Informação CIR (Universidade FM)
Confraria Ibérica da Castanha quer criar Centro Interpretativo da Castanha e do Castanheiro
A confraria Ibérica da Castanha quer criar um Centro Interpretativo da Castanha e do Castanheiro.
Uma ideia lançada na última edição da Norcaça, Norpesca e Norcastanha e que foi reforçada no passado sábado, altura em que foi inaugurada a sede desta confraria, no Mercado Municipal de Bragança.
O Grão-Mestre desta Confraria, Paulo Hermenegildo, frisa que pretende que este seja um centro dinâmico e com características que o distingam de outros centros interpretativos. “Gostaria de ver um edifício em forma de castanha gigante, possivelmente com o telhado em cobre. Que fosse um Centro Interpretativo com uma dinâmica interactiva com uns bungalows pendurados nas árvores, onde os turistas possam pernoitar, num souto, perto da cidade”, refere o Grão-Mestre.
Já o presidente do Município de Bragança acredita que Centro Interpretativo da Castanha e do Castanheiro poderá contribuir para preservar estas árvores que são actualmente afectadas por doenças e pragas que podem afectar a produção de castanha. “Certamente que um Centro desses viria ajudar a desenvolver alguns produtos que pudessem combater as doenças e a seleccionar as próprias plantas, fazendo uma análise dos solos”, considera o autarca.
Durante a inauguração da sede da confraria, o autarca deixou ainda um apelo a CCDR-N para que possa vir a apoiar este projecto, através da candidatura a fundos comunitários.
Escrito por Brigantia
Uma ideia lançada na última edição da Norcaça, Norpesca e Norcastanha e que foi reforçada no passado sábado, altura em que foi inaugurada a sede desta confraria, no Mercado Municipal de Bragança.
O Grão-Mestre desta Confraria, Paulo Hermenegildo, frisa que pretende que este seja um centro dinâmico e com características que o distingam de outros centros interpretativos. “Gostaria de ver um edifício em forma de castanha gigante, possivelmente com o telhado em cobre. Que fosse um Centro Interpretativo com uma dinâmica interactiva com uns bungalows pendurados nas árvores, onde os turistas possam pernoitar, num souto, perto da cidade”, refere o Grão-Mestre.
Já o presidente do Município de Bragança acredita que Centro Interpretativo da Castanha e do Castanheiro poderá contribuir para preservar estas árvores que são actualmente afectadas por doenças e pragas que podem afectar a produção de castanha. “Certamente que um Centro desses viria ajudar a desenvolver alguns produtos que pudessem combater as doenças e a seleccionar as próprias plantas, fazendo uma análise dos solos”, considera o autarca.
Durante a inauguração da sede da confraria, o autarca deixou ainda um apelo a CCDR-N para que possa vir a apoiar este projecto, através da candidatura a fundos comunitários.
Escrito por Brigantia
Iniciativa "Portugal 2.0" debateu futuro do interior ao longo dos últimos meses
Terminou ontem no auditório do Nerba, em Bragança uma série de debates que percorreram nos últimos meses a região transmontana sobre a "Iniciativa Portugal 2.0" com um debate sobre o futuro do interior, organizado pela empresa Colorelephant com o apoio da CCDRN.
O objectivo era identificar problemas e apontar caminhos para o futuro regional.
Num dos painéis dedicado à discussão sobre como comunicar a região, Ryan Opaz do Catavino, um blog de promoção de vinho direccionado para os mercados dos EUA e do Reino Unido, diz que não estamos a aproveitar o verdadeiro potencial da região quando não a promovemos integrada num pacote que venda Portugal por inteiro: “Pacotes turísticos organizados é uma boa forma de o fazer, por exemplo, trabalhar com pessoas como eu. Convençam-me a mim que eu convenço os turistas a verem o que precisam. Ou seja, as pessoas convencem-me acerca dos seus lugares...mas o que vimos no debate de hoje foi mais a forma de nos convencermos uns aos outros de que o não estamos a fazer bem, quando era suposto demonstrar a paixão que todos partilhamos. Aqui é que está a verdadeira chave para o problema, quem é que quer saber o que os outros pensam acerca de vocês? Isso não interessa.
Precisam é de dizer alguma coisa acerca de vocês. E se vocês se passam a vida a queixar-se disso, então estão a falhar a comunicar a vossa mensagem. Ignorem-nos e vão lá fazê-lo sozinhos, e nos dias de hoje com tantas ferramentas de comunicação que permitem uma comunicar de forma tão fácil, não o fazer e incomodarem-se com problemas que estão fora do vosso controlo, é suicídio!
Já para Cátia Barreira, directora da revista regional Raízes, outra das oradoras neste painel, estamos a dividir ainda mais a região, o que torna quase impossível de a promover ou comunicar de forma eficaz.
Esta empresa lançou ainda um concurso de ideias com o patrocínio da Microsoft sobre como repovoar o interior, tendo recebido cerca de 80 propostas.
Escrito por Brigantia
O objectivo era identificar problemas e apontar caminhos para o futuro regional.
Num dos painéis dedicado à discussão sobre como comunicar a região, Ryan Opaz do Catavino, um blog de promoção de vinho direccionado para os mercados dos EUA e do Reino Unido, diz que não estamos a aproveitar o verdadeiro potencial da região quando não a promovemos integrada num pacote que venda Portugal por inteiro: “Pacotes turísticos organizados é uma boa forma de o fazer, por exemplo, trabalhar com pessoas como eu. Convençam-me a mim que eu convenço os turistas a verem o que precisam. Ou seja, as pessoas convencem-me acerca dos seus lugares...mas o que vimos no debate de hoje foi mais a forma de nos convencermos uns aos outros de que o não estamos a fazer bem, quando era suposto demonstrar a paixão que todos partilhamos. Aqui é que está a verdadeira chave para o problema, quem é que quer saber o que os outros pensam acerca de vocês? Isso não interessa.
Precisam é de dizer alguma coisa acerca de vocês. E se vocês se passam a vida a queixar-se disso, então estão a falhar a comunicar a vossa mensagem. Ignorem-nos e vão lá fazê-lo sozinhos, e nos dias de hoje com tantas ferramentas de comunicação que permitem uma comunicar de forma tão fácil, não o fazer e incomodarem-se com problemas que estão fora do vosso controlo, é suicídio!
Já para Cátia Barreira, directora da revista regional Raízes, outra das oradoras neste painel, estamos a dividir ainda mais a região, o que torna quase impossível de a promover ou comunicar de forma eficaz.
Esta empresa lançou ainda um concurso de ideias com o patrocínio da Microsoft sobre como repovoar o interior, tendo recebido cerca de 80 propostas.
Escrito por Brigantia
Autarca de Mirandela preocupado com falta de transportes no Verão
No distrito de Bragança há dezenas de localidades que, nesta altura do ano ficam sem rede de transportes, uma vez que têm apenas o transporte escolar financiado pelos municípios que, nesta altura, não funciona devido à pausa lectiva.
Um dos concelhos mais afectados é do Mirandela. O presidente do Município, António Branco, está preocupado com esta situação, admitindo que as populações ficam sem alternativa.
Nestas zonas sente-se de forma traumática a diminuição das chamadas carreiras públicas. Algumas delas só existem porque nós financiamos os transportes escolares e elas funcionam nesse circuito mas, no dia em que terminam as aulas, termina também a carreira.
As pessoas ficam sem possibilidade de se deslocar”, constata o autarca. Para tentar atenuar este problema, a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes está a realizar um estudo sobre a rede de transportes na área de abrangência desta CIM. António Branco defende a criação de uma rede de transportes assente numa parceria entre entidades públicas e privadas.
O autarca considera essencial encontrar uma forma legal de aproveitar os recursos existentes para transportar as populações, dando como exemplo o “transporte a pedido”. Achamos que é fundamental criar uma estrutura do chamado ‘transporte a pedido’, que envolva vários actores.
Não pode ser a Câmara a criar um serviço novo, temos que envolver aqueles que têm disponibilidade para fazer esse transporte, as operadoras que estão no terreno, os privados, como é o caso dos táxis…entre outros. Temos de criar uma estrutura para que as pessoas sintam que, se não tiverem meios próprios de se deslocarem, há uma oferta pública. Acho que essa é uma obrigação da região e não só do concelho”, frisa o autarca. Mas na questão dos transportes há ainda outro entrave, a questão da concessão das carreiras a empresas, que não permite que o Município intervenha nas mesmas.
Uma situação que António Branco espera que possa ser alterada brevemente.O presidente do Município de Mirandela está igualmente preocupado com o transporte das crianças em idade pré-escolar e que frequentam o 1º ciclo.
Em causa está o transporte de crianças dos concelhos limítrofes, nomeadamente de Macedo de Cavaleiros e Vinhais, que ficam a escassos quilómetros da Torre de D. Chama e a dezenas de quilómetros das respectivas sedes de concelho. A rede de transporte escolar desses concelhos não cobre este tipo de deslocação.
António Branco considera importante garantir este transporte, no entanto isso representa um custo extra de cerca de 130 euros por dia ao Município de Mirandela. António Branco não culpa, contudo, os autarcas mas considera que “deveria existir uma responsabilidade do Estado nesta questão”.
Escrito por Brigantia
Um dos concelhos mais afectados é do Mirandela. O presidente do Município, António Branco, está preocupado com esta situação, admitindo que as populações ficam sem alternativa.
Nestas zonas sente-se de forma traumática a diminuição das chamadas carreiras públicas. Algumas delas só existem porque nós financiamos os transportes escolares e elas funcionam nesse circuito mas, no dia em que terminam as aulas, termina também a carreira.
As pessoas ficam sem possibilidade de se deslocar”, constata o autarca. Para tentar atenuar este problema, a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes está a realizar um estudo sobre a rede de transportes na área de abrangência desta CIM. António Branco defende a criação de uma rede de transportes assente numa parceria entre entidades públicas e privadas.
O autarca considera essencial encontrar uma forma legal de aproveitar os recursos existentes para transportar as populações, dando como exemplo o “transporte a pedido”. Achamos que é fundamental criar uma estrutura do chamado ‘transporte a pedido’, que envolva vários actores.
Não pode ser a Câmara a criar um serviço novo, temos que envolver aqueles que têm disponibilidade para fazer esse transporte, as operadoras que estão no terreno, os privados, como é o caso dos táxis…entre outros. Temos de criar uma estrutura para que as pessoas sintam que, se não tiverem meios próprios de se deslocarem, há uma oferta pública. Acho que essa é uma obrigação da região e não só do concelho”, frisa o autarca. Mas na questão dos transportes há ainda outro entrave, a questão da concessão das carreiras a empresas, que não permite que o Município intervenha nas mesmas.
Uma situação que António Branco espera que possa ser alterada brevemente.O presidente do Município de Mirandela está igualmente preocupado com o transporte das crianças em idade pré-escolar e que frequentam o 1º ciclo.
Em causa está o transporte de crianças dos concelhos limítrofes, nomeadamente de Macedo de Cavaleiros e Vinhais, que ficam a escassos quilómetros da Torre de D. Chama e a dezenas de quilómetros das respectivas sedes de concelho. A rede de transporte escolar desses concelhos não cobre este tipo de deslocação.
António Branco considera importante garantir este transporte, no entanto isso representa um custo extra de cerca de 130 euros por dia ao Município de Mirandela. António Branco não culpa, contudo, os autarcas mas considera que “deveria existir uma responsabilidade do Estado nesta questão”.
Escrito por Brigantia
“O grande problema neste momento é impedir a queda do desenvolvimento” – É o repto lançado por Adriano Moreira
O feriado municipal de Macedo de Cavaleiros, dia de São Pedro, serviu para homenagear alguns dos ilustres transmontanos espalhados pelo país.
Pelo primeiro ano, três macedenses presidentes de câmara noutros municípios foram distinguidos com medalhas de reconhecimento e cinco receberam uma medalha de reconhecimento pelas Ordens Honoríficas Portuguesas com que foram agraciados.
Entre eles, Adriano Moreira, que relembrou Macedo de Cavaleiros quando era jovem, e deixa o alerta para que não se deixe cair o desenvolvido dos últimos anos.
O dia começou cedo, com a procissão em honra ao santo padroeiro da cidade. Já à tarde, foi a vez dos bombeiros receberam galardões e de fazerem o habitual desfile de veículos pelas ruas.
Um dia de festa especial, afirma Duarte Moreno, presidente do município.
E ao som de palmas dos presentes, os Caretos foram receber a Medalha Municipal de Mérito, grau ouro. Um dia que fica na história da Associação dos Caretos de Podence, afirma António Carneiro.
A sessão foi encerrada por Adriano Moreira, que falou sobre “A sociedade civil no século XXI. A União Europeia”.
Escrito por ONDA LIVRE
Pelo primeiro ano, três macedenses presidentes de câmara noutros municípios foram distinguidos com medalhas de reconhecimento e cinco receberam uma medalha de reconhecimento pelas Ordens Honoríficas Portuguesas com que foram agraciados.
Entre eles, Adriano Moreira, que relembrou Macedo de Cavaleiros quando era jovem, e deixa o alerta para que não se deixe cair o desenvolvido dos últimos anos.
O dia começou cedo, com a procissão em honra ao santo padroeiro da cidade. Já à tarde, foi a vez dos bombeiros receberam galardões e de fazerem o habitual desfile de veículos pelas ruas.
Um dia de festa especial, afirma Duarte Moreno, presidente do município.
E ao som de palmas dos presentes, os Caretos foram receber a Medalha Municipal de Mérito, grau ouro. Um dia que fica na história da Associação dos Caretos de Podence, afirma António Carneiro.
A sessão foi encerrada por Adriano Moreira, que falou sobre “A sociedade civil no século XXI. A União Europeia”.
Escrito por ONDA LIVRE
O lameiro da “pena de cera”
Local: Rebordãos, BRAGANÇA, BRAGANÇA
Informante: Carolina do Carmo Gomes (F), 81 anos
Havia naquele morro um castelo que era chefiado por um mouro muito mau. As donzelas melhores destas povoações levava-as para lá e tinha-as lá cativas. E ainda obrigava os moradores a pagarem um tanto para ele e para os dele. Trazia tudo subjugado.
É claro que o povo vivia revoltado com isto. Até que um dia combinaram matá-lo. Houve então uma donzela, que era muito corajosa, e que, ao ser levada para lá, combinou primeiro um estratagema com o povo para matarem o rei mouro. Assim, pela calada da noite, enquanto ele dormia, a donzela saiu do castelo e foi acender uma vela no lugar que tinham combinado, que era um lameiro próximo. E ao sinal da vela acesa, o povo armado deslocou-se ao castelo a fim de matar o rei.
Depois de morto o rei, o castelo foi destruído e as donzelas foram libertadas. E o lugar onde foi colocada a vela chamam-lhe lameiro da “pena de cera”. Mas há também quem o conheça por lameiro da “vela acesa” e “lameiro de Talvela”. Antigamente fazíamos aqui no povo e na Senhora da Serra um teatro muito bonito sobre esta história.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Informante: Carolina do Carmo Gomes (F), 81 anos
Havia naquele morro um castelo que era chefiado por um mouro muito mau. As donzelas melhores destas povoações levava-as para lá e tinha-as lá cativas. E ainda obrigava os moradores a pagarem um tanto para ele e para os dele. Trazia tudo subjugado.
É claro que o povo vivia revoltado com isto. Até que um dia combinaram matá-lo. Houve então uma donzela, que era muito corajosa, e que, ao ser levada para lá, combinou primeiro um estratagema com o povo para matarem o rei mouro. Assim, pela calada da noite, enquanto ele dormia, a donzela saiu do castelo e foi acender uma vela no lugar que tinham combinado, que era um lameiro próximo. E ao sinal da vela acesa, o povo armado deslocou-se ao castelo a fim de matar o rei.
Depois de morto o rei, o castelo foi destruído e as donzelas foram libertadas. E o lugar onde foi colocada a vela chamam-lhe lameiro da “pena de cera”. Mas há também quem o conheça por lameiro da “vela acesa” e “lameiro de Talvela”. Antigamente fazíamos aqui no povo e na Senhora da Serra um teatro muito bonito sobre esta história.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Dona Chamôrra
Local: Torre De Dona Chama, MIRANDELA, BRAGANÇA
Dona Chamôrra era uma princesa moura muito bela e rica, mas ambiciosa e má. Tinha o seu castelo no monte mais alto de uma povoação que ela dominava e onde os habitantes eram seus escravos, entregando-lhe todo o ouro que arranjavam no dia-a-dia. E para que não se esquecessem de subir ao monte a entregarem-lho, ela ia à torre do castelo e tocava três vezes num enorme gongo de ouro. O som ecoava nas redondezas e cá em baixo o povo dizia:
— Vamos, que a Dona Chama!
E assim a moura amontoava riquezas e mais riquezas no seu castelo, ao mesmo tempo que o povo passava fome.
Até que um dia o povo se cansou de tantos sacrifícios e, após reunião de todos, decidem revoltar-se contra a tirania da moura: deixaram de lhe levar mais ouro. Ela bem tocava no gongo, mas o povo… nada.
Ela então, incapaz de lutar contra todos, e adivinhando que a seguir lhe iriam buscar o ouro ao castelo, resolve vingar-se à sua maneira. Agarra no ouro todo que tinha e enterra-o num poço bem fundo com uma enorme pedra em cima. E ao lado abre outro poço e enche-o de peste, cobrindo-o com uma pedra igual. De maneira que os poços não se diferençavam.
Foi depois à torre do castelo, tocou três vezes para chamar o povo e disse:
— Vou desaparecer, mas vós nada lucrareis com isso. Quem tentar encontrar o poço onde está o ouro enterrado, arrisca-se a encontrar o poço de peste e, se tal acontecer, morrereis todos. Por isso, se pobres estais, pobres ficareis.
E o povo, conformado, retorquiu:
— Pelo menos, somos livres!
Diz-se que os poços ainda lá estão com as respectivas pedras em cima. E que ninguém se atreve a ir lá procurar o tesouro.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Dona Chamôrra era uma princesa moura muito bela e rica, mas ambiciosa e má. Tinha o seu castelo no monte mais alto de uma povoação que ela dominava e onde os habitantes eram seus escravos, entregando-lhe todo o ouro que arranjavam no dia-a-dia. E para que não se esquecessem de subir ao monte a entregarem-lho, ela ia à torre do castelo e tocava três vezes num enorme gongo de ouro. O som ecoava nas redondezas e cá em baixo o povo dizia:
— Vamos, que a Dona Chama!
E assim a moura amontoava riquezas e mais riquezas no seu castelo, ao mesmo tempo que o povo passava fome.
Até que um dia o povo se cansou de tantos sacrifícios e, após reunião de todos, decidem revoltar-se contra a tirania da moura: deixaram de lhe levar mais ouro. Ela bem tocava no gongo, mas o povo… nada.
Ela então, incapaz de lutar contra todos, e adivinhando que a seguir lhe iriam buscar o ouro ao castelo, resolve vingar-se à sua maneira. Agarra no ouro todo que tinha e enterra-o num poço bem fundo com uma enorme pedra em cima. E ao lado abre outro poço e enche-o de peste, cobrindo-o com uma pedra igual. De maneira que os poços não se diferençavam.
Foi depois à torre do castelo, tocou três vezes para chamar o povo e disse:
— Vou desaparecer, mas vós nada lucrareis com isso. Quem tentar encontrar o poço onde está o ouro enterrado, arrisca-se a encontrar o poço de peste e, se tal acontecer, morrereis todos. Por isso, se pobres estais, pobres ficareis.
E o povo, conformado, retorquiu:
— Pelo menos, somos livres!
Diz-se que os poços ainda lá estão com as respectivas pedras em cima. E que ninguém se atreve a ir lá procurar o tesouro.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
O rei mouro e a pipa dos pregos
Local: Rebordãos, BRAGANÇA
Informante: Virgílio do Vale
Num morro próximo de Rebordãos, concelho de Bragança, há um castro arruinado conhecido como o “castelo dos mouros”, onde, há muitos e muitos anos, viveu um rei mouro que subjugava pela força toda a população das redondezas. Quanto às moças, antes de serem possuídas por qualquer homem, eram obrigadas a frequentar o seu harém e satisfazer os seus prazeres.
Um dia, uma jovem cristã, irmã do famoso Conde de Ariães, tendo-se recusado a seguir este destino, foi raptada pelo rei mouro e levada para o castelo. Aí, o tirano tentou fazê-la ceder aos seus desejos, e, como ela continuasse a recusá-lo, o rei mandou buscar uma pipa e cravejou-a de pregos de fora para dentro, a fim de meter a moça lá dentro e pô-la a rolar pela encosta do morro abaixo.
O Conde de Ariães, ao saber do rapto, conseguiu chegar ao alto do morro, no momento em que o rei se preparava para lançar a pipa no despenhadeiro. Travou uma luta com o tirano, venceu-o, e, por castigo, meteu-o a ele dentro da pipa, mandando-a pela encosta abaixo.
E assim o povo se libertou, de vez, do jugo dos mouros.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Informante: Virgílio do Vale
Num morro próximo de Rebordãos, concelho de Bragança, há um castro arruinado conhecido como o “castelo dos mouros”, onde, há muitos e muitos anos, viveu um rei mouro que subjugava pela força toda a população das redondezas. Quanto às moças, antes de serem possuídas por qualquer homem, eram obrigadas a frequentar o seu harém e satisfazer os seus prazeres.
Um dia, uma jovem cristã, irmã do famoso Conde de Ariães, tendo-se recusado a seguir este destino, foi raptada pelo rei mouro e levada para o castelo. Aí, o tirano tentou fazê-la ceder aos seus desejos, e, como ela continuasse a recusá-lo, o rei mandou buscar uma pipa e cravejou-a de pregos de fora para dentro, a fim de meter a moça lá dentro e pô-la a rolar pela encosta do morro abaixo.
O Conde de Ariães, ao saber do rapto, conseguiu chegar ao alto do morro, no momento em que o rei se preparava para lançar a pipa no despenhadeiro. Travou uma luta com o tirano, venceu-o, e, por castigo, meteu-o a ele dentro da pipa, mandando-a pela encosta abaixo.
E assim o povo se libertou, de vez, do jugo dos mouros.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
O cristão, o mouro e a Senhora do Naso
Local: MIRANDA DO DOURO, BRAGANÇA
Informante: Orquídea Xavier
Noutros tempos nas terras de Miranda os cristãos eram escravos dos mouros. Havia então um cristão que tinha de trabalhar no duro durante o dia, e à noite era algemado de pés e mãos, e metido dentro de uma arca fechada. E em cima dela dormia um mouro que ali estava de guarda.
O cristão, que tinha muita fé em Nossa Senhora do Naso, passava o tempo a rezar-lhe, implorando que o libertasse daquela escravidão. Até dentro da arca rezava. Por fim, num certo dia, ao amanhecer, a arca apareceu num lugar diferente daquele onde tinha ficado à noite. E em cima dela lá continuava o mouro, que acordou com o som dos sinos a tocar ali perto. Perguntou então ao cristão para dentro da arca:
— Na tua terra há sinos?
O cristão disse-lhe que sim. Então o mouro, sentindo-se vencido por aquele milagre, libertou-o e disse-lhe:
— Podes mandar-me fazer o que quiseres. O cativo agora sou eu.
Em resposta, o cristão ordenou-lhe que fizesse ali um poço. O mouro pôs-se então a escavar, sempre a escavar, e, como o cristão, nunca mais lhe deu ordens para parar, ele foi sempre escavando. E assim o poço nunca mais teve fim. Há quem fale que o dito poço não tem fundo, e que o mouro ainda lá anda a escavar.
O povo canta ainda hoje a seguinte quadra:
Nossa Senhora do Naso,
Olhai o que diz o mundo,
Que tendes na vossa veiga
Um poço que não tem fundo.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Informante: Orquídea Xavier
Noutros tempos nas terras de Miranda os cristãos eram escravos dos mouros. Havia então um cristão que tinha de trabalhar no duro durante o dia, e à noite era algemado de pés e mãos, e metido dentro de uma arca fechada. E em cima dela dormia um mouro que ali estava de guarda.
O cristão, que tinha muita fé em Nossa Senhora do Naso, passava o tempo a rezar-lhe, implorando que o libertasse daquela escravidão. Até dentro da arca rezava. Por fim, num certo dia, ao amanhecer, a arca apareceu num lugar diferente daquele onde tinha ficado à noite. E em cima dela lá continuava o mouro, que acordou com o som dos sinos a tocar ali perto. Perguntou então ao cristão para dentro da arca:
— Na tua terra há sinos?
O cristão disse-lhe que sim. Então o mouro, sentindo-se vencido por aquele milagre, libertou-o e disse-lhe:
— Podes mandar-me fazer o que quiseres. O cativo agora sou eu.
Em resposta, o cristão ordenou-lhe que fizesse ali um poço. O mouro pôs-se então a escavar, sempre a escavar, e, como o cristão, nunca mais lhe deu ordens para parar, ele foi sempre escavando. E assim o poço nunca mais teve fim. Há quem fale que o dito poço não tem fundo, e que o mouro ainda lá anda a escavar.
O povo canta ainda hoje a seguinte quadra:
Nossa Senhora do Naso,
Olhai o que diz o mundo,
Que tendes na vossa veiga
Um poço que não tem fundo.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Torre de D. Chama inaugura espaço do cidadão e gabinete de apoio ao munícipe
A vila de Torre de D. Chama, no concelho de Mirandela tem agora um espaço do cidadão e um gabinete de apoio ao munícipe.
O secretário de estado para a Modernização Administrativa, Joaquim Pedro Cardoso da Costa, explica que esta é uma forma de aproximar os cidadãos de territórios de baixa densidade com os serviços da administrativa.
“A Administração pública, muitas vezes está longe das pessoas e temos agora uma oportunidade, nestas parcerias que estamos a formar com as autarquias, duma forma inovadora, de chegar mais perto das pessoas.
Com este serviço as pessoas vão ter de deixar de ter que ir a Mirandela, ou Bragança, Chaves ou até Vila Real para tratar de certos assuntos”, sublinha o responsável. Marcar uma consulta, renovar a carta de condução, pedir uma certidão ou brevemente pedir uma receita são alguns dos serviços disponibilizados no espaço do cidadão.
O presidente da junta de Freguesia de Torre D. Chama, Fernando Mesquita, salienta que esta é uma forma de contrariar a tendência de encerramento de serviços e consequente perda de população que se tem verificado nas localidades do interior do país. “Trata-se de uma política um pouco diferente do que é habitual, em vez de encerrar serviços, abrimos que é isso que é necessário e estou convencido que essa política vai dar frutos no futuro.
Já temos um Centro de Saúde, Bombeiros, GNR e agora o espaço do cidadão e gabinete de apoio ao munícipe, começamos assim a ter motivos para as pessoas se fixarem na nossa terra e as que estão fora possam regressar”, acredita o autarca.
No mesmo dia, foram também inaugurados dois espaços do cidadão no concelho de Valpaços, nomeadamente em Carrazedo de Montenegro e Vilarandelo.
Daqui a cerca de 15 dias, será inaugurado um espaço do cidadão em Torre de Moncorvo, estando a ser estudada a hipótese de alargar esta rede a mais municípios do distrito de Bragança.
Escrito por Brigantia
O secretário de estado para a Modernização Administrativa, Joaquim Pedro Cardoso da Costa, explica que esta é uma forma de aproximar os cidadãos de territórios de baixa densidade com os serviços da administrativa.
“A Administração pública, muitas vezes está longe das pessoas e temos agora uma oportunidade, nestas parcerias que estamos a formar com as autarquias, duma forma inovadora, de chegar mais perto das pessoas.
Com este serviço as pessoas vão ter de deixar de ter que ir a Mirandela, ou Bragança, Chaves ou até Vila Real para tratar de certos assuntos”, sublinha o responsável. Marcar uma consulta, renovar a carta de condução, pedir uma certidão ou brevemente pedir uma receita são alguns dos serviços disponibilizados no espaço do cidadão.
O presidente da junta de Freguesia de Torre D. Chama, Fernando Mesquita, salienta que esta é uma forma de contrariar a tendência de encerramento de serviços e consequente perda de população que se tem verificado nas localidades do interior do país. “Trata-se de uma política um pouco diferente do que é habitual, em vez de encerrar serviços, abrimos que é isso que é necessário e estou convencido que essa política vai dar frutos no futuro.
Já temos um Centro de Saúde, Bombeiros, GNR e agora o espaço do cidadão e gabinete de apoio ao munícipe, começamos assim a ter motivos para as pessoas se fixarem na nossa terra e as que estão fora possam regressar”, acredita o autarca.
No mesmo dia, foram também inaugurados dois espaços do cidadão no concelho de Valpaços, nomeadamente em Carrazedo de Montenegro e Vilarandelo.
Daqui a cerca de 15 dias, será inaugurado um espaço do cidadão em Torre de Moncorvo, estando a ser estudada a hipótese de alargar esta rede a mais municípios do distrito de Bragança.
Escrito por Brigantia
Feira do Pão atraiu mais de 1500 pessoas a Samil
Mais de 1500 pessoas passaram ontem pela segunda edição da feira do pão, em Samil, no concelho de Bragança.
A Junta de Freguesia faz um balanço positivo desta edição que apostou num cartaz diversificado com actividades desportivas, culturais e de animação musical, incluindo um passeio BTT nocturno, de cariz solidário, que permitiu angariar cerca de 50 quilos bens alimentares que vão ser distribuídos a uma IPSS da freguesia.
O presidente da autarquia local, Telmo Malhão, salienta que o pão é um produto tradicional da freguesia e que espera que seja cada vez mais uma imagem de marca desta localidade. “Samil chegou a ter três moinhos movidos a água.
É uma aldeia com muita tradição na moagem. Nessa época predominavam as famílias numerosas que faziam o pão para consumo próprio. Neste momento, queremos reviver esses tempos e vender o produto genuíno, ou seja, o pão fabricado de forma tradicional”, frisa o autarca.
Os habitantes de Samil garantem que a feira é um sucesso, não só para vender pão mas também outros produtos da terra. “Esta feira fazia falta para a gente escoar os produtos e ganhar algum dinheiro”, referiu a habitante da aldeia Olinda Celas.
Já Maria Portela não tem dúvidas de que o pão de Samil é único. “O pão de Samil é diferente por ser no forno a lenha e talvez da forma como se colocam as mãos a amassar. Aprendi com a minha mãe e com a minha avó”, conta Maria Portela.
A feira do pão decorreu ontem em Samil e terminou com dois seminários sobre os novos desafios da agricultura no âmbito do PDR 2020 e a problemática da vespa do castanheiro.
Escrito por Brigantia
A Junta de Freguesia faz um balanço positivo desta edição que apostou num cartaz diversificado com actividades desportivas, culturais e de animação musical, incluindo um passeio BTT nocturno, de cariz solidário, que permitiu angariar cerca de 50 quilos bens alimentares que vão ser distribuídos a uma IPSS da freguesia.
O presidente da autarquia local, Telmo Malhão, salienta que o pão é um produto tradicional da freguesia e que espera que seja cada vez mais uma imagem de marca desta localidade. “Samil chegou a ter três moinhos movidos a água.
É uma aldeia com muita tradição na moagem. Nessa época predominavam as famílias numerosas que faziam o pão para consumo próprio. Neste momento, queremos reviver esses tempos e vender o produto genuíno, ou seja, o pão fabricado de forma tradicional”, frisa o autarca.
Os habitantes de Samil garantem que a feira é um sucesso, não só para vender pão mas também outros produtos da terra. “Esta feira fazia falta para a gente escoar os produtos e ganhar algum dinheiro”, referiu a habitante da aldeia Olinda Celas.
Já Maria Portela não tem dúvidas de que o pão de Samil é único. “O pão de Samil é diferente por ser no forno a lenha e talvez da forma como se colocam as mãos a amassar. Aprendi com a minha mãe e com a minha avó”, conta Maria Portela.
Escrito por Brigantia
Ernesto Rodrigues homenageado na sua terra natal
Durante as comemorações do 26º aniversário da elevação a vila e a celebração dos 728 anos de atribuição do foral de D. Dinis a Torre de D. Chama, foi homenageado o escritor da terra Ernesto Rodrigues.
O escritor de 58 anos, tem vindo a ser homenageado em várias ocasiões pelos seus 40 anos de carreira literária.
No entanto, o escritor afirma que esta homenagem é especial. “Esta é a homenagem mais simples mas é a que toca mais fundo. Nem sempre as nossas terras nos conhecem mas esta vai contra o ditado popular.
O facto de ter sido no dia da terra, sensibiliza-me”, confessa o escritor. Há um ano tinha sido homenageado outro escritor da terra, Nuno Nozelos.
Ontem foi instituído o prémio com o nome deste escritor que se destina a todos os escritores nacionais.
Escrito por Brigantia
O escritor de 58 anos, tem vindo a ser homenageado em várias ocasiões pelos seus 40 anos de carreira literária.
No entanto, o escritor afirma que esta homenagem é especial. “Esta é a homenagem mais simples mas é a que toca mais fundo. Nem sempre as nossas terras nos conhecem mas esta vai contra o ditado popular.
O facto de ter sido no dia da terra, sensibiliza-me”, confessa o escritor. Há um ano tinha sido homenageado outro escritor da terra, Nuno Nozelos.
Ontem foi instituído o prémio com o nome deste escritor que se destina a todos os escritores nacionais.
Escrito por Brigantia
Confraria do Javali recupera gastronomia da região
A gastronomia ligada ao javali está a ser recuperada.
Revelação feita no terceiro aniversário da Confraria do Javali, sediada em Macedo de Cavaleiros. Está até prevista uma publicação destas receitas, que se estavam a perder no saber dos caçadores.
Ouvimos o grão-mestre da Confraria, António Silva. Ideia que vai ao encontro da criação desta Confraria, Carlos Carneiro, confrade-mor.
E entre os novos aderentes, os motivos são variados, como nos dizem Luís Gonçalves e Nuno Morais.
O terceiro aniversário da Confraria do Javali trouxe a novidade de uma recolha gastronómica que está a ser feita sobre este prato típico de caça transmontano.
Escrito por ONDA LIVRE
Revelação feita no terceiro aniversário da Confraria do Javali, sediada em Macedo de Cavaleiros. Está até prevista uma publicação destas receitas, que se estavam a perder no saber dos caçadores.
Ouvimos o grão-mestre da Confraria, António Silva. Ideia que vai ao encontro da criação desta Confraria, Carlos Carneiro, confrade-mor.
E entre os novos aderentes, os motivos são variados, como nos dizem Luís Gonçalves e Nuno Morais.
O terceiro aniversário da Confraria do Javali trouxe a novidade de uma recolha gastronómica que está a ser feita sobre este prato típico de caça transmontano.
Escrito por ONDA LIVRE
Verdes dizem que Governo se prepara para a introdução de portagens Autoestrada Transmontana
Os Verdes dizem que Governo se prepara para a introdução de portagens Autoestrada Transmontana, entre Vila Real a Bragança.
Os Verdes entregaram na Assembleia da República um Projeto de Resolução que recomenda ao Governo que não proceda à introdução de portagens na Autoestrada Transmontana, de Vila Real a Bragança, no respeito pelo sentimento e vontade das populações.
Apesar de se manterem as premissas que levaram à não introdução de portagens nesta via, localizada numa região com indicadores de desenvolvimento socioeconómico inferiores à média nacional e falta de outras alternativas rodoviárias, o Governo pretende fazê-lo agora, declaram o grupo Parlamente dos Verdes num comunicado enviado à imprensa.
Segundo este partido, se tal se vier a concretizar, “tal medida fragilizará o direito à mobilidade dos cidadãos e provocará uma forte perda na competitividade destas regiões, agravando a economia regional em dois distritos - Vila Real e Bragança - que apresentam, já, dos piores indicadores económicos e sociais a nível nacional”.
Segundo Os Verdes, as introdução de portagens Autoestrada Transmontana “constituirá, ainda, um convite ao abandono desta região por parte dos agentes económicos e das populações. Ocorre também que as alternativas rodoviárias existentes, com traçado sinuoso e estado de degradação deplorável, não apresentam as necessárias condições de segurança de utilização por parte da população”, sublinham.
Foi com o intuito de de travar tal objetivo que Os Verdes entregaram na Assembleia da República um Projeto de Resolução, a ser discutido no Parlamento na próxima quarta-feira, dia 1 de Julho, durante a sessão da tarde.
Os Verdes entregaram na Assembleia da República um Projeto de Resolução que recomenda ao Governo que não proceda à introdução de portagens na Autoestrada Transmontana, de Vila Real a Bragança, no respeito pelo sentimento e vontade das populações.
Apesar de se manterem as premissas que levaram à não introdução de portagens nesta via, localizada numa região com indicadores de desenvolvimento socioeconómico inferiores à média nacional e falta de outras alternativas rodoviárias, o Governo pretende fazê-lo agora, declaram o grupo Parlamente dos Verdes num comunicado enviado à imprensa.
Segundo este partido, se tal se vier a concretizar, “tal medida fragilizará o direito à mobilidade dos cidadãos e provocará uma forte perda na competitividade destas regiões, agravando a economia regional em dois distritos - Vila Real e Bragança - que apresentam, já, dos piores indicadores económicos e sociais a nível nacional”.
Segundo Os Verdes, as introdução de portagens Autoestrada Transmontana “constituirá, ainda, um convite ao abandono desta região por parte dos agentes económicos e das populações. Ocorre também que as alternativas rodoviárias existentes, com traçado sinuoso e estado de degradação deplorável, não apresentam as necessárias condições de segurança de utilização por parte da população”, sublinham.
Foi com o intuito de de travar tal objetivo que Os Verdes entregaram na Assembleia da República um Projeto de Resolução, a ser discutido no Parlamento na próxima quarta-feira, dia 1 de Julho, durante a sessão da tarde.
Oferta de Emprego - BRAGANÇA
O Serviço de Emprego de Bragança, em conjunto com uma entidade externa, está a organizar duas sessões de divulgação de oferta de trabalho que decorrerão no dia 1 de julho no Centro de Formação, pelas 10.00h e 11.00 horas.
Esta iniciativa, se bem sucedida, poderá criar entre 100 a 150 postos de trabalho na nossa cidade.
A oferta de trabalho é dirigida a pessoas que tenham um bom domínio oral da língua francesa, o qual é o único requisito desta oferta de emprego.
Esta iniciativa, se bem sucedida, poderá criar entre 100 a 150 postos de trabalho na nossa cidade.
A oferta de trabalho é dirigida a pessoas que tenham um bom domínio oral da língua francesa, o qual é o único requisito desta oferta de emprego.
As Gargalhadas do Bode
Local: VINHAIS, BRAGANÇA
Informante: Guilhermino Bernardino Fernandes (M), 70 anos
Conta-se que certa noite de inverno, um casal regressava a casa após um dia de trabalho no campo, numa propriedade distante da aldeia. Ao passar numa encruzilhada, encontraram um bode aparentemente perdido e abandonado.
— Este infeliz não deve ter dono. Vamos levá-lo connosco — disse o marido.
Chegados a casa, como estavam encharcados devido à invernia, acenderam o lume e sentaram-se à lareira a enxugar as roupas e a cear. O homem sentou-se num mocho com o bode ao lado, e, no escano, em frente dos dois, sentou-se a mulher. Esta, para melhor se aquecer, descuidou-se e abriu as pernas, ficando com tudo à vista. O bode, que até ali estava tristonho e silencioso, desatou a rir perante o que estava a ver.
Por sua vez, o marido, ao ver o animal a rir-se, desatou a rir também. A mulher, ofendida com a situação, ergueu-se do escano e pregou um pontapé no focinho do bode, mas este nem assim parou com as gargalhadas. E o marido não lhe ficava atrás. Até que a mulher, irritada, pegou no animal e disse:
— Ah seu cabrão duma figa! Já te vou tirar a vontade de rir!
Levou-o para um quarto escuro e fechou-o, bem aferrolhado, para que passasse ali a noite, sem comer bem beber, como castigo. Na manhã seguinte, a mulher foi ao quarto escuro para soltar o animal, e, ao abrir a porta, foi empurrada por um homem que saiu de lá a correr e a tapar a cara com as mãos para não ser reconhecido. E não havia lá bode nenhum, nem sinal dele.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares
Informante: Guilhermino Bernardino Fernandes (M), 70 anos
Conta-se que certa noite de inverno, um casal regressava a casa após um dia de trabalho no campo, numa propriedade distante da aldeia. Ao passar numa encruzilhada, encontraram um bode aparentemente perdido e abandonado.
— Este infeliz não deve ter dono. Vamos levá-lo connosco — disse o marido.
Chegados a casa, como estavam encharcados devido à invernia, acenderam o lume e sentaram-se à lareira a enxugar as roupas e a cear. O homem sentou-se num mocho com o bode ao lado, e, no escano, em frente dos dois, sentou-se a mulher. Esta, para melhor se aquecer, descuidou-se e abriu as pernas, ficando com tudo à vista. O bode, que até ali estava tristonho e silencioso, desatou a rir perante o que estava a ver.
Por sua vez, o marido, ao ver o animal a rir-se, desatou a rir também. A mulher, ofendida com a situação, ergueu-se do escano e pregou um pontapé no focinho do bode, mas este nem assim parou com as gargalhadas. E o marido não lhe ficava atrás. Até que a mulher, irritada, pegou no animal e disse:
— Ah seu cabrão duma figa! Já te vou tirar a vontade de rir!
Levou-o para um quarto escuro e fechou-o, bem aferrolhado, para que passasse ali a noite, sem comer bem beber, como castigo. Na manhã seguinte, a mulher foi ao quarto escuro para soltar o animal, e, ao abrir a porta, foi empurrada por um homem que saiu de lá a correr e a tapar a cara com as mãos para não ser reconhecido. E não havia lá bode nenhum, nem sinal dele.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares
Almoço Solidário angaria cerca de 2 mil euros para a Cruz Vermelha de Bragança
Cerca de 300 pessoas participaram ontem num almoço solidário com o objectivo de angariar fundos para a Cruz Vermelha de Bragança. Os cerca de 2 mil euros angariados destinam-se à compra de material ortopédico.
O almoço realizou-se no recinto do santuário de Nossa Senhora da Veiga, em Alfaião, no concelho de Bragança e contou com o apoio da Associação Ambientalista e Recreativa de Caça e Pesca de Alfaião, Bragança e do Lions Clube de Bragança.
Esta é a terceira vez que se realiza este almoço solidário, que se caracteriza também por um convívio de pesca à truta e venda dos peixes.
O presidente da delegação de Bragança da Cruz Vermelha, Fernando Freixo, explica que este ano pescaram-se menos trutas e houve menos apoio por parte de empresas, no entanto, o número de pessoas presentes no almoço, faz com que o balanço seja positivo. “Este ano, infelizmente, não tivemos o apoio de algumas casas comerciais que nos costumavam apoiar, a crise é grande e nós também compreendemos essa situação.
A parte da pesca não resultou grande coisa, mas a culpa não é nossa, é das trutas que estão no rio”, constata o responsável.
Os 50 pescadores que participaram na iniciativa, garantem que, apesar de haver cada menos peixe, vale a pena participar. “Nasci praticamente com a cana na mão. Foi uma herança do meu pai e quero dar continuidade até que possa, para me distrair”, conta Orlando Freixo, de 59 anos.
Já Pedro Paiva, de 41 anos, veio do Porto para pescar e lamenta que as condições de pesca se tenham vindo a deteriorar. “Há menos quantidade de peixe. As condições de pesca têm-se vindo a deteriorar ano após ano, não só a nível das espécies mas também da qualidade dos rios”, constata.
O almoço solidário contou ainda com actividades como rastreio de saúde, demonstração de zumba e um passeio pedestre.
Escrito por Brigantia
O almoço realizou-se no recinto do santuário de Nossa Senhora da Veiga, em Alfaião, no concelho de Bragança e contou com o apoio da Associação Ambientalista e Recreativa de Caça e Pesca de Alfaião, Bragança e do Lions Clube de Bragança.
Esta é a terceira vez que se realiza este almoço solidário, que se caracteriza também por um convívio de pesca à truta e venda dos peixes.
O presidente da delegação de Bragança da Cruz Vermelha, Fernando Freixo, explica que este ano pescaram-se menos trutas e houve menos apoio por parte de empresas, no entanto, o número de pessoas presentes no almoço, faz com que o balanço seja positivo. “Este ano, infelizmente, não tivemos o apoio de algumas casas comerciais que nos costumavam apoiar, a crise é grande e nós também compreendemos essa situação.
A parte da pesca não resultou grande coisa, mas a culpa não é nossa, é das trutas que estão no rio”, constata o responsável.
Os 50 pescadores que participaram na iniciativa, garantem que, apesar de haver cada menos peixe, vale a pena participar. “Nasci praticamente com a cana na mão. Foi uma herança do meu pai e quero dar continuidade até que possa, para me distrair”, conta Orlando Freixo, de 59 anos.
Já Pedro Paiva, de 41 anos, veio do Porto para pescar e lamenta que as condições de pesca se tenham vindo a deteriorar. “Há menos quantidade de peixe. As condições de pesca têm-se vindo a deteriorar ano após ano, não só a nível das espécies mas também da qualidade dos rios”, constata.
O almoço solidário contou ainda com actividades como rastreio de saúde, demonstração de zumba e um passeio pedestre.
Escrito por Brigantia
Interior 2.0: “Vamos discutir os problemas e potencial do interior?”
Esta segunda-feira, duas dezenas de oradores vão debater ideias e estratégias para o interior do país. O Observador vai acompanhar e transmitir o debate "Interior 2.0", em direto de Bragança.
“Vamos discutir os problemas e potencial do interior?” É a própria organização do evento Interior 2.0 a colocar a questão. Com o principal objetivo de “repensar estratégias para o interior” do país, a equipa responsável já realizou, até ao momento, oito debates sobre oito temas diferentes e em sítios como Alfândega da Fé, Vila Flor, Mirandela, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Vimioso e, mais recentemente, em Vila Real.
A iniciativa está prestes a terminar, mas não sem antes se realizar o debate final, um evento que agregará “pessoas de todo o país” para refletirem “sobre os problemas, potencialidades e soluções do interior”. Como? Juntado a “população, tecido empresarial e forças políticas, agora de forma mais generalista, agregando todos os temas debatidos ao longo dos workshops” e pensando-os “de forma estratégica e integrada”. Acontece já esta segunda-feira, 29 de junho, no auditório NERBA — em Bragança — e o Observador estará a acompanhar a conferência com transmissão em direto nesta mesma página, a partir das 10h.
Serão duas dezenas de oradores a participar nesta “iniciativa aberta e apartidária para, coletivamente, explorar o futuro dos territórios de baixa densidade”. E será disso mesmo que se irá falar: com temas de abordagem voltados para o desenvolvimento das diferentes zonas do interior, a conferência contará com painéis onde se abordará os eixos críticos de desenvolvimento local, os desafios e as oportunidades de “comunicar territórios”, como começar e fazer crescer um negócio em territórios de baixa densidade e, por fim, como é ser autarca desses mesmos territórios. Consulte a página da iniciativa para informações detalhadas dos oradores convidados, ou veja o programa do evento.
Programa do Evento
10h00 Intervenção de abertura com a participação de um representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e, também, com Hernâni Dias (presidente da CM de Bragança), Eduardo Malhão (presidente do Núcleo Empresarial da Região de Bragança) e Ricardo Sousa (CEO da ColorElephant).
11h00 Atuação do Octeto de Cordas da Escola Profissional de Arte de Mirandela.
11h15 Intervenção de Ricardo Malheiro, investigador do Instituto Politécnico de Bragança.
11h45 Intervenção de Jorge Pelicano, realizador dos documentários Pare, Escute, Olhe e Ainda Há Pastores.
12h15 Painel “Eixos Críticos de Desenvolvimento Local”, moderado por Ricardo Sousa e com a participação de Ricardo Malheiro, Carlos Cadavez (diretor do Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro), António Meneres Manso (ex-administrador do CAICA), Paula Marques (diretora do Hotel Vidago Palace) e André Coelho (presidente da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).
14h30 Painel “Comunicar Territórios: Desafios e Oportunidades”, moderado por Paulo Afonso (dietor da rádio Brigantia) e com a participação de Ryan Opaz (da empresa espanhola de vinhos “Catavino”), Celeste Pereira (da “GreenGrape”) e Cátia Barreira (da revista “Raízes”).
15h30 Painel “Começar e Crescer em Territórios de Baixa Densidade”, moderado por Frederico Lucas (do programa “Novos Povoadores”) e com a participação de Alberto Fernandes (da “Bísaro”), Anabela Costa (do “Bairro do Casal”), Bárbara Fráguas (da “Tomelo e CLEO”) e Joaquim Moreira (da “Acushla”).
17h00 Painel “Ser Autarca em Territórios de Baixa Densidade”, com a participação de Jorge Fidalgo (presidente da CM de Vimioso) e Hernâni Dias (presidente da CM de Bragança).
17h45 Entrega de prémios do “Concurso de Ideias Interior 2.0″.
18h15 Cerimónia de Encerramento.
in:Observador
“Vamos discutir os problemas e potencial do interior?” É a própria organização do evento Interior 2.0 a colocar a questão. Com o principal objetivo de “repensar estratégias para o interior” do país, a equipa responsável já realizou, até ao momento, oito debates sobre oito temas diferentes e em sítios como Alfândega da Fé, Vila Flor, Mirandela, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Vimioso e, mais recentemente, em Vila Real.
A iniciativa está prestes a terminar, mas não sem antes se realizar o debate final, um evento que agregará “pessoas de todo o país” para refletirem “sobre os problemas, potencialidades e soluções do interior”. Como? Juntado a “população, tecido empresarial e forças políticas, agora de forma mais generalista, agregando todos os temas debatidos ao longo dos workshops” e pensando-os “de forma estratégica e integrada”. Acontece já esta segunda-feira, 29 de junho, no auditório NERBA — em Bragança — e o Observador estará a acompanhar a conferência com transmissão em direto nesta mesma página, a partir das 10h.
Serão duas dezenas de oradores a participar nesta “iniciativa aberta e apartidária para, coletivamente, explorar o futuro dos territórios de baixa densidade”. E será disso mesmo que se irá falar: com temas de abordagem voltados para o desenvolvimento das diferentes zonas do interior, a conferência contará com painéis onde se abordará os eixos críticos de desenvolvimento local, os desafios e as oportunidades de “comunicar territórios”, como começar e fazer crescer um negócio em territórios de baixa densidade e, por fim, como é ser autarca desses mesmos territórios. Consulte a página da iniciativa para informações detalhadas dos oradores convidados, ou veja o programa do evento.
Programa do Evento
10h00 Intervenção de abertura com a participação de um representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e, também, com Hernâni Dias (presidente da CM de Bragança), Eduardo Malhão (presidente do Núcleo Empresarial da Região de Bragança) e Ricardo Sousa (CEO da ColorElephant).
11h00 Atuação do Octeto de Cordas da Escola Profissional de Arte de Mirandela.
11h15 Intervenção de Ricardo Malheiro, investigador do Instituto Politécnico de Bragança.
11h45 Intervenção de Jorge Pelicano, realizador dos documentários Pare, Escute, Olhe e Ainda Há Pastores.
12h15 Painel “Eixos Críticos de Desenvolvimento Local”, moderado por Ricardo Sousa e com a participação de Ricardo Malheiro, Carlos Cadavez (diretor do Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro), António Meneres Manso (ex-administrador do CAICA), Paula Marques (diretora do Hotel Vidago Palace) e André Coelho (presidente da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).
14h30 Painel “Comunicar Territórios: Desafios e Oportunidades”, moderado por Paulo Afonso (dietor da rádio Brigantia) e com a participação de Ryan Opaz (da empresa espanhola de vinhos “Catavino”), Celeste Pereira (da “GreenGrape”) e Cátia Barreira (da revista “Raízes”).
15h30 Painel “Começar e Crescer em Territórios de Baixa Densidade”, moderado por Frederico Lucas (do programa “Novos Povoadores”) e com a participação de Alberto Fernandes (da “Bísaro”), Anabela Costa (do “Bairro do Casal”), Bárbara Fráguas (da “Tomelo e CLEO”) e Joaquim Moreira (da “Acushla”).
17h00 Painel “Ser Autarca em Territórios de Baixa Densidade”, com a participação de Jorge Fidalgo (presidente da CM de Vimioso) e Hernâni Dias (presidente da CM de Bragança).
17h45 Entrega de prémios do “Concurso de Ideias Interior 2.0″.
18h15 Cerimónia de Encerramento.
in:Observador
Produtos regionais transmontanos promovidos no Luxemburgo, em Moçambique e no Canadá
Os produtos regionais transmontanos vão ser promovidos no Luxemburgo, em Moçambique e no Canadá, através da marca “Terras Altas de Portugal”.
O projecto, que começou em 2013, identificou produtos com potencial de exportação para estes países, nos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Viseu.
Envolve associações empresariais dos quatro distritos, incluindo o NERBA, em Bragança, onde, na passada sexta-feira, foi formalmente constituída uma rede de cooperação entre os produtores regionais e empresários, jornalistas e dirigentes associativos oriundos dos mercados alvo deste projecto. Sérgio Gonçalves, consultor do projecto “Internacionalização das Terras Altas de Portugal” sublinha que os parceiros internacionais mostraram um grande interesse em alguns produtos transmontanos.
“O azeite e o queijo são dois produtos que estão a ter uma boa aceitação, por exemplo por parte do Canadá. Estes países mostraram também um grande interesse na castanha congelada”, revela o responsável.
Alexandre Franco, director do jornal Milenium Stadium, no Canadá, não tem dúvidas que estes produtos têm um grande potencial para serem exportados para este país. “Estou certo que o meio milhão de portugueses que reside em Toronto, vai gostar de conhecer todos estes produtos. Espero que possamos promovê-los, de forma a que se possam exportar porque realmente são produtos que valem a pena”, considera. Já os produtores mostraram-se entusiasmados com a possibilidade de internacionalizar os seu produtos.
É o caso de Fernando Pais, da empresa Rural Futuro que produz queijo de ovelha e cabra em Mogadouro. O empresário revela que a empresa está em crescimento e acredita que a exportação pode ser uma boa saída. “Há pouco poder de compra e acho que o futuro terá de passar pela internacionalização.
Estamos a fazer um investimento na ordem dos 2 milhões e 500 mil euros e vamos ter uma quantidade razoável para produzir. Fazemos recolha de leite em 7 concelhos, num total de cerca de 90 produtores”, revela o empresário.
A rede de parceiros envolvidos na marca “Terras Altas de Portugal” foi oficialmente constituída na passada sexta-feira, no Nerba-Associação Empresarial do distrito de Bragança.
Escrito por Brigantia
O projecto, que começou em 2013, identificou produtos com potencial de exportação para estes países, nos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Viseu.
Envolve associações empresariais dos quatro distritos, incluindo o NERBA, em Bragança, onde, na passada sexta-feira, foi formalmente constituída uma rede de cooperação entre os produtores regionais e empresários, jornalistas e dirigentes associativos oriundos dos mercados alvo deste projecto. Sérgio Gonçalves, consultor do projecto “Internacionalização das Terras Altas de Portugal” sublinha que os parceiros internacionais mostraram um grande interesse em alguns produtos transmontanos.
“O azeite e o queijo são dois produtos que estão a ter uma boa aceitação, por exemplo por parte do Canadá. Estes países mostraram também um grande interesse na castanha congelada”, revela o responsável.
Alexandre Franco, director do jornal Milenium Stadium, no Canadá, não tem dúvidas que estes produtos têm um grande potencial para serem exportados para este país. “Estou certo que o meio milhão de portugueses que reside em Toronto, vai gostar de conhecer todos estes produtos. Espero que possamos promovê-los, de forma a que se possam exportar porque realmente são produtos que valem a pena”, considera. Já os produtores mostraram-se entusiasmados com a possibilidade de internacionalizar os seu produtos.
É o caso de Fernando Pais, da empresa Rural Futuro que produz queijo de ovelha e cabra em Mogadouro. O empresário revela que a empresa está em crescimento e acredita que a exportação pode ser uma boa saída. “Há pouco poder de compra e acho que o futuro terá de passar pela internacionalização.
Estamos a fazer um investimento na ordem dos 2 milhões e 500 mil euros e vamos ter uma quantidade razoável para produzir. Fazemos recolha de leite em 7 concelhos, num total de cerca de 90 produtores”, revela o empresário.
A rede de parceiros envolvidos na marca “Terras Altas de Portugal” foi oficialmente constituída na passada sexta-feira, no Nerba-Associação Empresarial do distrito de Bragança.
Escrito por Brigantia
Estão abertas as portas das Festas e Feira de São Pedro
No primeira dia das Festas e Feira de São Pedro, dia de abertura oficial, houve um desafio lançado pelo Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza , para encontrar uma nova jóia para o concelho.
E foi dia também para o presidente da câmara anfitrião deixar preocupações.
E não é tudo.
Miguel de Castro Neto garantiu que não está sob a alçada do seu departamento, mas respondeu a outro anseio.
Depois, seguiu a visita aos 170 expositores que este ano estão presentes na feira comercial.
São esperadas mais de 60 mil pessoas até ao próximo domingo, e Duarte Moreno não tem dúvidas de que este certame continua a marcar a diferença.
E o novo modelo das Festas e Feira de São Pedro parece inspirar os expositores, que logo no primeiro dia deram asas da imaginação, como encontramos bom exemplo na Flormêndoa.
Também o bilhete integral, que tem um custo de 5€ e que inclui entrada para todos os dias do certame no Parque Municipal de Exposições parece agradar a quem visita.
A animação seguiu até de madrugada, na Praça dos Segadores, com muita ao vivo, mas esta reportagem já não chegou lá.
Hoje, são os GNR a subir ao palco e amanhã é dia de Mega Arraial Popular, com a Rádio Onda Livre.
Escrito por ONDA LIVRE
E foi dia também para o presidente da câmara anfitrião deixar preocupações.
E não é tudo.
Miguel de Castro Neto garantiu que não está sob a alçada do seu departamento, mas respondeu a outro anseio.
Depois, seguiu a visita aos 170 expositores que este ano estão presentes na feira comercial.
São esperadas mais de 60 mil pessoas até ao próximo domingo, e Duarte Moreno não tem dúvidas de que este certame continua a marcar a diferença.
E o novo modelo das Festas e Feira de São Pedro parece inspirar os expositores, que logo no primeiro dia deram asas da imaginação, como encontramos bom exemplo na Flormêndoa.
Também o bilhete integral, que tem um custo de 5€ e que inclui entrada para todos os dias do certame no Parque Municipal de Exposições parece agradar a quem visita.
A animação seguiu até de madrugada, na Praça dos Segadores, com muita ao vivo, mas esta reportagem já não chegou lá.
Hoje, são os GNR a subir ao palco e amanhã é dia de Mega Arraial Popular, com a Rádio Onda Livre.
Escrito por ONDA LIVRE
Jovem de 24 anos morre afogado em praia fluvial
Um jovem de 24 anos morreu ontem afogado na praia fluvial de Foz do Sabor, no concelho de Torre e Moncorvo, distrito Bragança, disse à Lusa fonte dos bombeiros locais.
O alerta foi dado cerca das 16h00 horas por populares que se encontravam na zona balnear.
De acordo com o 2.º comandante dos Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo, Firmino Lopes, o afogamento ocorreu numa zona "não vigiada" da praia fluvial da Foz do Sabor.
"A zona está sinalizada como não estando vigiada", concretizou o responsável.
De acordo com a fonte, as equipas de socorro localizaram o jovem cerca de 50 minutos após o alerta, numa zona afastada 25 a 30 metros de uma das margens do rio Douro.
Os bombeiros de Torre de Moncorvo e uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) efetuaram manobras de reanimação, tendo sido decretado o óbito já na Urgência Básica do Centro de Saúde de Vila Nova de Foz, para onde foi transportado.
Nas operações de socorro estivarem envolvidos elementos dos bombeiros de Torre de Moncorvo, INEM, Policia Marítima e GNR.
Agência Lusa
O alerta foi dado cerca das 16h00 horas por populares que se encontravam na zona balnear.
"A zona está sinalizada como não estando vigiada", concretizou o responsável.
De acordo com a fonte, as equipas de socorro localizaram o jovem cerca de 50 minutos após o alerta, numa zona afastada 25 a 30 metros de uma das margens do rio Douro.
Os bombeiros de Torre de Moncorvo e uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) efetuaram manobras de reanimação, tendo sido decretado o óbito já na Urgência Básica do Centro de Saúde de Vila Nova de Foz, para onde foi transportado.
Nas operações de socorro estivarem envolvidos elementos dos bombeiros de Torre de Moncorvo, INEM, Policia Marítima e GNR.
Agência Lusa
Miranda do Douro quer reconhecimento do Mirandês na Carta Europeia de Línguas Minoritárias
O presidente da câmara de Miranda do Douro quer que o governo adira à carta europeia de línguas minoritárias. Apesar de ter uma segunda língua oficial, Portugal é dos poucos países da Europa que ainda não subscreveu este documento.
Iniciativa “Zumba aquático” recolheu cerca de quarenta quilos de bens alimentares numa ação solidária
Cerca de quarenta quilos de bens alimentares, maioritariamente enlatados, leite, massas alimentícias e alguns brinquedos foi o resultado da mega aula de Aqua Zumba com cariz solidário que decorreu esta quinta feira, na piscina do Centro de Educação Especial, em Bragança.
Iniciativa “Zumba aquático” recolheu cerca de quarenta quilos de bens alimentares numa ação solidária
Esta ação foi promovida pelo movimento Movipure e contou com trinta participantes, que aderiram a esta iniciativa de cariz solidária, inédita na região. “Foi a primeira vez que foi realizada uma acção solidária em meio aquático no concelho”, explicou Nuno Quitério, um dos responsáveis pela ação.
Ainda segundo o responsável, o saldo da iniciativa foi “muito positivo”, e não descarta a hipótese de se voltar a repetir. O jovem explica que a ideia teve duas vertentes: “Por um lado pretendíamos divulgar o nosso projeto de hidroginástica para bebés e adultos e, por outro, tentar ajudar a instituição gestora da piscina”, explicou.
Os bens angariados vão agora ser entregues à Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a maior IPSS do concelho que fará a devida distribuição por famílias carenciadas que procuram aquela instituição social.
Este tipo de ações de solidariedade são sempre bem acolhidas por parte da instituição que tem uma média de 1200 utentes dia em todas as respostas sociais”, disse a vogal da Mesa Administrativa da Santa Casa, Isabel Lopes que esteve presente no local da iniciativa solidária.
“Todos os dias recebemos novos pedidos de ajuda de famílias em condições financeiras precárias ou excluídos socialmente, o que acarreta um esforço crescente para a instituição", por isso, " todas as ajudas são sempre bem vindas", agradeceu.
Iniciativa “Zumba aquático” recolheu cerca de quarenta quilos de bens alimentares numa ação solidária
Esta ação foi promovida pelo movimento Movipure e contou com trinta participantes, que aderiram a esta iniciativa de cariz solidária, inédita na região. “Foi a primeira vez que foi realizada uma acção solidária em meio aquático no concelho”, explicou Nuno Quitério, um dos responsáveis pela ação.
Ainda segundo o responsável, o saldo da iniciativa foi “muito positivo”, e não descarta a hipótese de se voltar a repetir. O jovem explica que a ideia teve duas vertentes: “Por um lado pretendíamos divulgar o nosso projeto de hidroginástica para bebés e adultos e, por outro, tentar ajudar a instituição gestora da piscina”, explicou.
Os bens angariados vão agora ser entregues à Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a maior IPSS do concelho que fará a devida distribuição por famílias carenciadas que procuram aquela instituição social.
Este tipo de ações de solidariedade são sempre bem acolhidas por parte da instituição que tem uma média de 1200 utentes dia em todas as respostas sociais”, disse a vogal da Mesa Administrativa da Santa Casa, Isabel Lopes que esteve presente no local da iniciativa solidária.
“Todos os dias recebemos novos pedidos de ajuda de famílias em condições financeiras precárias ou excluídos socialmente, o que acarreta um esforço crescente para a instituição", por isso, " todas as ajudas são sempre bem vindas", agradeceu.
A Maldição
Local: VINHAIS, BRAGANÇA
Informante: Guilhermino Bernardino Fernandes (M), 70 anos
Dizem os velhos transmontanos que um pai nunca deve rogar uma praga a um filho. Se o fizer amaldiçoará o seu próprio sangue e pagará caro por isso. Daí o ditado: “Anda a praga em redor e vai cair no rogador”.
Conta-se a propósito que há muitos anos havia em certa aldeia um homem muito severo que obrigava o filho a trabalhar sem descanso. Nem os dias sagrados o deixava respeitar.
Um dia, ao aproximar-se a festa em honra do santo da devoção do moço, este pediu ao pai que o deixasse ir à romaria. Mas o pai não aceitou, justificando que havia uma leira para regar, uma restolha para lavrar, um monte para queimar...
— Primeiro a obrigação e depois a devoção! — rematou o pai.
No entanto, o filho resolveu, pela primeira vez, contrariá-lo, dizendo-lhe que o trabalho podia fazê-lo depois, mas que a romaria era coisa de um só dia. O pai, perante a atitude do moço, rogou-lhe a seguinte praga:
— Se fores à romaria, que te danes como um lobo no mesmo dia!
Pior coisa não podia ter dito. No dia da festa o moço lá foi, mas já não voltou. Passados alguns dias, começou a falar-se que andava um lobo corpulento nas redondezas da aldeia e que, pela noite, entrava nos currais para comer os cordeiros. Como o aparecimento deste estranho animal coincidiu com o desaparecimento do rapaz, o pai lembrou-se da maldição que lhe havia lançado e, por isso, alguma coisa lhe dizia que esse lobo era o filho transformado em lobisomem.
Entretanto, os habitantes da aldeia, fartos de tanto desassossego causado pelo lobo, resolveram munir-se de cutelos e, noite após noite, foram à procura dele para o matarem. Ao aperceber-se disso, o pai do moço, muito aflito, foi confessar-se ao padre e pedir-lhe ajuda para salvar o filho.
— Ao amaldiçoares o rapaz fizeste o que de pior um pai pode fazer a um filho! — disse-lhe o padre.
— E que posso eu agora fazer para ajudá-lo? — perguntou o pai.
— Toma esta cruz, e, sempre que os homens da aldeia saírem para matar o lobo, vai com eles. Quando o atingirem com os cutelos, tu aproximas-te dele e colocas-lhe esta cruz sobre o sangue.
O homem assim fez. Quando o lobo tombou no chão com os golpes que apanhou, o homem foi sobre ele e colocou-lhe a cruz no momento em que exalava o último suspiro.
Diz o povo que, no mesmo instante, o lobo se transformou no belo rapaz que havia sido, e que ainda teve tempo de perdoar ao pai o mal que lhe fez. Dias depois o homem foi ter com o padre para lhe devolver a cruz.
— Leva-a contigo — disse-lhe o padre, — pois, ainda que te pese demais, terás de carregá-la o resto dos teus dias.
Não foram muitos. Conta o povo que o homem pouco mais durou, e que morreu roído pelos remorsos.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares
Informante: Guilhermino Bernardino Fernandes (M), 70 anos
Dizem os velhos transmontanos que um pai nunca deve rogar uma praga a um filho. Se o fizer amaldiçoará o seu próprio sangue e pagará caro por isso. Daí o ditado: “Anda a praga em redor e vai cair no rogador”.
Conta-se a propósito que há muitos anos havia em certa aldeia um homem muito severo que obrigava o filho a trabalhar sem descanso. Nem os dias sagrados o deixava respeitar.
Um dia, ao aproximar-se a festa em honra do santo da devoção do moço, este pediu ao pai que o deixasse ir à romaria. Mas o pai não aceitou, justificando que havia uma leira para regar, uma restolha para lavrar, um monte para queimar...
— Primeiro a obrigação e depois a devoção! — rematou o pai.
No entanto, o filho resolveu, pela primeira vez, contrariá-lo, dizendo-lhe que o trabalho podia fazê-lo depois, mas que a romaria era coisa de um só dia. O pai, perante a atitude do moço, rogou-lhe a seguinte praga:
— Se fores à romaria, que te danes como um lobo no mesmo dia!
Pior coisa não podia ter dito. No dia da festa o moço lá foi, mas já não voltou. Passados alguns dias, começou a falar-se que andava um lobo corpulento nas redondezas da aldeia e que, pela noite, entrava nos currais para comer os cordeiros. Como o aparecimento deste estranho animal coincidiu com o desaparecimento do rapaz, o pai lembrou-se da maldição que lhe havia lançado e, por isso, alguma coisa lhe dizia que esse lobo era o filho transformado em lobisomem.
Entretanto, os habitantes da aldeia, fartos de tanto desassossego causado pelo lobo, resolveram munir-se de cutelos e, noite após noite, foram à procura dele para o matarem. Ao aperceber-se disso, o pai do moço, muito aflito, foi confessar-se ao padre e pedir-lhe ajuda para salvar o filho.
— Ao amaldiçoares o rapaz fizeste o que de pior um pai pode fazer a um filho! — disse-lhe o padre.
— E que posso eu agora fazer para ajudá-lo? — perguntou o pai.
— Toma esta cruz, e, sempre que os homens da aldeia saírem para matar o lobo, vai com eles. Quando o atingirem com os cutelos, tu aproximas-te dele e colocas-lhe esta cruz sobre o sangue.
O homem assim fez. Quando o lobo tombou no chão com os golpes que apanhou, o homem foi sobre ele e colocou-lhe a cruz no momento em que exalava o último suspiro.
Diz o povo que, no mesmo instante, o lobo se transformou no belo rapaz que havia sido, e que ainda teve tempo de perdoar ao pai o mal que lhe fez. Dias depois o homem foi ter com o padre para lhe devolver a cruz.
— Leva-a contigo — disse-lhe o padre, — pois, ainda que te pese demais, terás de carregá-la o resto dos teus dias.
Não foram muitos. Conta o povo que o homem pouco mais durou, e que morreu roído pelos remorsos.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares
Lenda do Bezerro de Ouro
Local: Felgar, TORRE DE MONCORVO, BRAGANÇA
Informante: António dos Santos Dias (M), 65 anos
Há no termo do Felgar [concelho de Torre de Moncorvo], num sítio adonde é que chamam Olhadela, do lado de cá do rio, o castelo dos mouros. Ainda lá estão restos. E, nesse castelo, dizem que está um bezerro de ouro encantado. Já lá foram vários para tirar aquilo [o Diabo], mas aquilo não sai.
Diz que só saía à meia-noite, indo lá um gaijo, que seja padre, a dizer missa. Ora, havia ali um no Felgar, que tinha sido ordenado há pouco tempo, e veio aqui a Carviçais, ao Padre Tavares, a pedir os hábitos de padre, e o Padre Tavares emprestou-lhos. Depois, uns dez ou doze gaijos juntaram-se e foram lá com ele a dizer a tal dita missa.
Formaram lá um altar e puseram-se então a dizer a missa. Às tantas, começaram a sentir barulho, e um dos fulanos, que lá estava a assistir à missa, disse p’ró gaijo que era padre:
— Ó Cacinho [Acácio], o vitelo já urra!
Conforme ele disse aquelas palavras, alevantou-se tamanha ventaneira… uns foram ter aqui, outros foram ter ali, outros salvaram o rio, e ninguém ficou lá. Só se encontraram ao outro dia, um aqui, outro ali, outro além, sem saberem p’ronde é que vieram nem p’ronde é que não vieram. Nenhum deles soube o caminho que tomou.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Informante: António dos Santos Dias (M), 65 anos
Há no termo do Felgar [concelho de Torre de Moncorvo], num sítio adonde é que chamam Olhadela, do lado de cá do rio, o castelo dos mouros. Ainda lá estão restos. E, nesse castelo, dizem que está um bezerro de ouro encantado. Já lá foram vários para tirar aquilo [o Diabo], mas aquilo não sai.
Diz que só saía à meia-noite, indo lá um gaijo, que seja padre, a dizer missa. Ora, havia ali um no Felgar, que tinha sido ordenado há pouco tempo, e veio aqui a Carviçais, ao Padre Tavares, a pedir os hábitos de padre, e o Padre Tavares emprestou-lhos. Depois, uns dez ou doze gaijos juntaram-se e foram lá com ele a dizer a tal dita missa.
Formaram lá um altar e puseram-se então a dizer a missa. Às tantas, começaram a sentir barulho, e um dos fulanos, que lá estava a assistir à missa, disse p’ró gaijo que era padre:
— Ó Cacinho [Acácio], o vitelo já urra!
Conforme ele disse aquelas palavras, alevantou-se tamanha ventaneira… uns foram ter aqui, outros foram ter ali, outros salvaram o rio, e ninguém ficou lá. Só se encontraram ao outro dia, um aqui, outro ali, outro além, sem saberem p’ronde é que vieram nem p’ronde é que não vieram. Nenhum deles soube o caminho que tomou.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
A lenda dos tremoços
Local: Soutelo, MOGADOURO, BRAGANÇA
Maria e José, para furtarem o Menino à fúria de Herodes, seguiram temerosos, de alma dorida, sem compreenderem como é que um rei tão tirano podia odiar de morte aquele Ser tão pequenino tão indefeso e tão inocente que apenas tinha como abrigo os braços de sua Mãe e a protecção de um pobre carpinteiro que tinha por únicas armas as suas ferramentas de oficio. A cada ruído que ouviam por pequeno que fosse como o cair de uma folha ou o rastejar de um pequeno réptil julgavam ouvir os passos dos soldados. Procuravam portanto evitar os caminhos mais transitáveis e atravessavam por sítios onde não ficassem pegadas que denunciassem a sua passagem.
A certa altura da caminhada embrenharam-se por um campo de tremoços. Como se sabe o tremoceiro quando esta seco e ainda com o tremoço dentro da vagem faz um barulho dos demónios comparável ao de um enorme ruge-ruge, daqueles que se compram para os bebés.
Ao atravessarem o tremoçal, o barulho era de tal ordem que, Maria, dorida e receosa, a quem o medo tornava um pouco impaciente, teria dito para José:
— Estas malditas ervas fazem tanto barulho, que, se os soldados passam por aqui perto, vão ouvir e somos apanhados.
Depois, dirigindo-se aos tremoços, disse:
— Ó ervinhas, peço-vos que não façais barulho, senão sereis amaldiçoadas e o vosso fruto não matará a fome a ninguém, por mais que comam.
Os tremoços continuaram com o mesmo barulho, e daí a razão por que esse fruto, que é tão apreciado como aperitivo e tão comum nas festas de baptizados e casamentos, não sacia o apetite a ninguém. Quantos mais se comem, mais se querem comer, sem nunca sentirmos o estômago cheio.
Fonte:OLIVEIRA, Casimiro Raízes: Poesia, Contos e Lendas
Maria e José, para furtarem o Menino à fúria de Herodes, seguiram temerosos, de alma dorida, sem compreenderem como é que um rei tão tirano podia odiar de morte aquele Ser tão pequenino tão indefeso e tão inocente que apenas tinha como abrigo os braços de sua Mãe e a protecção de um pobre carpinteiro que tinha por únicas armas as suas ferramentas de oficio. A cada ruído que ouviam por pequeno que fosse como o cair de uma folha ou o rastejar de um pequeno réptil julgavam ouvir os passos dos soldados. Procuravam portanto evitar os caminhos mais transitáveis e atravessavam por sítios onde não ficassem pegadas que denunciassem a sua passagem.
A certa altura da caminhada embrenharam-se por um campo de tremoços. Como se sabe o tremoceiro quando esta seco e ainda com o tremoço dentro da vagem faz um barulho dos demónios comparável ao de um enorme ruge-ruge, daqueles que se compram para os bebés.
Ao atravessarem o tremoçal, o barulho era de tal ordem que, Maria, dorida e receosa, a quem o medo tornava um pouco impaciente, teria dito para José:
— Estas malditas ervas fazem tanto barulho, que, se os soldados passam por aqui perto, vão ouvir e somos apanhados.
Depois, dirigindo-se aos tremoços, disse:
— Ó ervinhas, peço-vos que não façais barulho, senão sereis amaldiçoadas e o vosso fruto não matará a fome a ninguém, por mais que comam.
Os tremoços continuaram com o mesmo barulho, e daí a razão por que esse fruto, que é tão apreciado como aperitivo e tão comum nas festas de baptizados e casamentos, não sacia o apetite a ninguém. Quantos mais se comem, mais se querem comer, sem nunca sentirmos o estômago cheio.
Fonte:OLIVEIRA, Casimiro Raízes: Poesia, Contos e Lendas