Aos 52 anos, Duarte Moreno leva quase dois à frente dos destinos do município. Nesta entrevista aborda todos os temas, desde os projetos de futuro para o Azibo à sentença do tribunal que decretou a perda de mandato e à convivência com o CDS, com quem teve de negociar no Executivo.
Mensageiro de Bragança: Que balanço faz deste mandato?
Duarte Moreno: Faço um balanço bastante positivo, apesar de diversas contrariedades existentes no decurso deste ano e meio. Concretizámos algumas situações do nosso programa eleitoral, como a descida do IMI para o mínimo, dar dois por cento aos nossos concidadãos da parte do IRS.
Temos dado, também, aos nossos alunos do 1º ciclo, os manuais gratuitos. Estamos agora a trabalhar nos alunos do 2º, 3º cliclos e secundário. Na área social atribuímos aos mais carenciados diverso material. Vamos arrancar brevemente com a carrinha móvel para as pequenas reparações das pessoas que têm mais carências. Podem ir desde a substituição de uma lâmpada a tomadas, desentupir canos, mudar uma torneira que pinga. A Unidade Móvel de Saúde também é para funcionar, para que as pessoas não se desloquem por pequenas coisas, como a medição da glicémia ou a tensão. Também estamos a ver outras questões que têm a ver com a ação social, para as pessoas poderem ter animadores sociais.
Estamos com um protocolo com a ULS para a Unidade dos Cuidados Paliativos móvel, de que somos parceiros.
Tivemos grandes guerras, como a do héli, que pensamos ter ganho. Também a da saída das urgências. Perdemos um pouco com a unidade de cuidados continuados mas ganhámos a de paliativos. Em termos de economia, andamos sempre à procura de empresas. A zona industrial é disso exemplo, com as construções que ali estão a nascer.
MB.: Tem muitas vagas?
DM.: Não, temos poucas, o que é pena. Muitos terrenos foram vendidos e a reversão é difícil. E a zona industrial ainda não está concluída em termos de infra-estruturas. Notificámos alguns proprietários para construírem ou devolverem os terrenos. Alguns estão a devolver, para começarmos a construir.
Também mantemos a dinâmica de termos uma das melhores praias da Europa. Continuamos com a bandeira azul. Na conferência de imprensa fomos dados como exemplo de Portugal e da Europa em termos de praias fluviais, o que significa que estamos a melhorar cada vez mais e a atribuir-lhe, cada vez mais, uma importância significativa.
No turismo, integramos parte integrante da UNESCO com o Geoparque Terras de Cavaleiros. Também a Reserva da Biosfera traz uma mais-valia.
Estamos a fazer parcerias com concelhos do litoral, aonde levamos as nossas exposições temporárias. Já estivemos na Maia e em Oliveira de Azeméis, para que eles possam vir.
Gostaríamos de trazer para cá as pessoas que vêm ao Azibo, para que venham desfrutar do espaço.
MB.: O que é preciso para que isso aconteça?
DM.: A vontade dos macedenses era que houvesse uma avenida até ao Azibo, o que está fora de questão pois temos uma paisagem protegida. De qualquer forma, queremos melhorar os acessos até ao Azibo a partir de Macedo de Cavaleiros. Temos de usar outras estratégias para as pessoas virem até cá, como oferecer mais qualquer coisa para que as pessoas também cá venham. Temos o museu de Arte Sacra. Até outubro vamos abrir o de Martim Gonçalves de Macedo e o de arqueologia. São ofertas que podemos garantir. Apesar de Macedo ter cerca de 170 anos, tem muito património. Vê-se isso no Geoparque. Foi um processo difícil mas que teve retorno. Tivemos cá franceses de um outro geoparque, pelo interesse da castanha. Os italianos ficaram muito agradados com os nossos freixos. E, de facto, temos tido muitas visitadas no geoparque. Tivemos um grupo enorme da Luftansa.
Além disso continuaremos a ter todas as nossas atividades, como a Feira da Caça ou o caretos, a Feira do Mel, a Feira da Saúde, a mostra agrícola e a Feira de S. Pedro. No verão temo as festas das freguesias, mais o vólei de praia.
MB.: Chegou a falar-se de um campo de golfe, de um hotel... Esses projetos ainda estão de pé?
DM.: Estamos a terminar o PDM e o campo de golfe continua.
MB.: Continua a estar previsto e a ser um objetivo da autarquia?
DM.: Continua. O parque de campismo também. Não aquele de massas mas que possa atrair pessoas, de forma diferente. A zona também já está identificada e agora só precisamos de arranjar os investidores. A autarquia não pode estar em tudo porque não temos vocação de gestão em espaços dessa natureza. Cabe-nos dar todas as condições aos promotores que queiram vir. Estamos a concluir uma brochura para divulgar o nosso concelho junto dos investidores.
MB.: E o hotel?
DM.: Temos identificados três locais. Claro que não é uma hotelaria de grandes dimensões. Também estão previstos bungalows e uma envolvência com turismo de natureza, das torres de escalada ao rapel.
MB.: Neste momento existem duas praias. Tem previsto o alargamento da zona balnear?
DM.: Vamos ver o que os fundos comunitários nos permitem. Temos prevista mais uma praia fluvial e duas piscinas fluviais. Também está previsto um pavilhão de remo. Não para guardar materiais mas para a competição. Mais um parque de merendas, na zona mais próxima de Macedo, que tem uma profundidade grande. Há algumas pontes que queremos fazer para encurtar caminhos.
MB.: Chegou a dizer-se que a realização da Feira de S. Pedro poderia estar em causa este ano. O que aconteceu?
DM.: O modelo vinha esgotado. Temos uma associação comercial que só se dedica, há vários anos, à Feira de S. Pedro. É o único motivo da sua existência. Penso que não deve ter como mote único a realização da feira. Deve ter motivos mais latos e de ajuda aos seus associados, que são as empresas de Macedo. Isso não vinha acontecendo e decidimos mudar o figurino e criar uma comissão de festas e feiras, aprovada em reunião de câmara e constituída.
Essa comissão é composta por nove elementos. Este ano tivemos pouco tempo mas estamos a concretizar a própria festa e feira empresarial.
MB.: Mas ouviram-se algumas críticas do presidente da Associação Comercial, de que poderiam estar em causa alguns empregos.
DM.: A vocação da Associação tem a ver com os seus associados, poder fazer formação, rentabilizar as instalações. Não pode ser a feira de S. Pedro a pagar salários aos funcionários. O protocolo que estava instituído desde 1987 dizia que, se houver receitas, ficam para a associação. Se der prejuízo, é a Câmara que paga tudo. Assim não custa gerir. Agora temos um orçamento, que até pode ser ultrapassado, mas é uma comissão que gere, tem rosto, de todos os quadrantes políticos. Se formos por este caminho, vamos todos.
O que queremos é atrair visitantes. A Associação tem de atrair empresas para ter um certame com força, dinâmico e que pelas empresas atraia visitantes.
MB.: Com esta mudança, mudou também o orçamento?
DM.: O orçamento mudou um pouco.Só no fim é que se fazem as contas mas está previsto gastar menos. Orçamento chegou a rondar os 200 mil, 170 mil... Este ano não queremos ultrapassar os cem mil euros. E vamos ter mais um dia. Penso que vai correr bem. Deixamos de ter algumas coisas que existiam, como convites e entradas gratuitas. As coisas custam dinheiro e, por isso, têm de ter retorno. As entradas serão pagas no recinto mas teremos festas fora do recinto. Fecha sempre às 00h30 e, depois, dinamizaremos a cidade, para que as pessoas venham para a rua e estejam algum tempo em vez de estarem fechados no recinto.
in:mdb.pt
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