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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 20 de junho de 2015

Protocolo promove as línguas mirandesa e asturiana

Associações portuguesas e espanholas assinaram hoje, em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, o primeiro protocolo cooperação entre a língua mirandesa e a língua asturiana, dois idiomas ibéricos com a mesma raiz linguística.
O documento conta como principais signatários o município de Miranda do Douro, a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa e a Academia de la Llingua Asturiana, tendo o presidente da autarquia, Artur Nunes, aproveitado o momento para defender a necessidade de criar parcerias fortes para dinamizar a língua e cultura mirandesas.

"Com assinatura deste protocolo começa-se a formatar um novo ciclo de relações culturais e económicas entre as regiões transfronteiriça das Astúrias e a região portuguesa de Miranda do Douro", frisou o autarca, em declarações à agência Lusa.

Por seu turno, Ana Cano, presidente da Academia de la Llingua Asturiana destacou que para a língua asturiana é importante a assinatura deste protocolo, já que se trata de duas línguas e culturas que têm o mesmo "tronco linguístico".

"Com este convénio ficam abertas portas para que os mirandeses possam participar em todas ações culturais e linguísticas, trabalhos científicos, criações literárias ou revistas e jornais publicados nas Astúrias", explicou a responsável.

Carlos Ferreira, da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa avançou que durante séculos se falaram línguas originárias da mesma raiz linguística e que agora é preciso reforçar, já que há traços comuns entre as duas línguas peninsulares.

O documento do protocolo foi escrito em quatro idiomas (português, mirandês, asturiano e castelhano) e a sua assinatura ocorre numa altura em que se pretende homenagear um dos maiores defensores do mirandês, Amadeu Ferreira, recentemente desaparecido.

Traduções para mirandês dos Lusíadas, de Luís de Camões, da Mensagem, de Fernando Pessoa, e de dois volumes do personagem da banda desenhada Astérix, foram alguns dos trabalhos realizados por Amadeu Ferreira.

As três entidades ibéricas subscritoras do documento confiam na abertura de uma porta ao intercâmbio de alunos e professores, publicações conjuntas e outras medidas de desenvolvimento e defesa das línguas "irmãs" em ambos os lados da fronteira.

Segundos os investigadores, a língua mirandesa é um idioma pertencente ao grupo do asturo-leonês, com estatuto de segunda língua oficial em Portugal, reconhecida oficialmente e assim protegida.

A língua mirandesa é, atualmente, utilizada por cerca de sete a oito mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e na diáspora e, ainda, em algumas freguesias dos concelhos vizinhos de Vimioso e Mogadouro.

O primeiro texto escrito em língua mirandesa é datado de 1884, da autoria do filólogo José Leite de Vasconcelos.

O ensino do mirandês -- que se tornou na segunda língua oficial em Portugal em 1999 -, como opção, nas escolas do concelho de Miranda do Douro, é ministrado desde o ano letivo 1986/87.

Em 2008, foi estabelecida uma convenção ortográfica, patrocinada pela Câmara de Miranda do Douro e levada a cabo por um grupo de linguistas, com vista estabelecer regras claras para escrever, ler e ensinar o mirandês, bem para como estabelecer uma escrita o mais unitária possível.

Já o asturiano, apenas tem reconhecimento jurídico, não sendo uma língua oficial em Espanha.

Agência Lusa

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