O roubo de colmeias no distrito de Bragança aumentou praticamente o dobro em relação ao ano passado.
Em 2014, a GNR registou 6 furtos de colmeias mas este ano, que vai praticamente a meio, já foram participados 10 assaltos a apiários.
Estes são os números conhecidos mas as autoridades acreditam que haja muitos mais casos, uma vez que, muitos apicultores não chegam a apresentar queixa por considerarem que é quase impossível reaver as colmeias.
Um dos últimos apiários a ser alvo de roubos foi o de Carlos de Sá Carneiro, na freguesia de Gondesende, concelho de Bragança. Desapareceram 10 das 100 colmeias do apicultor. Além das quebras produção de mel desde ano, o material roubado representa um prejuízo de mais de 2 mil euros. Carlos de Sá Carneiro acredita que terá sido um apicultor a protagonizar o assalto. “Num dos ninhos, foi-lhe retirado o quadro com a postura do dia. Nota-se que foi um apicultor porque isso quer dizer que a pessoa que o fez tem falta de rainhas”, constata.
Esta é uma das situações que envolve o roubo de colmeias. Muitas vezes, os apicultores precisam de enxames para completar a sua candidatura a fundos comunitários destinados ao investimento apícola e acabam por procurá-los noutros apiários. “Há projectos que contemplam 500 ou mil colmeias mas, em 2 anos, que é normalmente o período para instalação do apiário, não há nenhum apicultor que consiga isso. Por isso, alguns recorrem ao apiário do vizinho…Podem retirar o enxame para uma caixa deles e assim é difícil controlar onde estão as abelhas”, lamenta o apicultor.
A Associação de Apicultores do Parque Natural de Montesinho, principal entidade qualificadora do mel produzido naquele território, tem também notado um aumento das queixas de furtos por parte dos apicultores, desde há três anos.
O presidente da Associação, Manuel Gonçalves, salienta que há vários factores que podem contribuir para anos de mais ou menos roubos de colmeias. “Há anos em que há maior incidência que outros por vários factores. Por exemplo, se no ano anterior houve muita mortandade, há apicultores que querem repor com alguma rapidez as colmeias, há também quem veja nos furtos uma forma de arranjar dinheiro fácil. Há três anos houve um grande aumento desse tipo de situações mas, ultimamente não temos notado que tenha aumentado”, refere Manuel Gonçalves. Já o número de colmeias por apicultor têm aumentado nos últimos anos, segundo os dados da Associação de Apicultores do Parque Natural de Montesinho.
Este ano houve um aumento de cerca de 20 por cento do número de colmeias por apicultor e uma diminuição de cerca de 10 por cento do número de apicultores. Nesta associação, estão inscritos actualmente 340 apicultores com 25500 colmeias.
Este é o tema de uma reportagem que pode ler na edição desta semana do Jornal Nordeste.
Escrito por Brigantia
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