Com uma recepção calorosa foi apresentada no passado dia 15 de Agosto no Auditório Municipal de Freixo de Espada à Cinta a Biografia de Margarida Guerra Junqueiro intitulada “Margarida Guerra Junqueiro- O Mundo Começa em Freixo de Espada à Cinta”.
Biografia de Margarida Guerra Junqueiro foi apresentada em Freixo de Espada à Cinta
O lançamento da obra decorreu no dia do anual “Almoço dos Freixenistas” reforçando a “união sentimental às raízes de Freixo de Espada à Cinta” como referiu Maria do Céu Quintas, Presidente da Câmara Municipal no início da apresentação.
A autora do livro, Isabel Gomes Mota, filha da homenageada, começou por demonstrar o seu desagrado relativamente ao facto, de aquando das comemorações do centenário do Almirante Sarmento Rodrigues, seu pai, nunca em momento algum se ter referido que este era casado com uma freixenista, e dessa forma realçou o objetivo primeiro do lançamento desta obra: “uma tentativa de não deixar cair em esquecimento a memória da minha mãe”.
O livro, para além de ser uma homenagem a Freixo e às suas gentes, é também uma exaltação à mulher e à importância que ela tem na sociedade e como tal a “Dona Isabelinha” como carinhosamente é conhecida em Freixo Isabel Gomes Mota, faz uma dedicatória no início do livro às mulheres, as invisíveis, que muitas vezes ficam na sombra dos seus maridos, mas cuja ação é de extrema importância.
A obra reúne um conjunto de memórias de vida de Margarida Guerra Junqueiro, da infância muito vivida em Freixo de Espada à Cinta, aos caminhos que a levaram para fora da sua terra e aos regressos a esta, vividos como se nunca tivesse partido, e daí o nostálgico e significativo título “Margarida Guerra Junqueiro- O mundo começa em Freixo de Espada à Cinta” como se Freixo seria para sempre o sítio que a haveria de esperar.
As memórias são de uma mulher com garra e muitas vezes a mulher dos sete ofícios: “Deitava mão a tudo”, refere-se Isabel Gomes Mota à sua mãe, dizendo que tanto sabia fazer enchidos, queijos, pão e marmelada como sabia coser ou trabalhar a seda no tear. De uma mulher apaixonada e de um amor sem fim quer pelos filhos, quer pelo marido que conheceu num dos regressos a Freixo em férias, “a minha mãe e o meu pai encantaram-se e ficaram prometidos” confidenciou Isabel Gomes Mota aos presentes.
A autora reforçou também que o livro é por outro lado dedicado a todos os emigrantes, e em especial às suas mulheres por terem a coragem de ver partir ou muitas vezes serem as próprias a “carregar filhos e malas”, reforçando novamente a ideia da garra das mulheres freixenistas.
No final da apresentação, Isabel Gomes Mota acabou por confidenciar que numa das conversas com a sua mãe em que a tinha apelidado de heroína por causa de um dos feitos em que se destacou, Margarida Guerra Junqueiro respondeu-lhe com exclamação que “habituada aos frios, aos calores, às fragas e aos precipícios, não era heroína mas apenas freixenista, e talvez fosse por isso que esta terra tivesse tantos emigrantes espalhados pelo mundo”.
Com a presentação desta obra, Freixo de Espada à Cinta recebe assim as lembranças de uma mulher que foi mais do que sobrinha de um grande poeta, mais do que mulher do Almirante Sarmento Rodrigues, mas uma verdadeira filha da terra, a quem nunca se lhe esqueceu a importância deste lugar e destas gentes.
A intervenção final coube ao vereador com o pelouro da Cultura Artur Parra que referiu que esta distinta obra enriquece as gentes de Freixo de Espada à Cinta e terminou o seu discurso com a leitura de um poema do tio de Margarida Guerra Junqueiro, o poeta Abílio Guerra Junqueiro, intitulado “Morena” extraído da obra “Musa em Férias”.
Nota de Imprensa Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta (Joana Vargas)
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