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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 14 de novembro de 2015

Arquivo secreto da diocese Bragança-Miranda revela lado desconhecido do Abade de Baçal

A Diocese de Bragança-Miranda decidiu abrir o arquivo secreto com documentação do último século e encontrou escritos que prometem revelar um lado pouco conhecido de uma das figuras mais destacadas da região, o Abade de Baçal.

A informação foi divulgada esta sexta-feira pelo bispo diocese, José Cordeiro, à margem da abertura do congresso que, na passagem dos 150 anos do nascimento, evoca a vida, obra e pensamento do homem que reuniu as memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança.

"Parte-se do investigador ou do arqueólogo e depois - por consequência - lá se fala do padre. Eu creio que deve ser ao contrário: partir do homem, do cristão, do padre e depois ver como é que este sacerdócio e a sua missão o levou a ser tudo aquilo que nós já conhecemos sobejamente", defendeu José Cordeiro.

O prelado considerou que "as pessoas não dispõem desta documentação, nem sabem (que existe) porque ela não estava ao dispor de ninguém", mas a diocese promete disponibilizá-la logo que esteja concluído o processo de reorganização do secreto que, desde os inícios do século XX não foi tocado.

"Nesta reorganização nós temos uma especial atenção e cuidado a todos os escritos e a tudo aquilo que se refere ao Abade de Baçal, entre outras figuras, porque queremos também dar a conhecer aquilo que é reservado, aquilo é desconhecido e nomeadamente deste grande homem, deste grande padre, além de um grande investigador que é o padre Francisco Manuel Alves", afirmou.

Em causa estão correspondência, requerimentos ao bispo, atividade cultural e responsabilidade na sociedade civil que na altura assumiu e que "será tudo disponibilizado no arquivo diocesano para proporcionar àqueles que são os estudiosos do Abade de Baçal que tenham também acesso a esses textos", logo que esteja concluído o processo.

Francisco Manuel Alves foi pároco em Mairos e Baçal, sendo nesta última paróquia que ganhou o título de Abade, aos 70 anos.

Calcorreou a pé, na companhia do fiel amigo - um cão - o Nordeste Transmontano fazendo um trabalho de pesquisa e recolha arqueológica e das tradições locais perpetuado no legado hoje disponível no Museu Regional do Abade de Baçal e nas publicações de 12 tomos com as memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança.

Ao mesmo tempo que fazia este trabalho, o bispo da época também lhe pediu que fizesse a recolha dos registos paroquiais e de todo o espólio que estava nas paróquias e "foi graças a este trabalho que hoje a diocese tem um arquivo diocesano magnifico e um dos melhores do país ao nível das dioceses".

Morreu aos 82, no cair da folha, como sempre desejou e no mesmo dia, a 13 de novembro, em que foi criado o museu que comemora cem anos.

A data é assinalada no congresso, que decorre durante dois dias, em Bragança, com perto de duas dezenas de oradores entre os quais Joaquim Pais de Brito, que realçou a capacidade do Abade de pegar "no erudito, mas também nas histórias e cultos populares, até tradições de bruxas e feiticeiras, fazendo o inventário sem estar a rir, a criticar, a distanciar-se".

"Cobriu tantos domínios e teve tantos interlocutores e tudo isto chegava a Lisboa e ao Porto através dos grandes mestres da etnografia: José Leite Vasconcelos, em Lisboa, ou Rocha Peixoto, no Porto", apontou.

O etnógrafo realçou que "nenhuma obra das etnografias locais escritas em Portugal, em nenhum sítio se encontra com esta dimensão, com esta multiplicidade de aspetos".

Jornal de Notícias

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