Em Parada, no concelho de Bragança, a festa em honra de Santo Estevão envolve toda a comunidade para que se cumpra a tradição, que se perde no tempo.
No dia 26, além da missa e almoço comunitário, decorreu a tradicional volta à aldeia no carro de Santo Estevão. Hoje é também um dia importante, uma vez que se realizam dois dos momentos altos das tradições de Inverno desta aldeia: a “Corrida da Rosca”, que decorre esta tarde, e a “Galhofa”, marcada para as 20 horas.
Dois momentos em que os rapazes da aldeia mostram a sua virilidade competindo em corridas e lutas. Se no dia 26, os mordomos dão a volta à aldeia de carro de bois, hoje percorrem as ruas a desejar Boas Festas para em troca receberem roscas, que depois servem de prémio aos vencedores da corrida e da galhofa, como explica a habitante da aldeia Eugénia Vaz, de 71 anos. “No dia 28, os mordomos dão as Boas Festas e dão-se-lhe as roscas.
À noite vão para a “Galhofa”. O rapaz que ganhar, recebe a rosca”, conta a idosa. As tradições associadas ao Natal, começam no dia 24 com a preparação do “charolo”, uma espécie de andor coberto de roscas, que serão posteriormente arrematadas, e as "Loas" que são entoadas na Missa do Galo, continuam com a festa de Santo Estevão e terminam no dia 28, com a “Corrida da Rosca” e a “Galhofa”. Numa aldeia com muitos emigrantes, há alguma dificuldade em cativar os jovens para reavivar estas tradições e para, voluntariamente serem mordomos no ano seguinte, tendo, para isso que sentar à mesa com os mordomos actuais, no almoço comunitário.
Este ano já não foi fácil arranjar interessados e na “Corrida da Rosca” e “Galhofa” também já não há tanta concorrência como antigamente. “Os mordomos eram quatro mas este ano já só meteram três, porque não havia quem pudesse ser mordomo”, conta ainda Eugénia Vaz.
Antigamente, havia mais rapaziada. Agora, os novos foram-se embora e os velhos já não corre”, constata António Esteves, de 88 anos. Há oito anos que as festas da quadra natalícia são acompanhadas de uma feira de Artesanato e Produtos Regionais.
O presidente da União de Freguesias de Parada e Faílde, António Pires, explica que esta é uma forma de disponibilizar produtos regionais a quem visita a aldeia por estes dias e que o balanço destes oito anos é bastante positivo. “Isto começou por se uma brincadeira e um desafio. O objectivo era aproveitar a Festa de Santo Estêvão e a presença dos emigrantes, que vêm nesta altura à nossa aldeia. Começamos com 18 expositores da aldeia e agora temos 24, não só da freguesia mas de outras localidades do distrito. A feira é para continuar, sem dúvida”, sublinha o autarca.
A aldeia de Parada, também conhecida por Parada de Infanções, têm ainda viva a tradição dos caretos. Para preservar as suas características e divulgar os caretos, foi criada há um ano a “Associação dos Caretos de Parada de Infanções” que tem levado o nome da aldeia a várias localidades do país e da Europa.
Escrito por Brigantia
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