O ex-masterchef Luís Portugal está a organizar uma iniciativa que promove o butelo, a par do Festival do Butelo e das Casulas, organizado pelo Município de Bragança, que começa hoje na Praça Camões.
O brigantino associado à marca Origem Transmontana argumenta que foi o mentor da ideia do festival e critica o Município por não permitir que esta empresa e o restaurante Tasca do Zé Tuga, também de Luís Portugal, participem na iniciativa.
O restaurante de Luís Portugal situa-se dentro das muralhas do castelo de Bragança, que deu o mote à Semana Gastronómica “Butelo no Castelo”, que está a promover pela primeira vez. “Eu não estou a fazer um festival à parte do festival que é feito pela Câmara de Bragança.
A Câmara de Bragança é que está a fazer um festival à parte do festival que é feito há cinco anos, o Festival do Butelo e das Casulas. Há cinco anos que a Origem Transmontana e o Luís Portugal fazem este festival, por todo o país, levando a conhecer o Butelo e as Casulas, que não eram conhecidos, à porta dos chefs. Tivemos várias iniciativas, nestes cinco anos, com a minha parceira e amiga Justa Nobre e este ano, também, com o meu amigo chef Rui Paula. Este ano fizeram tudo à imagem daquilo que se fez no ano passado, com um pormenor: proibindo a presença da Origem Transmontana e do luís Portugal nos locais e nos sítios”, conta o chef brigantino.
Nas edições anteriores do Festival do Butelo e das Casulas, que começou há cinco anos, o Município de Bragança era apresentado como entidade organizadora mas, em todas as acções promocionais, constavam a marca Origem Transmontana, a Fundação Rei Afonso Henriques e a Confraria do Butelo e da Casula, como apoiantes.
O cartaz deste ano mantém todas estas entidades, à excepção da Origem Transmontana. Uma situação que deixa Luís Portugal indignado, já que alega não ser a primeira vez que é afastado de uma iniciativa promovida pelo Município e diz também não ser a primeira vez que uma ideia sua é usada pela autarquia. “A justificação foi a mesma que foi dada na Norcaça: tudo aquilo que mexe à volta do senhor presidente é para abater e quando mexe e faz coisas à séria, é para abater e quando mexe e faz coisas à seria, é para abater. Agora eu sinto-me um transmontano orgulhoso.
O senhor presidente da Câmara, até na sua campanha de Natal, utilizava expressões minhas. Curioso, o meu livro chama-se “Orgulhoso Transmontano” e ele queria ser o orgulhoso brigantino. Até aí pensou em pequenino, podia ter uma abrangência maior, mas pronto. Eu fico, obviamente, muito satisfeito porque vejo aquilo que eu faço é bem feito, e ao ser bem feito é copiado. Muitas vezes não é copiado com rigor e com a perfeição que devia ser mas é copiado.
Agora temos que inovar , temos que avançar e temos que pensar que que Butelo é no castelo”, considera. Luís Portugal não tem dúvidas que foi o grande responsável pela divulgação do Butelo a nível nacional.
O ex-masterchef considera que agora, o caminho é acrescentar inovação aos pratos de Butelo, tal como faz no seu restaurante. “Nunca pensei pequenino, nunca pensei só para mim, pensei sempre numa região, num todo, num conjunto e levar o bom nome.
Como é que eu achei que levaria o Butelo e as Casulas mais rápido a porta dos chefes, pondo um produto altamente difícil de empratar até de cozinhar porque tem ossos. É um produto que até nem é muito bonito mas é extremamente saboroso, bom e rico e portanto aqui inovar. Inovar é o meu caminho, a Tasca do Zé Tuga no Butelo no Castelo vai ter, imagine-se só, empadas de Butelo, ovos mexidos com Butelo, Butelo tradicional no pote, cuscos de Butelo, aquele produto que eu fiz ressuscitar e que um dia destes também vai ser de alguém , sobremesa com Casulas , Casulas estufadas…ou seja, o Butelo não é só aquele Butelo de por no prato e comermos com a orelha e com o focinho, que também é muito bom, mas nós criamos mais valia” , acrescenta Luís Portugal.
Depois da marca Origem Transmontana ter sido associada a casos de botulismo, Luís Portugal acusou a Direcção-Geral de Saúde, a ASAE e a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária de terem praticado “terrorismo empresarial e pessoal”.
Agora, o ex-masterchef enviou uma carta ao presidente do Município de Bragança, que está a tornar pública através da comunicação social e das redes sociais, em que se auto-intitula como o principal mentor do Festival do Butelo e das Casulas.
No documento, Luís Portugal tece duras críticas à forma como a iniciativa está a ser promovida e organizada, acusando o Município de ter copiado a sua ideia e de não o convidar para fazer parte do festival.
A Brigantia contactou o presidente do Município de Bragança, Hernâni Dias, que não quis comentar este assunto.
O Festival do Butelo e das Casulas começa hoje com 20 expositores na Praça Camões e 25 restaurantes aderentes ao “Fim-de-semana Gastronómico”.
Além da promoção do Butelo e das Casulas, durante os três dias do festival há animação de rua com caretos e gaiteiros. Para amanhã está também agendado um seminário sobre a “Segurança Alimentar de Produtos de Origem Animal”, que decorrerá às 4 da tarde, no Auditório Paulo Quintela.
Escrito por Brigantia
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