quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Fazer arte do lixo

Bordalo II é o autor de algumas peças de arte urbana que estão a nascer em Bragança, um nome que leva Portugal e o que de melhor se faz por cá pelo mundo fora
O jornal Nordeste foi conhecer o artista, que mais uma vez deixa o seu nome estampado
na Capital de Distrito.

Bordalo, como é que este trabalho é aceite pelas pessoas?
É engraçado. Há uma diferença entre os primeiros dias e os últimos. As pessoas devem pensar que nós somos loucos, estamos a juntar e a cortar lixo e não acham piada, depois começamos a pintar e quando se começa a perceber as formas, as pessoas acham mais interessante.

A tua obra é reconhecida em Portugal e no estrangeiro. Como é pegar em lixo e fazer disso uma obra de arte?
Lixo é uma expressão muito vaga, se fosse lixo não haveria possibilidade de estar a reaproveitar, tento ser o mais original possível.

O que usaste para esta instalação?
Fomos ao aterro municipal e usámos ferros, plásticos, contentores, partes de carros, pára-choques estragados, muita coisa.
É sempre uma aventura, um trabalho de freestyle, de experimentação. É um processo de construção desconstrução, até conseguir criar a imagem.

Em Bragança, já tens uma escultura. Agora vais criar outras duas, o que simbolizam?
Para além de serem duas peças que fazem parte de um série de trabalhos que eu chamei de “Big Trush animals”, onde a ideia acaba por ser construir a imagem dos animais que são a representação das vitimas das nossas acções como humanos, neste caso, a ideia é utilizar a poluição o lixo, toda esta vida não sustentável que a humanidade tem usado, para construir imagens das vitimas disso mesmo, neste caso os animais.

Por Rui Mouta
in:jornalnordeste.com

Sem comentários:

Enviar um comentário