Uma ajuda “muito importante” ou “um exemplo para outras instituições” foi o que mais se ouviu na cerimónia deste ano de entrega dos “Incentivos do Crédito Agrícola” a oito Instituições Particulares de Solidariedade Social dos distritos de Bragança e Vila Real, que integram a área de influência da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alto Douro.
Esta ajuda às IPSS da região já vem de longe e permitiu comparticipar projetos de 65 instituições com mais de 300 mil euros.
O sucesso da iniciativa tem sido de tal ordem que levou mesmo à criação da Fundação CA que, pelo terceiro ano, procedeu à entrega dos incentivos.
“Estamos a dar seguimento àquilo que a CA passou a fazer sem grandes formalidades. Pura e simplesmente passou a disponibilizar às instituições que tinham necessidades e foi distribuindo da forma que se entendeu mais correta. Mas como a dimensão se tornou tão grande, concluiu-se que havia que organizar esta atribuição de incentivos para não haver injustiças no final e a CA pudesse contemplar todas de maneira desinteressada e justa. Arranjou-se forma de dar a conhecer os critérios e fizemos regulamentos que permitem às instituições organizar projetos para concorrer aos incentivos”, explicou José Luís Baltazar, representante da Fundação, também ela uma IPSS.
Este ano, o montante global de apoios concedidos chegou aos 25 mil euros e permitiu apoiar projetos de oito instituições da área de influência desta CA liderada por Adriano Diegues, nos distritos de Bragança e Vila Real.
Borges Machado, recém empossado Presidente da União Distrital das IPSS de Vila Real, considera que este “é um grande incentivo, que a sociedade deveria replicar por mais empresas”. “É importante que as empresas tenham esta parte social e se lembrem das IPSS”, frisou.
O caso do Centro Social Paroquial de Santo André, em Tuizelo, Vinhais, é paradigmático. A instituição finalizou agora as obras mas a dívida “é grande”, segundo admitiu Augusto Reis. Por isso, este incentivo vai permitir “mobilar” o centro. “Esta é uma ajuda importante. É um incentivo muito bom. Somos pessoas que nos dedicamos totalmente, sem recompensa nenhuma, só a pensar no bem estar das pessoas”, sublinhou o mesmo responsável.
Também Eleutério Alves, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança e membro da direção da CNIS, a Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social, sublinha que esta é “uma iniciativa interessante da CA”. “Vem criando este apoio às IPSS, através da responsabilidade social. É pena que este gesto não seja replicado por outras instituições financeiras, que têm capacidade. Mas aplaudimos esta iniciativa”, diz.
No caso da instituição que representa, a Misericórdia de Bragança, candidatou um projeto para a compra de um autocarro “para transporte de utentes, sobretudo das crianças”.
Ao todo, concorreram à edição deste ano 40 instituições, tendo o júri selecionado oito projetos a apoiar.
Segundo os números divulgados, a rede solidária representa seis por cento do Produto Interno Bruto nacional. Há 330 instituições nos distritos de Bragança e Vila Real que são responsáveis por 20 mil postos de trabalho, e 12 milhões de euros mensais em salários. Por isso, Eleutério Alves sublinha que estas ações são importantes “pelo que significam em termos de motivação e reconhecimento da sociedade às IPSS”.
in:mdb.pt
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