sexta-feira, 11 de março de 2016

Autarca de Bragança defende medidas para portugueses não irem a Espanha abastecer

O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, defendeu hoje que mais do que apelos são necessárias medidas para evitar que os portugueses vão a Espanha abastecer combustível e fazer compras.

O autarca social-democrata reagia, em declarações à Lusa, ao pedido do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, para os portugueses não irem a Espanha abastecer combustível, na sequência da fuga de automobilistas para o país vizinho devido à diferença de preços, que chegam aos 35 cêntimos por litro.

Bragança é uma zona de fronteira com esta realidade visível e para o presidente da Câmara "mais do que apelar a que as pessoas não vão, faz sentido tomar medidas que não motivem as pessoas a ir"

"Era aquilo que de facto deveria acontecer, seria algo de muito positivo criar condições para que as pessoas não tivessem ou não se sentissem obrigadas a deslocarem-se para Espanha porque tudo que tem a ver com dinheiro e com a poupança dele, obviamente que é um atrativo para as pessoas", declarou.

O autarca defendeu que "devia haver uma atenção especial para os territórios de fronteira no sentido de terem algum tipo de incentivos sobre essa matéria para que não se vissem obrigados a deslocarem-se para o lado espanhol, fazendo com que a economia de lá floresça e a de cá comece a morrer ainda mais".

"Se eu souber que vou comprar combustível, encho o depósito com menos dinheiro e ainda consigo fazer outro tipo de compras (...) isso só beneficia a economia espanhola e é uma perda efetivamente para Bragança, para a economia local, para os comerciantes, para aqueles que durante o ano inteiro dão o seu contributo para o desenvolvimento e para a economia nacional", considerou.

A pouco mais de 30 quilómetros de Bragança, a gasolina está a ser vendida já a menos de um euro e o gasóleo a cerca de 80 cêntimos.

A corrida a Espanha não é de agora e no posto de abastecimento mais próximo de Bragança, além dos clientes, também muitos dos trabalhadores falam português.

HFI // MSP
Lusa/fim

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