Autarca de Macedo de Cavaleiros defende rota transmontana dos judeus

Criar a uma rota do judaico é um objectivo em que a câmara de Macedo está a trabalhar. No concelho há registo de presença judaica em Chacim, em Cortiços e também na própria sede de concelho. A herança histórica pode, de acordo com o autarca, Duarte Moreno, contribuir para a dinamização turística no território.

“Estamos a tentar ligar-nos àquilo que já está criado, porque o que faz sentido é a criação dessas rotas. Ninguém vem só a Carção visitar o museu, mas se puderem ir a Macedo de cavaleiros saber mais sobre o Jacob Rodrigues de Pereira e a Chacim visitar outra coisa e a Torre de Moncorvo a rede de judiaria, se fizermos uma rota podemos dinamizar o turismo”, sustenta o autarca.
Uma ideia defendida aquando da apresentação do livro “No caminho Judaico passando pelos Cripto judeus em França” que surgiu da pesquisa de António Cravo, acerca alguns judeus do concelho de Macedo de Cavaleiros que fugiram para França aquando da inquisição. 
“O meu livro fala de vária famílias, como os Rabat e os Pereira, mas depois consegui encontrar outras famílias e de onde partiram”, adianta o autor. 
Para António Júlio Andrade, investigador sobre este tema, a herança judaica na região é ainda pouco conhecida e valorizada. 
De acordo com o estudioso, a região é aquela que teve mais autos na inquisição o que evidencia a forte presença de sefarditas no distrito. “Acho que as terras transmontanas perderam a memória. 
É curioso que temos transmontanos em toda a parte do mundo que se tornaram célebres, e são célebres lá fora e na sua terra ninguém o conhece, como Luís de Carvajal de la Cueva ou Jacob Rodrigues de Pereira que na sua terra não sabem quem foram”, destaca. 
Judeus famosos com origens em Trás-os-Montes, como Jacob Rodrigues Pereira, que inventou um sistema de ensino para surdos-mudos, são algumas das figuras presentes no livro, lançado este sábado num sarau sobre judeus na Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros. 

Escrito por Brigantia