A Cooperativa Agrícola Ribadouro, sediada em Sendim, no concelho de Miranda do Douro, quer apostar na exportação de vinho para países fora da União Europeia. Uma ideia vincada no passado sábado, em Miranda do Douro, durante a Festa do Vinho, organizada pelo Município e a Confraria dos Vinhos Transmontanos.
O recém-eleito presidente da Cooperativa Ribadouro, Óscar Afonso, refere que já não há espaço no mercado interno para o maior produtor de vinho da região transmontana, com cerca de 3 milhões de litros produzidos por ano. “Tendo em conta a dimensão do sector e do mercado interno, num contexto de ajustamento, não há espaço para o consumo de vinho crescer mais. A solução é o mercado externo.
A minha aposta estratégica é tentar vender o vinho, através das marcas próprias, no mercado externo, principalmente fora da União Europeia, e, com isso, angariar recursos que nos permitam melhorar o património. Também já exportamos para a Finlândia e para França. No fundo, estamos à procura de mercados”, referiu o responsável.
O presidente da cooperativa quer evitar que o vinho da Ribadouro seja vendido a baixo preço, “tal como já aconteceu algumas vezes”.
A Cooperativa Agrícola Ribadouro tem, nesta altura, 2300 associados e recebe uvas de cerca de 600. A Festa do Vinho marcou o “Capítulo de Primavera” da Confraria dos Vinhos Transmontanos, que entronizou 5 confrades, que se juntam, assim, a mais 220.
O grão-mestre desta confraria, criada há 6 anos, Telmo Moreira, frisou a importância de manter as características dos vinhos transmontanos, “apostando na plantação de castas típicas da região” e revelou que está a ser desenvolvida uma associação com o objectivo de ajudar a internacionalizar os vinhos, que conta com o apoio do Município de Valpaços e do Município de Miranda do Douro.
Já o presidente do Município de Miranda do Douro, Artur Nunes, enalteceu o trabalho que tem vindo a ser feito, não só pelos produtores de vinho do concelho, mas também noutras actividades relacionadas com o ciclo do vinho, como é o caso da tanoaria e da produção de cortiça. “A tanoaria do nosso concelho está a atravessar um grande auge, as cubas de vinho estão com grande projecção nacional e internacional.
Miranda do Douro deve também continuar a apostar na produção de cortiça, valorizando também este produto, que contribui para que, no seu conjunto se obtenha o maravilhoso vinho transmontano”, considera o autarca.
A festa do vinho serviu ainda para promover outros produtos regionais transmontanos, com destaque para os do planalto mirandês, através de uma pequena mostra que contou com mais de uma dezena de expositores.
Escrito por Brigantia
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