Leandro Vale, o encenador, actor, escritor e dramaturgo que dedicou parte da sua vida à descentralização e incentivo da arte do teatro na região do Nordeste Transmontano, vai ser homenageado em Torre de Moncorvo no próximo dia 24 de abril. A homenagem contempla o lançamento de um livro e um espectáculo de música e de marionetas no Cine Teatro de Torre de Moncorvo.
A iniciativa decorrerá no próximo dia 24 de Abril e tem início às 21h30, com a apresentação do livro “Leandro Vale em Movimento – (2º acto: amigos nos camarins) ”, seguido da exibição da peça de marionetas da autoria de Leandro Vale “Uma Nova Maneira de Contar Abril”, interpretada pelo Grupo de Teatro Nova Morada.
A cerimónia contará ainda com a exibição da curta-metragem “Aqui Jaz a Minha Casa” realizado por Rui Pilão, que tem como actor Leandro Vale, leitura de poemas, animação musical com um Gaiteiro, o flautista José Luís Ferreira e cantautor Carlos Pedro.
A obra “ Leandro Vale em Movimento” é apresentada pelo coordenador, Carlos d’Abreu, e tem a participação de 62 autores.
A iniciativa conta com o apoio e a colaboração do município de Torre de Moncorvo e da associação transfronteiriça Ribacvdana.
Nota biográfica de Leandro Vale
Leandro Vale foi um resistente que colocava em tudo o que fazia a sua marca de militante de esquerda. Ligado ao Partido Comunista, o artista foi um dos grandes impulsionadores das artes cénicas na região de Trás-o-Montes, tendo escolhido primeiro Bragança e depois Torre de Moncorvo, onde viveu até perto dos seus últimos dias.
Leandro Vale nasceu em Travanca de Lagos, concelho de Oliveira do Hospital a 18 de Agosto de 1940. Formado pelo Conservatório de Lisboa, dedicou toda a sua carreira à promoção da actividade teatral fora dos grandes centros urbanos. Foi um dos Fundadores do CITAC (Circulo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) em 1955 e trabalhou durante vários anos no Teatro Experimental do Porto.
Para a televisão manteve ao longo de meio ano um programa semanal na RTP Açores. Além do teatro trabalhou também como jornalista e radialista e no cinema participou na longa-metragem “Sombra dos Abutres” do realizador Leonel Vieira.
Escreveu 180 peças de teatro, das quais 102 chegaram a ser representadas.
Nos últimos anos da sua vida estabeleceu uma relação artística com Cuba que considerava como a sua segunda pátria. Nesse âmbito desenvolveu alguma actividade cultural neste país , tendo estado presente no Festival Internacional de Teatro de Havana, dirigindo uma companhia de Holguin, a segunda cidade de Cuba, o Trevol Teatro, num texto de sua autoria intitulado “La Obscuridad Transparente”, baseado no julgamento dos 5 de Miami, um trabalho encomendado pelo Ministério Cultural Cubano.
Leandro Vale foi ainda o responsável por uma missão portuguesa no mais importante certame cultural da América Latina.
O actor e encenador que dedicou parte da sua carreira à dinamização e ao fomento da atividade teatral no Nordeste Transmontano morreu a 2 de Abril de 2015.
in:noticiasdonordeste.pt
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