Este sábado, dia 21, as Cerimónias de Abertura do 35º Concurso Nacional de Manobras para Bombeiros e do 34.º Concurso Nacional de Manobras para Cadetes foram presididas pelo Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e contaram com a presença de 750 bombeiros. Mas foi só ontem, domingo, que a partir das 9 horas, tiveram lugar as provas desportivas nacionais entre 32 equipas de bombeiros, que visam apurar os vencedores para participarem em provas internacionais no âmbito do Comité Internacional do Fogo.
No entanto, a cidade anfitriã não participou. Uma situação que o comandante dos Bombeiros Voluntários de Bragança pensa que será redefinida no próximo ano. “O Comando de Bragança nunca participou e, também, não vai participar este ano. Infelizmente, não temos nenhuma equipa. Mas já constatei que há essa vontade e será o início para pensarmos e formarmos uma equipa e para o ano se Deus quiser e se tudo correr bem lá estaremos para competir com os melhores”, adiantou, em primeira mão, José Fernandes ao Diário de Trás-os-Montes (DTM), reiterando “vi muita vontade, motivação e muito interesse em integrarmos esta competição e Bragança para o ano terá uma equipa representativa dos Bombeiros da cidade”.
Quanto aos acontecimentos do fim-de-semana, o responsável máximo explica: “basicamente, vão treinar em competição o que fazem no dia-a-dia. É um convívio e uma competição para apurar as três melhores equipas que nos irão representar a nível europeu”.
Sobre o fato dos Concursos Nacionais de Manobras se realizarem na capital do Nordeste, José Fernandes admite: “sinto-me muito honrado e, sobretudo, feliz”.
Quem também esteve à conversa com o DTM foi o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). “Estes Concursos Nacionais de Manobras são uma forma de fazermos a envolvência entre a juventude e os mais conhecedores, os mais velhos. Isto é, no presente, juntar gerações, de forma a fazer um treinamento que todos os dias se faz no combate aos fogos florestais e urbanos através do desporto, efetivamente, fazer uma aprendizagem”, resumiu Jaime Soares, para quem esta iniciativa serve “para preparar o futuro”
Trata-se, nas palavras do dirigente, de “cultivar o conhecimento e fazer com que os bombeiros sejam melhores naquilo que têm de fazer no socorro que é uma área extremamente complexa”.
Para Jaime Soares, o futuro é de esperança para os bombeiros portugueses e mostra-se confiante quanto à época crítica que se avizinha no que diz respeito ao combate aos fogos florestais. Até porque, na sua opinião, quer em termos de meios físicos, quer em termos de meios humanos, os bombeiros estão muito bem preparados e equipados. “Portugal está hoje bem preparado, estrategicamente bem organizado para responder àquilo que são os fogos florestais, mas essa estrutura poderá ir até 250 fogos por dia, mas há dias que são 400 ou 500 e não há nada, nem nenhum país do mundo que consiga ter uma estrutura dotada para responder a essa dimensão”, referiu o presidente da LBP, destacando a “preciosa ajuda de S. Pedro, mas reiterando que “estamos bem preparados, a estrutura é musculada quando é preciso, é competente e eu penso que os portugueses podem dormir descansados”.
O único problema continua mesmo a ser a “mão criminosa”. “Há muitos incendiários à solta, indivíduos criminosos porque os fogos não acontecem espontaneamente. É preciso chegar com um fósforo ou acendê-lo com um isqueiro e isso é um enorme problema”, avançou o entrevistado, exemplificando, “o ano passado, Portugal teve mais ignições, mais fogos florestais, do que Espanha e França juntos”.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
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