“Felizmente há muita gente hoje a estudar. Quando comecei a estudar os judeus há 50, 60 anos, com a minha esposa que era do Felgar, em Coimbra, havia relativamente pouca gente interessada nesta temática. Agora há mais, porquês se considera que na cultura portuguesa há uma forte influência da cultura judaica. Há muito para descobrir ainda, em documentos na Torre de Tombo e muita informação escondida na tradição popular”, frisa o historiador.
Durante o encontro, foi percorrida a rota do judaísmo em Torre de Moncorvo, passando pelos locais emblemáticos da vila que revelam a forte presença judaica até à inquisição.
António Júlio Andrade, um estudioso do judaísmo na região, explica que a rota partiu de um livro que escreveu, onde esses locais foram identificados.
“Ao escrever o livro, fui tirando referências às casas e aos lugares e fiz, a partir daí, uma rota aqui pela vila, que mostra onde era a casa do inquisidor, sabemos onde era a sinagoga, na igreja da misericórdia temos muitas ligações aos judeus ou a casa da mãe do Prior do Crato, que tinha ascendência judia”, explica o autor.
A rota pode ser seguida noutras alturas, estando disponível uma brochura no posto de turismo. Este pretende ser mais um dos motivos de atracção turística da localidade.
No sentido de aprofundar o conhecimento sobre a herança judaica no concelho de Torre de Moncorvo, terá um papel primordial o centro de estudos judaicos que será criado na vila, na antiga sinagoga, e cujo projecto já foi candidatado a fundos comunitários.
Olga Telo Cordeiro
Escrito por Brigantia
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