O Campeonato Nacional de Chegas de Touros de Raça Mirandesa, que vai já na oitava edição, tem este ano mais touros do que no ano passado e novos criadores, mesmo se em Bragança começou este ano um campeonato paralelo, que ameaçou reduzir o número de participantes.
A rivalidade entre os dois campeonatos esteve sempre latente no sorteio das chegas do “único campeonato nacional de raça mirandesa homologado pela Direção de Veterinária”, como fez questão de frisar Carlos Silva, da organização.
O campeonato nacional, que começa no próximo dia 10 de julho, na praça de touros de Vinhais, e ali se prolonga até dia 14 de agosto, junta este ano 28 animais, divididos por duas categorias, para animais com mais e menos de cinco anos.
Há dois novos produtores participantes e um regresso.
“O nosso principal objetivo é promover a raça mirandesa. Este campeonato é assente numa tradição muito antiga na região. Na altura, também só participavam touros de raça mirandesa”, frisou Carlos Silva. Esse é o ponto de discórdia entre este campeonato e o que se realiza, este ano, em Bragança e que admite animais de raças cruzadas. “Temos os olhos postos no futuro e na rentabilidade da agricultura, que passa pela raça mirandesa. O setor da carne passa uma crise muito grande. Há dificuldades de escoamento da carne de raças diferenciadas, que tem sofrido com a queda de preços. De fora chega carne a preços inferiores aos custos dos produtores do Nordeste Transmontano”, sublinha, destacando, contudo, uma situação diferente com a carne de raça mirandesa, que tem sido valorizada. “Não há um produtor com um animal à espera para sair da exploração. A procura é muito superior à oferta”, destaca, garantindo que há, ainda, “mercado para mais 500 ou 600 fêmeas reprodutoras”. Por isso, Carlos Silva entende que “não faz sentido nenhum apoiar raças cruzadas, pois isso só empurra o agricultor para uma situação difícil”, nota, para além de as raças autóctones serem um dos fatores valorizados em futuras candidaturas a fundos europeus. “Não tenho nada contra outras raças mas não devemos incentivar aquilo que não tem futuro”, sublinha Carlos Silva.
Com o aparecimento de um novo campeonato, as regras em Vinhais foram limadas, excluindo produtores que se tenham inscrito noutros campeonatos que não este.
Esse ficam excluídos durante dois anos.
Os prémios mantêm-se tal como nos anos anteriores. O vencedor dos touros mais velhos ganha 1000 euros, 750 o segundo. A cada chega da fase final há um prémio de 350 euros para o vencedor, 250 na primeira fase.
Na categoria dos touros mais novos, os prémios são ligeiramente inferiores. São 900 euros
para o vencedor e 540 euros para o segundo, havendo, nos dois casos, prémios monetários até ao quarto lugar.
Este ano, os produtores oriundos de um raio superior a 40 quilómetros recebem ainda 50 euros por animal para ajudar ao transporte.
Para o primeiro dia, 10 de julho, estão já previstos grandes chegas, fruto do emparelhamento que saiu do sorteio, realizado terça-feira de manhã.
AGR
in:mdb.pt
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