O Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, acredita que esta época de incêndios será muito dificultada pelas condições atmosféricas e mostra-se preocupado com os efeitos do tempo no crescimento da vegetação, o que pode aumentar o risco de incêndio.
O secretário de estado mostra-se confiante no dispositivo de combate a incêndios, mas pede cuidado para que se evitem as ignições. “Há muita preocupação, estamos muito preocupados. Se até aqui, a humidade e a quantidade de chuva que tem havido e depois os dias de calor que têm aparecido, tem evitado incêndios, por outro lado, tem vindo a ajudar a desenvolver aquilo tudo que matéria combustível. O mato está a crescer de uma forma assustadora, esse mato vai desenvolver ainda mais, foi regado, agora vai crescer, e é evidente que na hora em que tenhamos o azar de chegar lá a ponta de um fósforo, isto é gasolina. Temos de ter muito cuidado e estar mos atentos”, aconselha.
Jorge Gomes falava sábado no encontro sobre fogos rurais e florestais em zona transfronteiriça, em Freixo de Espada à Cinta.
O governante saudou a cooperação transfronteiriça das forças de socorro e protecção civil com Espanha, mas deixou o apelo para que haja mais acordos, exercícios e simulacros entre os Comandantes Operacionais Distritais de Operações de Socorro (CODIS) portugueses e os congéneres espanhóis. “Apelo a todos os CODIS dessas zonas do interior em que falem com os seus homólogos, em que façam exercícios, simulacros e formas de intervenção, e que estabeleçam acordos entre eles, que façam acções de formação conjuntas exactamente porque estas zonas são muito específicas, mexe com dois países e é sempre importante que haja uma acção muito grande entre as autoridades operacionais de um país e de outro, de maneira que estão autorizados a poder, cada um no seu distrito, fazê-lo, para além das corporações de bombeiros privadas que podem estabelecer todos os acordos que queiram. Em termos de estado fizemos um acordo que é fundamental, em 15 quilómetros não é necessário autorizações nem solicitações para haver uma intervenção directa de qualquer um dos lados da fronteira”, explica.
No encontro, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta, Edgar Gata, reiterou a necessidade da aquisição de uma viatura de combate a incêndios, e também da ampliação do quartel, com a construção de uma infra-estrutura com garagens para recolher os veículos e espaço para uma oficina. Faltam 10 dias para terminar os avisos a candidaturas a fundos comunitários, mas até agora ainda não há um projecto definido. “Há muito tempo que apresentei ao município, em nome da direcção, essa possibilidade. O município terá de definir um terreno, um projecto e os 15 por cento, eu e a senhora presidente da câmara discutiremos depois. Agora as minhas perguntas foram claras, teremos um terreno. Acho que o município tem que definir essa situação. Neste quadro comunitário é sempre porque vai haver outra fase de candidaturas, agora eu gostava que fosse nesta e dá mais que tempo, claro que, se ficarmos todos de braços cruzados não há”, frisa o responsável.
Quanto à viatura de combate a incêndios que já foi prometida em 2009, mas nunca chegou, Edgar Gata admite a hipótese de a corporação apresentar uma candidatura a fundos comunitários, mas salienta que a associação humanitária terá dificuldades financeiras para fazer face ao valor não financiado, que rondará os 15 por cento.
Olga Telo Cordeiro
Escrito por Brigantia
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