…a minha mulher tem uma ferida ruim… os corvos já andam por perto lá para os lados da Luada…
…a minha Maria vai morrer!
Isto dizia o Tio Folgado…na agrura da morte anunciada… enquanto abanava a cabeça e batia com os dedos… penosamente… na tábua do balcão!
… ele acontece cada uma a um homem!
E tu mentias minha avó Maria Oliveira… que não… que não ia morrer… que tu também já tinhas tido uma ferida assim! E servias... um copinho de vinho e dois peixes... por conta da casa.
… as tuas mentiras Maria Oliveira… não eram mentiras… eram caridade… eram compaixão!
… como eu te entendo… Maria Oliveira - a Carçona… por isso, eu agora vou ao rio Sabor e os peixes de escabeche são iguais aos teus peixes, antiquíssima Taberneira e se algum vizinho estiver muito triste… coisas da vida… come dois peixes, bebe um quarteirão de vinho… e decerto ficará mais animado…
… e custa tão pouco devolver a felicidade!
… tu é que sabias!... Nossa Senhora de todas as Tabernas!… de todos os milagres... e uma Taberna a Nordeste era o segredo…
… que orgulho Maria Oliveira!
Obrigado!
Fernando Calado |
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