Numa altura em que as temperaturas altas têm sido uma constante, o Núcleo de Estudos de Geriatria (GERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) recorda que todos os anos as temperaturas altas são responsáveis pela procura dos serviços de urgência por parte de muitos idosos. A hidratação e os cuidados com o sol não podem ser descurados pelos mais velhos, entre outras atitudes preventivas que o GERMI aconselha.
João Gorjão Clara, coordenador do GERMI, defende que estes conselhos são válidos para todos os idosos mas em particular para os doentes crónicos. “Com o tempo seco e quente podem exacerbar-se, ou ficarem fora de controlo várias doenças crónicas dos idosos, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), hipertensão arterial e a insuficiência cardíaca”, explica o especialista em geriatria.
Cuidado com o sol e as temperaturas elevadas
Em resposta ao calor , antes de sair de casa, os idosos devem vestir uma roupa clara para evitar a absorção dos raios solares, utilizar sapatos confortáveis e arejados com meias de algodão para prevenir o humedecimento excessivo dos pés. Proteger a cabeça da exposição direta aos raios solares, utilizando um chapéu de abas largas e óculos com lentes escurecidas também é recomendado.
Nas partes do corpo que não se encontram protegidas pela roupa utilize protetor solar (fator elevado) para prevenir queimaduras solares, especialmente na cara em redor do nariz e das orelhas, onde a pele é mais sensível.
A exposição direta ao sol nas horas de maior calor (das 11h às 16h) deve ser evitada e os banhos ou duches devem ser tomados com água morna para diminuir a temperatura do corpo. Na rua, o ideal é caminhar pela sombra e fazer várias pausas em locais frescos (climatizados) para não desidratar.
É também fundamental evitar permanecer de pé durante muito tempo sem caminhar e elevar as pernas ao sentar para evitar que fiquem inchadas.
O perigo das insolações e do esgotamento por calor
A insolação ou golpe de calor é uma situação grave que pode causar morte e tem os seguintes sintomas: febre alta, pele vermelha e sem suor, pulso rápido, dores de cabeça, tonturas, confusão e perda de consciência.
No caso de o idoso se sentir mal com o calor, deverá procurar um lugar fresco e pedir ajuda médica através do 112.
Já o esgotamento devido ao calor surge quando há uma perda excessiva de água através da transpiração. Esta situação provoca sensação de sede, cansaço, cãibras, náuseas, vómitos, dores de cabeça e desmaio, frequentemente provocado por tensão arterial baixa.
Quer no caso de insolação, quer no de esgotamento, mesmo pedindo ajuda médica, deve colocar-se a pessoa num local ventilado e fresco, refrescá-la com panos húmidos ou salpicos de água fria, elevar as pernas e, em caso de desmaio, tentar despertá-la.
A importância da hidratação
É muito importante o reforço da hidratação antes, durante e depois do contacto com o calor, porque o sistema principal de arrefecimento é a evaporação de suor, o que implica uma grande perda de água que se não for devidamente reposta, leva à desidratação com potenciais complicações para a saúde.
Os conselhos dos especialistas
O coordenador do GERMI recomenda a todos os idosos que nesta altura do ano “privilegiem as bebidas naturais (água e sumos), as verduras, os alimentos frescos (carne, ovos e peixe). Devem ser evitados os alimentos não conservados no frio, não frescos, não preparados na altura e as bebidas alcoólicas”.
Caso escolham esta altura do ano para viajar, João Gorjão Clara recomenda aos mais velhos que “procurem percursos à sombra, de manhã cedo ou ao fim do dia, levem roupa folgada de algodão, branca ou de cores claras e não levem sapatos novos. Façam as vacinas aconselhadas para os lugares para onde vão e se tomam medicamentos levem-nos em quantidade que dê para o tempo de ausência. É muito importante que não esqueçam o guia terapêutico onde estão discriminados todos os remédios que tomam para que, se necessário, um médico possa entender de que doença ou doenças sofrem”.
in:noticiasdonordeste.pt
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