Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Padre João de Morais Madureira Feijó

Jesuíta egresso, bacharel em teologia pela Universidade de Coimbra e prior na vila de Ançã, bispado de Coimbra. Era natural de Parada dos Infanções, concelho de Bragança, onde nasceu a 21 de Março de 1688, falecendo na vila de Ançã a 29 de Outubro de 1741. Pertencia à nobilíssima família dos Madureiras Feijós, fidalgos de solar.

Escreveu:
Arte explicada – Parte I – Princípios. Contém todos os nominativos, linguagens, rudimentos, géneros, pretéritos e declinações dos latinos e gregos, etc. Lisboa, 1735. 4.° Parte II – Sintaxe. Lisboa, 1730. 4.° – Coimbra, 1739. 4.° de 455 págs. e 14 inumeradas.
Apêndice da sintaxe perfeita, e segundo tomo da segunda parte. Escólios de nomes e verbos. Lisboa, 1732. 4.° – Coimbra, 1739. 4.° Parte III – Tomo IV – Sintaxe figurada, sílaba e versos, com a medição. Lisboa, 1732. 4.° de 214 págs. – Coimbra, 1739. 4.° Ortografia, ou arte de pronunciar com acerto a língua portuguesa. Dividida em três partes. A 1.ª, de cada uma das letras, e da sua pronunciação; das vogais e ditongos, dos acentos, ou tons da pronunciação. A 2.ª, de como se dividem as palavras; da pontuação; algumas abreviaturas, conta dos romanos, e latinos, Calendas,Nonas e Idos. A 3.ª, dos erros do vulgo, emendas de ortografia no escrever e pronunciar toda a língua portuguesa. Verbos irregulares, palavras dúbias, e as suas significações. Uma breve instrução para os mestres das escolas. Lisboa, 1734. Segunda edição. Coimbra, 1739. 4.° de VIII-548 págs.
«A décima edição d’esta obra – diz Inocêncio F. da Silva – sahiu em 1824, e depois d’esta teem sahido não sei quantas; uma que tenho presente é de Lisboa de 1836 (4.°) e tudo se tem exgotado a ponto de se pensar em nova edição». Depois, Brito Aranha, continuador de Inocêncio (Dicionário Bibliográfico, tomo X), torna a falar deste escritor, dando o título desta obra um tanto modificado, e aconselha que a respeito dela se consultem a Lira Poética, 2.ª série, tomo I, pág. XIV, as notas do mesmo tomo, pág. 111, o artigo inserto no referido Dicionário relativo a José Barbosa Leão e a controvérsia a que deu lugar o seu sistema ortográfico, na qual interveio a Academia Real das Ciências.
As obras acima mencionadas foram escritas para instrução do duque de Lafões, D. Pedro de Sousa Tavares, discípulo do autor. O padre Madureira Feijó é considerado como o melhor comentador do método gramatical do jesuíta Manuel Álvares, então adoptado em todo o país. «Vê-se, pois – continua Inocêncio – que não obstante a censura do padre José Freire, que, nas suas Reflexões sobre a lingua Portugueza, chama ao Madureira “cego fautor da orthografia portugueza, sempre encostada á latina, sustentando opiniões que os criticos não quizeram adoptar, e que o uso ainda reprova”, a sua Orthografia ha sido sempre a mais seguida e geral entre nós. Não conseguiram ainda desapossal-o de todo da supremacia que uma vez tomou, tantas e tão repetidas tentativas, quaes foram as dos orthographos, que no passado e no presente seculos emprehenderam introduzir systemas inteiramente diversos, ou modificar o methodo adoptado á vontade de cada qual, apoiando-se para esse effeito em razões mais ou menos plausiveis, e em casos especiosos. Nenhum d’elles pode alcançar para si o triumpho a que aspirava; e o mais que obtiveram todos juntos com as suas regras e doutrinas encontradas e contradictorias, foi reduzir-nos ao estado anarchico a que chegamos... Ninguem ha que o não lamente, e não deseje vel-o remediado: mas os alvitres até agora propostos, inefficazes uns, inadmissiveis outros, teem augmentado o mal, enredando cada vez mais o negocio. E assim continuaremos talvez por muito tempo na situação excepcional de sermos, creio, a nação unica da Europa que ainda não pôde fixar a sua orthografia».
O professor António Félix Mendes, sob o pseudónimo de «João Pedro do Vale», nas suas Memórias para a história literária de Portugal, a pág. 5, esforçou-se por mostrar a inutilidade da Arte de Madureira e os males que causou ao estudo da boa latinidade (257). O marquês de Pombal, ansioso de extinguir tudo quanto cheirasse a jesuíta, por alvará de 28 de Junho de 1759, diz, no n° 8.° relativamente aos professores de gramática latina: «Prohibo que nas classes de latim se use dos commentarios de Manuel Alvares, como Antonio Franco, João Nunes Freire, José Soares e em especial de Madureira, mais extenso e mais inutil». Este juízo do jesuitófobo Pombal em nada desfalca os créditos do padre Madureira Feijó; quem inspirou e patrocinou a Dedução Cronológica e Analítica, o Compêndio histórico do estado da Universidade de Coimbra e similares, não tem autoridade bastante para acoimar de «inútil» a obra de Madureira.Mas Pombal era assim!
«João Pedro Ribeiro nos conta que um dos collaboradores da parte do mesmo Compendio historico relativa ás sciencias naturaes, confessara a tortura em que se achou, vendo-se na necessidade de imputar aos jesuitas tambem a corrupção entre nós da chymica!».
É certo que as desastrosas consequências de Alcácer Quibir, a sujeição de sessenta anos à Espanha e logo em seguida a porfiada guerra de vinte e oito anos que com esta nação mantivemos, mais que os jesuítas precipitaram a decadência dos estudos em Portugal. A despeito destas perseguições, a competência do padre Madureira passou à literatura. 


Nicolau Tolentino diz-nos:

Com o Madureira na mão
Revelaram altos segredos
D’advérbio e conjunção.

Escreveu mais: Explicate in omnes partes Arti Pe. Alvares. Ulissip., 1724. 4.° – Dissidium de primatu inter insulas, vulgo dos Açores. Tragédia. Verior Ganimedis raptus.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

Sem comentários:

Enviar um comentário