O Município de Alfândega da Fé está a incentivar os produtores de azeite do concelho a exportar este produto, de forma a poder valorizá-lo, contribuindo para a promoção do território.
O Centro de Interpretação do Território, em Sambade, acolheu ontem a iniciativa “Azeitices”, que pretendeu demonstrar a importância da internacionalização do azeite, servindo também para discutir as características essenciais para obter um azeite de qualidade.
A presidente do Município de Alfândega da Fé, Berta Nunes, acredita que a exportação do azeite poderá ser inserida numa estratégia de promoção do território, capaz de atrair turistas. “ O que stamos a tentar trabalhar com os nossos parceiros privados e através da Rota do Azeite, em particular, é, através dos nossos produtos, vendermos o nosso território. Neste momento, está-se a exportar, principalmente o azeite e o vinho, para o Brasil e para outros países de língua oficial portuguesa, e, ao exportar esses produtos, estamos, ao mesmo tempo, a criar pacotes turíticos para que as pessoas venham visitar o nosso terrtório. Temos milhares de lusodescendentes que estariam interessados em vir ao território conhecer as suas origens”, argumenta a autarca.
Jorge Morais, presidente da Rota do Azeite de Trás-os-Montes foi um dos participantes desta sessão. O empresário explicou a estratégia que tem vindo ser adoptada, sobretudo nos últimos dois anos, e que faz com que esta rota tenha já 140 pontos de venda no Brasil, onde são comercializadas 44 marcas de azeite transmontano. “isto vem no seguimento do trabalho que a Rota do Azeite de Trás-os-Montes tem feito no comércio internacional, nomeadamente na América do Sul, particularmente no Brasil, mas também em África e na Austrália. O azeite é o único produto português conhecido além fronteiras”, considera.
A produção de azeite é a actividade económica mais importante do concelho de Alfândega da Fé. Representa a cerca de 80 a 85 por cento do volume de negócios da Cooperativa Agrícola.
O presidente desta Cooperativa, Eduardo Tavares, refere que há novos projectos a serem implementados brevemente, de forma a aumentar a produção e a melhorar a qualidade do azeite. “Queremos aumentar a capacidade de extracção de azeite para o dobro. É um projecto que candidatámos ao Fundo do Baixo Sabor e que vamos implementar já no primeiro trimestre deste ano. Vamos também investir nas nossas tulhas, substituindo as tulhas de betão por tulhas de aço inox, garantindo melhor qualidade no armazenamento da azeitona. Vamos também investir no tratamento do bagaço de azeitona, nomeadamente no descaroçamento, de forma a aproveitar o caroço para o aquecimentro, tanto para o auto-consumo como para venda”, revelou.
Projectos que representam um investimento de cerca de 300 mil euros.
Cerca de 900 produtores entregam azeitona anualmente à Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé. Este ano, apesar da quebra de produção na ordem dos 20 por cento, foram produzidos cerca de 400 mil litros de azeite e conseguiu-se aumentar a qualidade do produto, sendo, por isso considerada uma boa campanha de azeitona.
Escrito por Brigantia
Sara Geraldes
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