O tordo e os produtos da terra estiveram em destaque durante o fim-de-semana na aldeia de Ala, pelo segundo ano consecutivo.
Um certame que começou sábado com uma montaria ao javali, onde foram abatidos 32 animais, juntando caçadores de várias localidades de Portugal e emigrantes.
“Caço todo o ano no Luxemburgo e gosto. O ano passado vim, voltei neste e voltarei no próximo. Correu bem. Tive pouca sorte, falhei os dois que vi mas ninguém se magoou e isso é o importante. Matar saudades, amizade e convívio é o mais importante.
Sou de Braga. Vim com um colega passar aqui o fim-de-semana para nos divertirmos um pouco. Correu bem, embora não tenha apanhado nada. Ainda atirei mas não matei, deixei fugir um. O convívio é o mundo da caça.
Sou de uma aldeia mas estou emigrado na Suiça. O que me trouxe aqui foi o convívio que é excelente. Falhei um e acertei outro mas os matilheiros não deram com ele.”
Dois dias onde a caça foi rainha mas houve ainda espaço para a mostra e venda de produtos da terra.
“Tentamos promover os produtos da terra e que queremos dar a conhecer também. Temos queijo de ovelha, mel e produtos tradicionais. É tudo feito por nós com produtos da nossa terra.
Trouxe velharias, artigos em segunda mão e artesanato. Sábado foi mais fraco mas hoje, domingo, está melhor. Eu acho que todas as aldeias deveriam fazer estas atividades e isso é sinal de que, mesmo que haja pouca gente, a aldeia está em atividade, os presidentes querem que a aldeia cresça e se movimente, e estas festas são boas para isso.
Vim para participar e animar esta festa e feira. Somos aqui da aldeia e acho que devemos dar o nosso contributo. Os meus produtos são doçarias e pastelaria tradicional e caseira, como bolos, bolinhos, tartes, pão caseiro. O fim-de-semana correu e está a correr muito bem.
Trago bonecas de trapos que faço nos meus poucos tempos livres e é uma forma de mostrar aquilo que se faz, embora seja um trabalho rudimentar.”
E entre caça, caçadores, expositores e visitantes, a feira superou as expetativas, refere Moisés Martins, presidente da Associação de Caçadores de Ala, Meles, Brinço e Carrapatinha.
“Superou todas as minhas expetativas. A nível da montaria tínhamos um grande conhecimento da mancha. No que se refere à caça ao tordo está cada vez mais a diminuir. Os caçadores disseram que hoje não apanharam o número que costumam apanhar mas deram os parabéns pela festa e pelo ambiente que aqui se proporcionou. Para o ano voltam, matem os tordos que matarem, o que importa é a festa pois não se pode matar tudo.
A nível de visitantes ultrapassou as nossas expetativas.”
Um evento que, na opinião do presidente da junta, Manuel Santos, é importante para vender o que se produz na terra e reunir a população.
“Eu acho que é importante pois há muitas pessoas que, se não fosse esta feira, não conseguiam mostrar os produtos que produzem e mostrar à população.
Está visto que houve a colaboração de todo o povo.”
Esta é mais uma das feiras que têm vindo a aparecer em número crescente no concelho macedense, onde o principal objetivo é trazer pessoas de fora às diversas aldeias, refere Duarte Moreno, presidente da Câmara Municipal.
“É mais uma festa onde se reencontram amigos que podem estar aqui e dinamizam aquilo que melhor se faz em termos de produtos endógenos da nossa região.
No nosso concelho já temos mais de 13 feiras deste género espalhadas pelas freguesias o que significa que as pessoas encontram neste tipo de eventos uma proximidade, não só com aqueles que estão lá fora mas com as pessoas do resto do país que vêm até cá para nos visitarem e a levar os nossos produtos que são aquilo que melhor temos. Já vi as montras e estão bem recheadas e com bons produtos.”
A II Feira do Tordo e dos Produtos da Terra, a atrair visitantes ao concelho macedense durante o fim-de-semana.
Escrito por ONDA LIVRE
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