O governo abriu esta semana um concurso para a contratação de mais 20 vigilantes da natureza em todo o país, um número que a Quercus e a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza consideram insuficiente.
Em toda a região Norte são abertas apenas duas vagas, para o parque natural do Douro Internacional.
Neste parque, o segundo com maior área do país, há actualmente apenas 2 vigilantes e tendo durante alguns anos sido 4, número que será agora reposto.
Ainda assim, para o coordenador distrital de Bragança do sindicato da Função Pública e membro da associação portuguesa de guardas e vigilantes da natureza, João Carlos Rodrigues, este número é uma gota de água no oceano.
“Estes dois novos vigilantes para o Douro Internacional não é nada. É uma gota no oceano. Temos dois colegas em serviço nessa área protegida, que tem 84 mil hectares mas com um comprimento grande e mesmo quatro não chegam para estarem dois domiciliados em cada concelho abrangido pelo parque: Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro. É muito pouco”, sustenta.
O também o vigilante do parque natural de Montesinho há mais de 20 anos, refere que nesta área protegida também há carências, sendo que aqui não haverá contratação de vigilantes neste concurso.
“Muitas carências, neste momento somos sete vigilantes para cerca de 75 mil hectares, no princípio da década de 90 já fomos 12. Isto não é nada”, refere ainda.
A redução do número de vigilantes da natureza e o aumento das tarefas que lhe são atribuídas são razões apontadas para uma degradação e abandono das áreas protegidas.
“As funções claro que estão, não diria abandonado, porque nós vamos fazendo, mas não nas devidas condições. Há também o serviço florestal que nos compete também e somos solicitados para trabalhos nessa área que implica muitas deslocações para fora distrito e não chegamos para as encomendas”, salientou.
A abertura deste concurso significa o ingresso de 20 vigilantes da natureza, no entanto, o Orçamento do Estado para 2017 previa a contratação de pelo menos 50 profissionais desta área. A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza tem dúvidas de que o governo possa ainda este ano abrir outro concurso para estes profissionais, mantendo-se em muitos parques as necessidades actuais. A entidade, em conjunto com a Quercus, já pediu ao Governo que clarifique a situação e cumpra com o prometido, ou seja, a contratação de 50 Vigilantes de Natureza.
Escrito por Rádio Brigantia
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