O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), afirmou hoje que o estudo sobre o impacto da subida do salário mínimo "está quase concluído", revela custos maiores no interior e vai ser apresentado em fevereiro ao Governo.
Manuel de Lemos falava após uma reunião do secretariado nacional da UMP, que decorreu em Boticas, distrito de Vila Real, e onde estiveram em cima da mesa temas nacionais como a questão do aumento do salário mínimo e da TSU (Taxa Social Única).
O responsável referiu que o estudo sobre o impacto do salário mínimo nas Misericórdias "está a ser feito" e deverá ser apresentado na reunião agendada com o ministro da Solidariedade Social, Vieira da Silva, para o dia 13 de fevereiro.
"O estudo está quase concluído e o que posso dizer é que as tendências são para que esse impacto é maior nos territórios de baixa densidade do que nos territórios de alta densidade. Por exemplo o impacto em Évora, Vila Real ou Bragança é maior do que é no Porto ou em Lisboa", salientou.
É que, sobretudo nos distritos do interior, as instituições de uma maneira geral, não têm outras fontes de sustentabilidade que não sejam os acordos de cooperação.
O responsável escusou-se a avançar para já com números, os quais frisou que terão que ser primeiro apresentados ao Governo.
As instituições do setor social pediram ao Governo que aumente o valor dos acordos de cooperação, pelo menos acima do valor da inflação, de maneira a compensar o aumento do salário mínimo e o chumbo da descida da TSU.
O pedido da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) e da UMP surge depois de ter sido chumbado no Parlamento o decreto que previa a descida temporária da TSU (Taxa Social Única) dos empregadores em 1,25 pontos percentuais como compensação pelo aumento do salário mínimo nacional para os 557 euros em 2017.
Manuel de Lemos referiu que o valor do aumento dos acordos de cooperação vai também "ser negociado" com o Estado".
O responsável fez questão de afirmar que acha "muito bem o aumento do salário mínimo" e enalteceu o "trabalho magnífico" que é desempenhado pelos trabalhadores das misericórdias e que "infelizmente não é remunerado como devia ser".
"Temos a consciência de que essa remuneração é baixa e temos que cooperar com o Governo para a poder aumentar. Agora, no quadro de sustentabilidade das misericórdias não vale de nada fixarmos valores que depois levem as instituições a fecharem e depois é que ninguém ganha nada", referiu.
PLI // JPF
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