Passaram 43 anos desde a revolução dos cravos que devolveu a liberdade a Portugal. O 25 de Abril comemorou-se ontem e a Brigantia foi saber como era vida de um jornalista em Bragança antes e depois da revolução.
Carlos Pires construiu uma vasta carreira na área da comunicação a nível nacional, mas o início foi nos jornais regionais de Bragança. Corria o ano de 1970 quando o agora ex-jornalista iniciou a sua carreira nesta área, e recorda vários episódios dessa época, especialmente as técnicas usadas para que o seu trabalho, que começou com a poesia de intervenção não caísse por terra ao passar pelo lápis azul do regime.
Carlos Pires conta que “esses métodos passavam por usar essencialmente metáforas que conseguissem passar o recado aos leitores que também não estavam satisfeitos com o regime e despertar os outros.”
Depois da revolução do 25 de Abril, Carlos Pires juntamente com Marcolino Cepêda e Teófilo Vaz, fundaram o jornal Ènié, em 1975. Fundado por jovens com ideias revolucionárias numa a altura em que os efeitos da revolução ainda se faziam sentir, foram muitos os que estiveram directamente ligados ao regime e que “nunca aceitaram bem aquele jornal”.
Reflectindo sobre a liberdade da comunicação social nos dias de hoje, Carlos Pires considera demasiado pesado falar actualmente numa censura à liberdade de imprensa, todavia, acha que os jornalistas de hoje também não são completamente livres para informar, sobretudo de forma isenta. Para o ex-jornalista este é um dos motivos que explica a actual crise no sector e que leva cada vez mais pessoas a abandonar precocemente a profissão.
Escrito por Brigantia
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