São dois milhões de euros de financiamento para preservar, qualificar, promover e garantir a implementação de uma nova dinâmica económica assente nos valores naturais, patrimoniais e culturais das regiões transfronteiriças.
O ZASNET – Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça tem aprovada uma candidatura com uma dotação financeira de dois milhões de euros para proteger, valorizar e promover o património cultural e cultural do território, como suporte de base económica do território que integra a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica.
A candidatura, agora aprovada, foi submetida ao Eixo Prioritário III- Crescimento Sustentável, através da Cooperação transfronteiriça, pela prevenção de riscos e melhoria da gestão dos recursos naturais.
Uma das ações mais emblemáticas é a candidatura a Património da Humanidade das Máscaras e Festas de Inverno de toda a zona da fronteira. Aliás, o Governo Espanhol já declarou as Máscaras como Património Cultural e Imaterial do país. Do lado português, esse trabalho também está em curso, a cargo da Secretaria de Estado da Cultura.
Mas o plano de ação traçado prevê também, por exemplo, a criação de uma marca de qualidade turística inovadora, com a certificação BIOSPHERE RESPONSIBLE TOURISM para todo o território integrado no ZASNET, que pode e deve ser usada por entidades públicas e privadas.
Sendo o turismo cada vez mais visto como potencial motor dinamizador da economia, existe, também, a intensão de garantir uma forte interligação entre este setor e, por exemplo, a agricultura e a agropecuária. Nesse sentido, está prevista a criação de uma plataforma logística de produtos agroalimentares com marca de qualidade e a implementação no território do conceito “slow food”, defendendo uma gastronomia saudável e saborosa, procurando ligar o saber do passado, a herança gastronómica do território, com o contemporâneo e o futuro.
Outro dos aspetos importantes é a formação dos agentes económicos locais, para que sejam capazes de valorizar os seus produtos, trabalhar de forma coordenada, conquistar novos mercados e com isso conseguir maior sustentabilidade e rentabilidade das suas atividades, procurando-se, assim, garantir a fixação de pessoas e até a criação de novos postos de trabalho. Nesta formação está também prevista a interpretação da natureza e do património, por se considerar imprescindível que cada um dos agentes locais saiba falar e valorizar o próprio território.
Para preservar memórias e promover recursos vão também ser criados quatro centros interpretativos do território. Espaços estratégicos que facultam aos visitantes toda a informação necessária para que possam vivenciar o território de forma plena, com toda a informação necessária para que a sua experiência seja mais interessante. A este investimento associa-se um plano de sinalização do território, orientativo e informativo.
A organização da oferta está patente em cada uma das medidas a implementar, reconhecida que é a necessidade de começar a trabalhar de forma conjunta e devidamente coordenada. Este projeto que, agora, começa a ser implementado deve estar concluído até finais de 2018.
Recordamos que a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica engloba 12 municípios do Nordeste Transmontano: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso, Vinhais; 48 municípios da província de Zamora e 27 municípios da província de Salamanca.
Bruno Mateus Filena
in:disriodetrasosmontes.com
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