Cavaleiro da ordem de Cristo, doutor em leis pela Universidade de Coimbra, onde concluiu o curso em 1762, juiz de fora e provedor na capitania do Pará, ouvidor, provedor e intendente de agricultura na capitania do Rio Negro, provedor da comarca de Miranda em 1781, desembargador da Relação do Porto e, ultimamente, da Casa da Suplicação de Lisboa, director da Real Fábrica das Sedas e sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa. Nasceu em Mirandela a 13 de Agosto de 1741, sendo filho de Luís Ribeiro de Sampaio e de D. Leonor da Costa, e faleceu entre os anos de 1812 e 1814, segundo se vê dos Almanaques desses anos. Veja-se a sua biografia na «Revista trimensal do Instituto do Brasil», tomo VII, pág. 404. Casou com D. Antónia Teresa Teixeira Galvão, filha de João Teixeira Galvão, capitão do regimento de milícias de Chaves.
Escreveu:
Diário da viagem, que em visita e correição das povoações da capitania de S. José do Rio Negro fez, sendo ouvidor e intendente geral da mesma capitania, nos anos de 1774 e 1775. Lisboa, 1825. 4.º de VII-115 págs.
Apêndice ao mesmo Diário. Saiu no tomo VI da «Colecção de Notícias para a história e geografia das nações Ultramarinas», de págs. 87 a 142.
Extracto da segunda viagem, que em visita e correição das povoações da capitania de S. José do Rio Negro, fez como ouvidor e intendente geral nos anos de 1774-1775. Saiu no tomo I, pág. 97, da «Revista trimensal do Instituto do Brasil».
Relação geográfico-histórica do Rio Branco da América portuguesa, que compôs sendo ouvidor da capitania de S. José do Rio Negro. Saiu na mesma «Revista», tomo XIII, págs. 200 a 273.
Observações sobre a primeira formação das línguas, de diferente génio das originais e compostas. Traduzidas do inglês de Adam Smith e anotadas. Lisboa, 1816. 8.º de X-70 págs. Publicaram-se por diligência de seu filho Francisco António Ribeiro de Sampaio.
Oração à memória de Pedro o Grande, imperador da Rússia. Traduzida da língua russa para a inglesa e desta para a portuguesa. Lisboa, 1816. 8.º de 74 págs.
Memória sobre as ruínas do mosteiro de Castro de Avelãs, e do monumento e inscrição lapidar, que se acha na capela-mor da antiga igreja do mesmo mosteiro. Saiu no tomo V das Memórias da Literatura da Academia Real das Ciências de Lisboa (1793) e anteriormente no Jornal Enciclopédico, caderno de Maio de 1790. Este escrito foi o único publicado durante a vida do autor; todos os outros foram dados à estampa depois da sua morte, como se vê pelas datas das respectivas impressões, graças à dedicação de seu filho já citado.
Deixou mais as seguintes produções, que não se publicaram:
Apresentação dirigida a S. M. F., datada do Rio Negro. Papel feito por ordem de Martinho de Melo em 1780.
Três dissertações sobre jurisprudência – Escritas em latim e dedicadas, com uma carta igualmente latina, ao visconde de Vila Nova da Cerveira.
Parecer sobre o que tinham feito José Feijó de Melo e Albuquerque e outros.
Discurso que devia recitar quando tomasse posse do governo do Pará D. Rodrigo de Meneses.
Coelitum atque hominum / Aeterni Luminis / Filiae, Matri et Sponsae / Mariae / inquam, / Sanctissimae / invulgarissimo suo nomine venerada titulo / a Remediis suma veneratione cultae / Kospitio Ex Calceatorum S. S. Trinitatis Redemptionis / captivum, oppido Mirandellae / D. V. O. et C. f. Conimbricae: ex Nova Typografia Academico-Regia. Anno Domini. 1762 cum facultate superiorum.
Esta tese, impressa num véu de cálix, de seda branca, em três pranchas, foi defendida no quinto ano da sua formatura em direito canónico na Universidade de Coimbra e conserva-se na igreja matriz de Mirandela, onde a vimos em 31 de Janeiro de 1927, graças à obsequiosa benevolência do inteligente pároco Luís Praça.
Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança
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