sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Dos 3000 hectares com infra-estruturas para regadio no Azibo são usados apenas 500

Há já vários anos que é discutida a forma como é utilizada a área de regadio do Azibo, em  Macedo de Cavaleiros.
Recentemente o director de agricultura e pescas do Norte, Manuel Cardoso, referiu quem na sua opinião aquela é uma área pouco aproveitada, para a capacidade que tem.
“ É uma área que ultrapassa os 3000 hectares de infraestruturas instaladas e todos os anos a área utilizada é de 500 hectares. É um bocadinho estranho como é que numa altura em que tantas pessoas aqui no nordeste pedem para ser feito o regadio no sentido de serem aumentadas as áreas de regadio, como é que uma área com tanta infraestrutura é tão pouco aproveitada”, explica.
Manuel Cardoso considera que sendo Portugal um país exportador de produtos agrícolas, este podia ser um bom local de produção e contribuir para potenciar a economia nacional. A responsabilidade pela pouca utilização é atribuída aos beneficiários. “É uma área onde seria possível muito mais investimento por parte quem detém os terrenos, mesmo que não o queiram fazer, podiam arrendar os terrenos uma vez que tem equipamentos de rega instalados. Se repararmos, o sul do país está dinâmico, em matéria de área de regadio, está a ser aproveitado até ao último metro quadrado. Nós vamos à Vilariça, onde está a ser utilizada toda a área de regadio e depois chegamos ao perímetro de rega de Macedo de Cavaleiros, onde temos milhares de hectares que não estão a ser utilizados, é muito estranho”, refere.

Por seu lado, o presidente da associação de beneficiários de Macedo de Cavaleiros, Hélder Fernandes, considera que essa questão já não é nova e refere que nos últimos anos até há mais área regada, contudo afirma que o problema é falta de organização e de garantias aos produtores.
“É uma realidade que tem vindo a diminuir porque a área regada na última década aumentou para aí 50% só que isso é muito insuficiente em relação à capacidade que o Azibo tem, só que para o regadio se desenvolver é preciso que haja vontades. As pessoas acreditam nos benefícios do regadio mas também é preciso haver organização na produção, para as pessoas produzirem alguma coisa que tenham retorno. Embora se fale em novas culturas não há organização na produção para potenciar e comercializar essas culturas, que são aquelas que necessitariam de água”, argumenta.

Hélder Fernandes critica ainda a falta de apoios no concelho de Macedo de Cavaleiros e aponta o dedo ao município, à cooperativa agrícola e ao ministério da agricultura, que na sua opinião podiam fazer mais nesta área dando estrutura e organização aos produtores. “É preciso falar com as organizações e criar uma estratégia local de desenvolvimento para a agricultura e que não se fale de agricultura e regadio a um mês das eleições e depois durante os próximos 4 anos não se faça rigorosamente nada. O mercado evoluiu e tem outras exigências há muita apetência por produtos e terra em zona de regadio e nós continuamos aqui a ver passar os comboios”, diz indignado. 

Palavras do presidente da associação de beneficiários do regadio do Azibo, que refere que há muito a fazer para que os produtores apostem no regadio naquela zona, para que deixem de o ver como uma despesa e passem a vê-lo como investimento, de forma a que agricultura gere um lucro significativo para a região. 

Escrito por Brigantia/ Foto: Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros 

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