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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O Telegrafo Eléctrico nas Memórias Arqueológico-Históricas

Houve sempre uma espécie de sinais telegráficos entre os povos antigos. Brados, lume ou fumo, foram sempre os preferidos. Os persas, segundo Diodoro, tinham estabelecido por todo o império linhas de sentinelas, que transmitiam umas às outras, por meio de voz, as novidades ou as ordens do príncipe.
Na expedição dos persas à Grécia colocou-se uma linha semelhante desde Atenas até Susa, e as novidades chegavam ao monarca dentro de quarenta e oito horas.
Da Ásia se espalhou pela Europa a arte de comunicação por sinais. O primeiro exemplo é o caso das vela brancas e pretas de Teseu.
Ésquilo, na tragédia de Agamémnon, nos dá esclarecimentos manifestos de uma comunicação entre a Europa e a Ásia por uma linha de sinais com fogo. Um vigia que por espaço de dez anos observava se a fogueira esta acesa sobre o monte Ida, e que repetida em outros muitos lugares devia servir de aviso a Clitmnestra da tomada de Tróia, brada:
– Graça aos numes, o sinal feliz rompe a escuridade. Salve facho da noite, percursor de um formoso dia! Clytemnestra anuncia depois ao coro a vitória dos gregos; e este lhe pergunta quem lhe dera a notícia.
– Foi Vulcano (responde ela) por seus fogos acesos no monte Ida; de facho em facho a flama mensageira voou até aqui.
Os telégrafos eléctricos foram introduzidos em Portugal com a grande reforma postal em 1852. Até então, havia apenas os telégrafos de tábuas, uma espécie de cancelas móveis, e as suas estações estavam colocadas em pontos elevados e distantes, ordinariamente desertos. Funcionavam lentamente, apenas de dia e com céu claro. Uma ténue neblina que se interpusesse entre duas estações era o bastantes para interromper o serviço e suspender a transmissão de qualquer despacho.
Na estação das chuvas adiantavam quase sempre mais os correios a pé ou a cavalo, pois correios em carros (mala-posta) só depois de 1852 se viram em Portugal. E os mesmos telégrafos de tábuas só posteriormente à Guerra da Península se estabeleceram no nosso país. Ainda durante a dita campanha (1807 a 1814) fizemos uso dos fachos para se anunciar o afastamento ou aproximação dos franceses. Ainda agora por causa das incursões monárquicas se tem feito largo uso dos fachos pelas cumeadas dos montes.
As atalaias esculcas e fachos, nomes que ainda conservam muitos lugares dos termos de povoações no concelho de Bragança e doutros, corresponderam a uma espécie de telégrafos do nossos maiores com similares nas civilizações dos povos extintos.
Em 11 de Maio de 1860 foi inaugurada com grande entusiasmo e festas a abertura da estação telegráfica de Mirandela a Bragança. Só nesta época o nosso distrito começou a gozar deste melhoramento telégrafo-eléctrico.
Na sessão da Câmara dos deputados de 27 de Julho de 1861 propôs o deputado António Joaquim Ferreira Pontes que o governo fosse autorizado e habilitado para continuar a linha telegráfica de Moncorvo para a Barca de Alva, indo a Freixo de Espada à Cinta.
Em 28 de Outubro de 1861 começou a construção da nova linha electro-telegráfica entre Mirandela e Moncorvo, e concluída ela, o capitão Sant’Ana, comandante das linhas telegráficas de Trás-os-Montes, continuaria a demarcação até à Barca de Alva.
A 3 de Janeiro de 1862 começou a funcionar o telégrafo da Régua para Moncorvo.
Bragança tem estação telégrafo-postal por decreto de 7 de Abril de 1869, com serviço de emissão e pagamento de vales do correio e telegráficos, cobrança de recibos, letras e obrigações.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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