Numa democracia madura, legítima, digna desse nome e da herança dos capitães e outros democratas de abril, era fácil. Nesta “democracia” pervertida e repleta de pseudo democratas em lugares de decisão e com outros de igual escola candidatos aos tronos… já não me parece tão fácil.
Mais dia menos dia, lá vão chegar as eleições autárquicas.
Bem voltas dou à mioleira mas não sei que hei-de fazer com o meu voto e que vale tanto como o do Presidente da República, o do Cristiano Ronaldo e o da Lilli Caneças.
Ajudai-me neste “exercício” meramente fictício:
Em quem voto para a minha Freguesia? As possibilidades são as seguintes:
Aspetos positivos que me podem levar a votar na Lista A:
1 - É, das que concorrem, a que considero ter a equipa mais competente e que tem o melhor programa eleitoral;
2 – Representa um partido do qual até sou simpatizante;
3 – Na lista estão dois primos, um irmão, dois amigos de infância, um colega de trabalho e uma antiga namorada;
4 – A maioria dos elementos da lista têm provas dadas no trabalho desenvolvido em prol da localidade e da comunidade, inseridos no movimento associativo e no voluntariado.
5 - Nenhum precisa de emprego ou de tacho.
Aspetos positivos que me podem levar a votar na votar na Lista B:
NENHUM!
Pois, parece fácil mas não é. Faltam os "outros aspetos".
Acontece, porém, que eu tenho quase a certeza que a Câmara vai ser ganha pela mesma cor da Lista B.
Ora assim sendo que faço ao meu voto para a minha Junta de Freguesia?
Se voto em consciência, desperdiço o voto. É garantido que se a Lista A ganha a Junta e a Câmara for de outra cor e por mais mérito que os projectos da Junta possam ter nada vai ser feito por falta de apoios. Que importa se os projectos são úteis, ou necessários para as populações? Nada, não importa nada. O que importa…é a cor partidária. Não abanam a bandeira da mesma cor há que os queimar em lume brando...para não dar nas vistas... e dali a 4 anos "convida-se" o "presidente" a mudar de cor. E por norma, mudam.
Por outro lado, se voto taticamente, perco a dignidade, falseio a verdadeira democracia e ajudo a fazer o jogo sujo destes democratas de pacotilha.
Se me abstenho…perco a oportunidade de fazer com que a minha “vontade” para o País, para o Concelho e para a Freguesia, valha tanto como a dos três que atrás citei.
Estas questões nunca deveriam ter que ser colocadas aos eleitores. Dizem que o voto do povo é soberano, mas não é.
Por vezes, até muitas vezes, acontece que a população diz, através do voto e com clareza, que quer na Junta uma cor política e na Câmara outra cor. Nem olham a isso. Não nos deram a hegemonia?... estão lixados.
Os anos que levamos de democracia já deveriam ter gerado políticos sérios, honestos, verdadeiros e que soubessem gerir com parcimónia os dinheiros públicos. Políticos que, no dia seguinte às eleições, soubessem respeitar a vontade popular, a vontade dos eleitores.
Mas não. Estamos a “anos-luz” de um verdadeiro regime democrático. Os protagonistas, de democratas, nada têm.
Olhai…logo se vê o que farei.
Estou é mortinho que chegue o dia de reflexão. Não, não é para refletir. É para deixar de ouvir tanta mentira impregnada de demagogia barata e de tanta falsidade.
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