A Filandorra – Teatro do Nordeste vai revisitar uma das tradições de Trás-os-Montes com a recreação, no próximo Sábado, 28 de Outubro, da tradição celta que abre as Festas de Inverno no Nordeste Transmontano, a Festa da Cabra e do Canhoto de Cidões (Vinhais).
Trata-se de uma iniciativa de cariz popular revitalizada pela Associação Raízes da Aldeia de Cidões que atrai anualmente milhares de pessoas que se “juntam” aos 17 habitantes da aldeia para, em volta de uma grande fogueira, se despedirem da estação Clara, ou seja do Verão e do bom tempo, e se prepararem para a estação Escura, o início do Inverno e do mau tempo.
Druídas e bruxas associam-se às deusas celtas e aos rapazes da aldeia para “queimar” e esconjurar o Diabo, e comer da cabra Matchorra cozinhada em potes na grande fogueira porque, e diz o povo de Cidões, Quem da cabra comer e ao canhoto se aquecer um ano de sorte vai ter. A noite promete muita animação com rituais celtas à mistura!
Trata-se de uma iniciativa de cariz popular, à qual a Filandorra se associa a convite do Município de Vinhais com o qual a Companhia mantém um Protocolo de Cooperação no âmbito da formação e animação teatral.
A Associação Raízes d`Aldeia de Cidões organiza mais um ano a Festa da Cabra e do Canhoto. Em muitas aldeias transmontanas queima-se o canhoto e fazem-se fogueiras comunitárias em diferentes alturas do ano. Há 2000 mil anos já os Celtas acendiam fogueiras nas últimas noites de Outubro, que para os Celtas marcava o início da estação escura quando os dias passavam a ser mais pequenos e as noites mais longas.
Em Cidões acende-se a maior e gigantesca Fogueira. Conscientes que as tradições que não evoluem, morrem, mantemos todo o original da festa, mas acrescentar algo de novo para dar mais espetacularidade ao evento com rituais de sons e Luzes. Servimos e acolhemos muito melhor as pessoas. Podem vir jantar logo a partir das 19h numa tenda para nos sentirmos mais confortáveis. A ementa vai ser o manjar da cabra Matchorra no Pote, feijoada de javali, Sopa à transmontana, Fêveras, Alheiras, linguiças, acompanhadas com as bebidas espirituosas da aldeia - Vinho, Ulhaque, Jeropiga e a queimada Celta. Claro que não pode faltar o já tradicional e sempre apetecido Café do Pote com brasa.
A iniciativa conta com o apoio do Agrupamento de Escolas de Vinhais que tão habilmente faz todo o trabalho da imagem do “cabrão” a ser queimado na fogueira.
De salientar que este ano a Festa vai realizar-se pelas ruas da aldeia, havendo adegas e bares abertos, retomando a tradição do local inicial das festividades com todo o povo envolvido.
Às 19 horas realiza-se o Cortejo Celta pelas ruas da aldeia e o espetáculo do pôr-do-sol e ascensão da Lua, Às 20horas acende-se aespetáculo do a fogueira que este ano envolverá música, deusas e bailarinos celtas.
Entre as 20h e as 23h a festa continuará com a atuação de grupos de gaiteiros de Zido, musica com o grupo AndaCamino, atuação de um grupo de atores do Teatro Filandorra de Vila Real e animação com o grupo Animamus de Santa Maria da feira. De hora a hora haverá um espetáculo da queimada Celta realizado por um Druida acompanhado pelas Deusas, com muita luz, cor e sons, danças Celtas.
Perto das 23 horas chegará o grande momento que é a queima do Bode. Trata-se de um Bode gigante construído no Agrupamento de escolas de Vinhais. Este animal gigante que representa o Demónio virá no carro de bois, puxado pelas bailarinas e bailarinos Celtas e cairá em cima da fogueira num espetáculo de sons, luzes e fogo-de-artifício deslumbrantes que não deixará ninguém indiferente. Logo a seguir chegará o Diabo em cima do tradicional carro de bois com as tarraxas bem apertadas a chiar bem alto e durante o seu percurso irá acender 13 estrelas flamejantes. Durante o resto da noite temos ainda a atuação dos gaiteiros convidados e musica Celta.
"Esta é uma festa que foi nossa ao longo dos anos. Agora é de todos, principalmente daqueles que procuram preservar as suas tradições. Esta tradição perde-se na noite dos tempos" salienta fonte da organização.
in:noticiasdonordeste.pt
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