O passado fim-de-semana foi de voluntariado num supermercado em Macedo de Cavaleiros. Uma Recolha Nacional de Alimentos para o Banco Solidário Animal que teve a primeira edição em Maio e que agora se repetiu.
A iniciativa é organizada pela Animalife, uma organização sem fins lucrativos que pretende sensibilizar a sociedade para os problemas relacionados com o abandono e os maus-tratos a animais.
Em Macedo de Cavaleiros as voluntárias juntaram-se a 3 associações do Distrito, nomeadamente a ABPA (Associação Brigantina de Proteção Animal) e a AMICA (Associação Amicus Canis), de Bragança e a AMPA (Associação Mirandelense de Proteção Animal), de Mirandela.
Patrícia Malta, atual Coordenadora do voluntariado em Macedo, e Catarina Pinto, estudante veterinária, dizem que apesar de a adesão ter sido boa, os bens não são ainda suficientes para tantos animais.
“Em termos numéricos, é uma loja pequena, não correu muito mal, mas podia ter corrido melhor. Porque 150kg de ração para 180 animais não dá para nada, dá para um dia e meio. Mas não foi mau. Relativamente a Maio tivemos uma subida em termos de números mas não foi muito significativa.
Podem ajudar com tudo. Comida de cão e gato, areia, detergentes, vassouras, desparasitantes, champôs, comprimidos, esse tipo de coisas.”
A causa dos animais é ainda, na opinião das voluntárias, um pouco desvalorizada por algumas pessoas.
“Desta vez foi muito engraçado porque houve pessoas que nos disseram que gostavam mais de ajudar as pessoas, mas ajudaram na mesma; já foi bom passar esta ideia, mas sim, há muitas pessoas que têm esta ideia de que preferem ajudar com bens alimentares para humanos do que associações de animais. Mas também tivemos o oposto, pessoas que disseram que se era para os animais então ajudavam. Há de tudo.”
No domingo, a recolha reverteu apenas a favor da associação de Mirandela, a AMPA, uma instituição que iniciou com cerca de 10 sócios e atualmente é comandada apenas por uma pessoa, a Dona Odete, que tem neste momento a seu cargo cerca de 250 animais. Uma situação que requer cuidados especiais e ajuda diferenciada.
“A D. Odete é uma enfermeira chefe reformada que há cerca de 6 ou 7 anos começou por acolher animais de rua e ela dizia que começou com 1 e agora tem cerca de 200 animais ao cuidado dela. Ela tem cerca de 180 cães e mora dentro de casa com 70 gatos. Tem gatos adultos e tem crias. Crias a morar dentro de casa com ela, na marquise dela. É um caso um pouco preocupante que não se trata só de alimentar animais, mas também da saúde dela e dos animais e é um caso bastante preocupante. É um caso de saúde pública. Temos que ter em consideração que ela tem 80 anos e não pode dar conta do recado sozinha.”
Apelar às adoções responsáveis é também um dos propósitos fundamentais deste tipo de iniciativas. A próxima recolha de bens alimentares vai acontecer em Maio e quem quiser pode inscrever-se já como voluntário no site da Animalife.
Escrito por ONDA LIVRE
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