quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Técnico da AOTAD alerta para a queda na produção de azeite devido à seca

A seca que este ano atinge 80 % do território nacional vai este ano afectar a produção de azeite.
Os produtores estão preocupados com a quantidade que vai ser possível produzir, já que a azeitona não cresceu devido à falta de chuva.
Emanuel Batista, técnico da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro – AOTAD, alerta que os problemas da seca podem prolongar-se para a colheita do próximo ano.
“ Neste momento a produção está muito mal a azeitona não cresceu e estamos a pôr em perigo a produção do ano seguinte porque não houve crescimentos, não houve diferenciação floral nas próprias oliveiras, o que quer dizer que para o ano a floração vai ser reduzida e a colheita idem aspas. Quanto à quantidade vai ser muito menor”, explicou.
A qualidade não deve no entanto ser afectada. Mas a quantidade está mesmo comprometida e mesmo que chova até à colheita já não ajudará a melhorar o calibre da azeitona. “A azeitona neste momento está a mudar de cor, automaticamente se vier a chuva ela vai engordar a nível de água não é a nível de gordura, por isso a produção vai ser reduzida. Quanto à qualidade, em princípio será boa porque a pouca azeitona que há nas oliveiras está sã”, acrescentou ainda.
Para evitar problema relacionados com a falta de água como o que este ano os agricultores enfrentam, o técnico da AOTAD defende que é fundamental apostar no regadio, que é ainda muito residual nos olivais da região.
“ 90% dos nossos olivais não têm sistema de rega, a situação que devíamos ter em atenção, quer o ministério da agricultura, quer o governo central era criar bolsas de água para que no futuro não entrássemos num stress hídrico como estamos nesta altura no edital, em principio isso deveria ser uma aposta estatal a nível das bolsas de água e depois fomentar o regadio cada um dos produtores, porque sem essas condições o produtor não tem fundo de maneio suficiente para manter o regadio”, referiu.
Devido ao tempo quente a maturação acontece este ano também mais cedo e prevê-se por isso que a apanha comece duas semanas antes do habitual, ainda antes do final deste mês Outubro
A Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca pressupõe que nos próximos três meses se estenda a propensão de pouca chuva e temperaturas altas. 

Escrito por Brigantia. Foto: vida rural 

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