Um aluno internacional gasta, em média, 448 euros por mês em Bragança e Mirandela, segundo estudo do IPB.
O crescimento do número de estrangeiros no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a ter um impacto “bastante relevante” na economia de Trás-os-Montes. A conclusão é de um estudo de três docentes da instituição, segundo o qual os cerca de 1500 alunos internacionais que estudaram no ano lectivo passado na instituição gastaram mais de 12,3 milhões de euros nas cidades de Bragança e Mirandela.
A maior fatia deste impacto económico é assegurada pelos estudantes que fazem todo o curso em Portugal, como acontece com a generalidade dos alunos cabo-verdianos e a maioria dos brasileiros. Por conta destes alunos, circulam na economia das duas cidades onde há polos do IPB 5,5 milhões de euros por ano.
“A estratégia de internacionalização do IPB consegue atrair alunos que geram gastos na região e contribuem para o desenvolvimento económico das regiões”, conclui Joana Fernandes, professora daquele instituto politécnico, que assina o trabalho com Salete Esteves e Elsa Esteves. “Numa região tão desfavorecida como a de Bragança e Mirandela ainda têm um impacto bastante relevante”, sustenta.
De acordo com aquele trabalho, os alunos internacionais gastam, em média, 448 euros mensais na região. É um pouco menos do que o valor que tinha sido apurado em 2012 num estudo semelhante que abrangeu apenas os estudantes nacionais: 500 euros.
O valor varia em função do programa que os leva a Trás-os-Montes. Por exemplo, os alunos do programa europeu Erasmus gastam, em média, 692 euros por mês e os estudantes de Dupla Diplomação — convénio estabelecido entre o IPB e vários institutos brasileiros — gastam 317 euros por mês. Fruto do acordo estabelecido com os parceiros brasileiros, estes estudantes têm alojamento e alimentação paga pelo IPB.
O impacto económico dos estudantes internacionais foi medido no último lectivo, 2016/2017, com base numa população de 1449 alunos, que foram inquiridos por email. Este ano, o número de alunos internacionais subiu para quase 2000, pelo que o impacto económico será superior. O estudo coordenado por Joana Fernandes foi entregue, no Verão, à presidência do IPB, que o tinha encomendado, e será em breve objecto de publicação científica.
Samuel Silva
Jornal Público
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