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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Sr. João Augusto Paiva, 64 anos, Vive em Outeiro.
O que se cultivava mais era trigo, depois centeio. Agora, estão a plantar mais castanheiros e amendoeiras.
Ia-se ao rio Maçãs moer o trigo no moinho comunitário.
O Avô era peixeiro de barca, pescava nas presas com redes, trazia dois a três quilos de peixe de cada vez. Os barbos e as enguias ou eram para vender ou para dar a quem lhe emprestava as redes. O Avô nunca teve dinheiro para as comprar. Também era moleiro, muitas vezes vivia no moinho com a família e dois burricos, nos quais transportava cereal para moer e moído.
Ele participa em batidas aos javalis, prepara-os e confecciona-os. Para muita gente.


Sr.ª Dona Infância Germana Marrão82 anos, vive em Caravela.
Vivia-se mal. O pai morreu quando ela tinha três anos. Passava-se mal. Já foram sobrevivendo.
Possuíam um gadito, ovelhas e vacas. Ao irem guardar o gado levavam uma bolinha de pão com carne gorda. A vida era trabalhar, passavam-se dias inteiros na segada.
No Entrudo os comeres eram chouriço doce com cascas e pezinhos de porco. Mais tarde já tinha um forno, nele cozia pão preto, o trigo só nas festas. Nas malhas cantavam quadras passadas de geração em geração:
Ó senhora cozinheira/ o seu caldo cheira, cheira/ cheira a cravo, cheira a rosas/e a flor de laranjeira.
A Mãe quando ela e os irmãos eram pequeninos dava-lhes papas de castanhas. Um aventalzinho de chita e umas soquinhas abertas com preguinhos amarelos foram
um luxo recebido na Páscoa. De outra vez umas botinhas de borracha.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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